Além da sorte, Ponte Preta precisa aliar rendimento convincente

Bugrino foi avisado que Coritiba não servia de parâmetro para análise naquela vitória

Além da sorte, Ponte Preta precisar aliar rendimento convincente

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Vinte um de setembro sempre foi o dia consagrado ao radialista, até que o então presidente Lula prestou o desserviço ao criar nova data, de sete de novembro, e confundir a categoria.

Seja como for, sete de novembro marca igualmente a data de inauguração da Rádio Central de Campinas, há exatos 38 anos, com montagem de renomada equipe esportiva da qual fiz parte.

Nos tempos em que não havia internet, o saudoso repórter Paulo Moraes era um ‘Google ambulante’. Furava a concorrência porque tinha o faro do repórter comprometido com a informação e sem subserviência da cartolagem.

Ponte precisa ser convincente. Foto: Fábio Leoni

Ponte precisa ser convincente. Foto: Fábio Leoni

Paulo Moraes deve ter se remoído incontáveis vezes no túmulo com manchetes de repórteres de que tal time se reapresentou no período da manhã, como se fosse valiosíssima informação.

Comentarista titular era Pereira Esmeriz, que jamais engoliria a conversa fiada do meia bugrino Rondinelly de que o processo de terceirização teria influenciado na queda de rendimento da equipe.

Conhecedor de bola rolando, certamente Esmeriz comungaria de meu comentário pós vitória do Guarani sobre o Coritiba, de que aquele jogo não servia de base para conclusões devido ao descomprometimento físico do adversário.

Prova cabal disso foi o Coritiba ter sofrido implacável goleada do São Bento por 5 a 2.

Registrei que na ocasião o Guarani soube sim explorar a decadência do Coritiba, mas sugeri que não se precipitassem nos aplausos antes do jogo contra o Figueirense, um time rigorosamente comum, mas que corre.

Aí, bastou certa resistência para que o Guarani fosse aquele que o seu torcedor já havia torcido o nariz.

SORTE DE KLEINA

Ex-treinador Jair Picerni repetia a cada entrevista que ‘futebol é resultado’.

Sim, as análises são feitas pelo resultado, independentemente de rendimentos das equipes.

Do jeito que rasgam elogios para o treinador Gilson Kleina, a impressão que fica é que ele tem a varinha mágica para fazer jogador fraco se transformar em talentoso.

Claro que Kleina tem parcela no processo de recuperação da equipe, ao fazer os jogadores transpirarem mais, como nos tempos do treinador João Brigatti.

Um ajuste aqui e outro acolá também pode ser colocado na conta dele, principalmente ao centralizar o atacante André Luís e ganhar mais combatividade no meio de campo com a fixação do volante Lucas Mineiro, no lugar do fraco Nathan.

Afora isso, Kleina tem dado uma sorte danada.

A Ponte jogou ‘pedrinha’ contra o fraquíssimo e rebaixado Boa Esporte e venceu as duras penas, com gol novamente do zagueiro Renan Fonseca.

Pior é que enxergaram um cruzamento correto dos trinta e pouco durante o jogo do lateral-esquerdo Danilo Barcelos e rasgaram-lhe elogios. Aí desconsideraram que as principais chances de gols criadas pelo Boa foram exatamente no setor dele.

Como os gols não saíram, as falhas foram relegadas. Aí se iludem com um jogador que marca mal, e é incapaz de dar um drible para arrancar com a bola.

SÃO BENTO

Contra o São Bento a atuação da Ponte Preta foi igualmente sofrível, com gol de zagueiro e outro – da vitória – de pênalti cometido precipitadamente pelo lateral-esquerdo Bruno Ré em André Luís.

Há de se argumentar que de grão em grão toda ave enche o papo, que a perseguição é centralizada nos três pontos – independentemente da forma que são conquistados – para que a equipe continue com chances de acesso.

Sempre é prudente lembrar que a sorte de vez em quando é madrasta. Portanto, cobra-se mais rendimento da Ponte Preta – principalmente dos poucos jogadores que têm condições de propor algo mais – para que outras vitórias sejam alcançadas com incontestáveis merecimentos.