ABRACE participa de Audiência Pública sobre a violência no esporte

Entidade foi representada pelo vice-presidente Jair Oliveira e pelo diretor Bruno Henrique

ABRACE marcou presença na Audiência Pública, realizada nesta terça-feira, para discutir a violência no esporte

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Bruno Henrique e Jair Oliveira representaram a ABRACE (Foto: Divulgação)

Brasília, DF, 03 (AFI) – Com participação da ABRACE (Associação Brasileira dos Cronistas Esportivos), a Comissão do Esporte da Câmara dos Deputados realizou nesta terça-feira (3), em Brasília (DF), uma Audiência Pública para tratar da violência no esporte.

A ABRACE foi representada pelo vice-presidente Jair Oliveira e pelo diretor Bruno Henrique, que também é presidente da Associação Brasiliense de Cronistas Desportivos.

“A participação da ABRACE vem, acima de tudo, mostrar o papel importante da entidade que representa oficialmente a imprensa esportiva no Brasil. Foi importante também o fortalecimento das instituições, com a presença do governo federal, do Ministério da Justiça, representantes do Ministério do Esporte, da CBF e das torcidas organizadas. É importante discutir nesse nível a violência no esporte, porque não existe só um culpado. Existem fatores que precisam ser discutidos e debatidos”, contou Jair Oliveira, que destacou o papel da imprensa nessa questão:

“Temos que ter o cuidado quando profissionais são excluídos dos microfones, ocupados por torcedores, que são ex-jogadores que não são profissionais da imprensa e emitem opiniões que desagradam uma parte da torcida, que já vai para o jogo com um pensamento negativo. É necessário que a imprensa tenha profissionais responsáveis e conhecedores das suas responsabilidades como formadores de opiniões”.

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ABRACE participa de Audiência Pública sobre a violência no esporte 3

VIOLÊNCIA PREOCUPA
O debate foi um pedido do deputado Ismael Alexandrino (PSD-GO), que acredita que a violência em competições esportivas tem comprometido a segurança dos torcedores, a integridade dos eventos esportivos e a imagem do esporte nacional.

“Violência não é um efeito exclusivo do futebol, muito menos de esportes coletivos. A Lei Geral do Esporte criminaliza condutas que há muito tempo são consideradas inaceitáveis. Não é um debate sobre a criação da norma, é um debate sobre o que a gente pode fazer para que essa norma evite ser exercida”, disse Bruno Henrique.

SEM MARGINALIZAR AS TORCIDAS ORGANIZADAS
Membros de torcidas organizadas estiveram presentes na Audiência Pública e reclamaram que são apontadas por tudo de errado que vem acontecendo dentro e fora dos estádios brasileiros, além das suas ações sociais não serem valorizadas.

“As torcidas organizadas passaram a ser marginalizadas quando foram acusadas de todos os problemas que acontecem nos estádios. A gente fica imaginando o que seria uma partida de futebol sem as torcidas organizadas, sem as festas”, disse Jair Oliveira.

SEGURANÇA ESPECIAL NOS EVENTOS
A postura da Polícia Militar durante os eventos esportivos também foi abordada durante a Audiência Pública. O vice-presidente da ABRACE, inclusive, sugeriu a criação de uma segurança própria para agir dentro dos estádios e ginásios.

“Na visão da imprensa esportiva, a Polícia Militar não tem que estar dentro do estádio, tem que fazer a segurança fora. Dentro do estádio tem que ter uma segurança própria, particular. A CBF, é dona do espetáculo, ela que seja responsável pela segurança de quem está lá dentro e não transferir para a Polícia Militar, que não é preparada para isso”, comentou Jair Oliveira.

As palavras foram reforçadas por Bruno Henrique, que alertou para problemas causados por policiais militares em dias de jogos. Há uma semana, por exemplo, na final da Copa do Brasil, um torcedor do São Paulo foi morto ao ser atingido por uma munição utilizada pela Polícia.

“Não adianta só a cronista esportiva falar, as torcidas organizadas se mobilizarem, se nós não tivermos algo que é essencial: a força policial que atua nesses espaços precisa ser bem vigiada e monitorada, e ser bem treinada para isso. Se existe um agente policial que vai lá com o objetivo de causar confusão e praticar violência, a nossa conversa precisa dar um passo para trás. Me parece que a Secretária Nacional de Segurança Pública tem um papel fundamental nesse caso”, completou Bruno Henrique.

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