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ARIOVALDO IZAC

Adeus a Amaral, o melhor de todos os tempos no Guarani

Amaral foi zagueiro com capacidade de desarme sem recorrer às faltas. Igualmente mostrava capacidade para fazer a bola sair 'limpa' e valorizada da defesa.

Atuou no futebol campineiro na década de 70, quando atletas de Guarani e Ponte Preta eram requisitados para defender a Seleção

Guarani - 2024
Amaral foi titular da seleção brasileira em 1978

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Campinas, SP, 31 (AFI) – Justamente na data que marca o aniversário de 71 anos da inauguração do Estádio Brinco de Ouro, do Guarani, neste 31 de maio, morreu o melhor zagueiro de todos os tempos do clube: João Justino Amaral dos Santos, aos 69 anos de idade, apelidado na infância de Feijão.

Ele residia em São Paulo e foi vítima de um câncer no pulmão. Atuou no futebol campineiro na década de 70, quando atletas de Guarani e Ponte Preta eram requisitados para defender a Seleção Brasileira, sendo que formou dupla com o então pontepretano Oscar na Copa do Mundo de 1978, na Argentina.

Que Amaral foi zagueiro com capacidade de desarme sem recorrer às faltas, desportistas do passado reconhecem.

Igualmente mostrava capacidade para fazer a bola sair ‘limpa’ e valorizada da defesa.

A facilidade no trato à bola implicou no saudoso treinador Zé Duarte, do Guarani, deslocá-lo à função de centroavante em jogo amistoso no Irã, devido à lesão de Clayton, titular da posição. Aí, Alberto foi encarregado de ocupar o lugar dele na zaga.

E a resposta de Amaral, naquele dezembro de 1972, foi marcar dois gols na goleada por 4 a 1 sobre o Ice Palace, numa excursão de dois meses que se arrastou por França, Turquia, Romênia, Grécia e Kuwait.

Lançado na equipe principal do Guarani em fevereiro de 1971, pelo saudoso treinador Armando Renganeschi, Amaral participou da vitória por 2 a 0 sobre o Paulista, em Jundiaí, em time com essa formação: Tobias; Oswaldo Cunha, Amaral, Alemão e Wilson Campos; Chico Cagnani e Zé Ito; Jorge (Valdemar), Ladeira (Washington), Eli Carlos e Caravetti.

Amaral - Oscar
Amaral formou dupla com Oscar na Seleção brasileira. Foto: Reprodução Revista Placar

VÁRIAS DUPLAS

Na trajetória com a camisa bugrina, ele formou duplas marcantes com Alberto – lateral-esquerdo remanejado à zaga – Joãozinho, Gilberto, Nelson e Edson no biênio 1976/77, ocasião que Gomes já estava no clube, como reserva, e assumiu o lugar dele no início de 1978, quando se transferiu ao Corinthians.

BETO ZINI

Embora se especulasse na capital paulista eventual interesse do Corinthians por Amaral, na prática o saudoso presidente do Guarani Ricardo Chuffi, à época, não havia recebido proposta oficial.

Como o clube precisava de dinheiro e tinha interesse pelo negócio, Chuffi designou o seu amigo Beto Zini para que representasse o clube num congresso de clubes em São Paulo.

Ali foram iniciados os entendimentos com o saudoso presidente do Corinthians, Vicente Matheus, concluído posteriormente por Chuffi.

SANTOS E MÉXICO

Quando se desligou do Corinthians em 1981, Amaral ainda atuou no Santos até parte de 1982, transferindo-se ao México, com passagens pelo Club América e Leones Negros por quatro anos.

Os dois últimos anos da carreira dele foram no Blumenau e Caldense.

BRINCO DE OURO

Evidente que jogos marcantes nos dez anos a partir de 1978, no Estádio Brinco de Ouro, sempre serão ressaltados, como no título brasileiro sobre o Palmeiras; semifinal da mesma competição diante do Flamengo; e os vices do Brasileirão contra o São Paulo e do Paulistão diante do Corinthians.

Por alguma razão, outras partidas também podem ter algum significado.

Saudosista que queira fugir do trivial pode lembrar daquele 19 de agosto de 1967, um sábado à tarde, em jogo amistoso e goleada por 3 a 0 sobre a Portuguesa Santista, com um gol do ponteiro-esquerdo Dalmar e dois do saudoso ponta-de-lança Zé Roberto.

Um deles, o salto deu a impressão que tinha superado a altura do poste vertical da meta adversária.

Eis o time da época, do técnico Aparecido Silva: Dimas; Miranda, Paulo, Guassi e Diogo; Bidon e Milton dos Santos; Carlinhos, Zé Roberto, Parada e Dalmar.

Naquela época, os portões principais ficavam sob as vitalícias. Quando chovia, carros estacionados defronte às antigas bilheterias geralmente ficavam atolados.