Adeus Zé Arnaldo, um comunicador completo

O tempo passa, os amigos vão embora e deixam uma história de personalidade, imparcialidade e modelo a ser seguido.

Ele se revelou um profissional de comunicação completo, em programa matinal de debates, com ênfase para assuntos políticos.

Zé Arnaldo Canesim
Zé Arnaldo. Foto: Carlos Bassan

Campinas, SP, 2 (AFI) – Saudoso comunicador de televisão Antônio Abujamra terminava o seu quadro de entrevista com a inevitável pergunta: o que é a vida? Instigante, voltava a repetir: o que é a vida?
A vida nos prega surpresas & surpresas.
De repente, a gente acorda num sábado, como neste dois de dezembro, e os amigos do face avisam que morreu o radialista Zé Arnaldo Canisim.
A vida é assim. O tempo passa, os amigos vão embora e deixam uma história de personalidade, imparcialidade e modelo a ser seguido.

RÁDIO CULTURA
O início da história dele no rádio de Campinas, no final da década de 60, na extinta Rádio Cultura de Campinas, mostra a extrema exigência de diretores da época para abrir espaço aos novatos em microfones.
Apesar daquele baita vozeirão, Zé Arnaldo não foi orientado de imediato para falar.

Como sonoplasta, ficou modulando os botões para radialistas, até que surgiu a oportunidade de apresentar programas musicais, o principal deles quando a cidade parava para ouvir os 15 principais sucessos do dia, no Campinas Hit Parade, diariamente das 12h às 13h, patrocinado pelas Lojas Líder, cujo slogan era ‘lá você tem cinco minutos para comprar e dois anos a pagar’.
Em seguida, os radialistas Antonio de Pádua Palhares e Mário Melilo, que coordenavam a equipe esportiva, abriram espaço para que exercesse a função de plantão esportivo.

RÁDIO CENTRAL
No segmento esportivo, Zé Arnaldo passou a ser voz respeitadíssima enquanto comandante na Rádio Central de Campina, nas décadas de 80 e 90, como o único profissional que o saudoso analista Brasil de Oliveira ouvia e respeitava.
Ambos travavam calorosas discussões sobre temas do segmento e a recompensa foi a estrondosa audiência da emissora.

RÁDIO BANDEIRANTES
Foi na transferência à Rádio Bandeirantes-Campinas, a partir de meados da primeira década do século, que Zé Arnaldo se revelou um profissional de comunicação completo, em programa matinal de debates, com ênfase para assuntos políticos.
Ali emitia convictas opiniões e mostrava segurança na condução das entrevistas.
Isso tudo aliado à coordenação da equipe esportiva, com apresentação de programas do segmento.

A estreita ligação de Zé Arnaldo à família refletiu no ‘baque’ com a morte da esposa, anos atrás.
A definição precisa sobre o estado depressivo dele ficou explícito através da definição do jornalista Artur Eugênio, diretor do portal FI:
‘Quando a esposa dele morreu, ele morreu junto’.

Assim, aos poucos Zé Arnaldo foi se desligando dos espaços que ocupava na programação da emissora.
Agora, aos 73 anos de idade, vai para outro plano, deixa familiares com corações partidos e a eterna saudade dos amigos.
Só não digo ‘descanse em paz, Zé’, porque ele já não nos lê e também não nos ouve.
Aos familiares, meus sinceros sentimentos.