Abel detona juiz e fala de 'dores de crescimento' no Palmeiras

O treinador português detonou o juiz venezuelano Alexis Herrera por seus critérios adotados no duelo com o time boliviano, que bateu o time paulista

Ele citou a derrota como um "dor de crescimento" e voltou a questionar o calendário do futebol brasileiro e sul-americano

Libertadores - Palmeiras
Flaco Lopez fez o gol do Palmeiras, que depois levou virada. Foto Cesar Greco - Palmeiras

São Paulo, SP, 6 – Além do Bolívar e da altitude de La Paz, situada a 3.600 metros acima do nível do mar, o Palmeiras enfrentou outro adversário em sua estreia na Libertadores: a arbitragem. Essa é a opinião de Abel Ferreira. O treinador português detonou o juiz venezuelano Alexis Herrera por seus critérios adotados no duelo com o time boliviano, que bateu o time paulista por 3 a 1, de virada.

O técnico questionou principalmente os critérios do árbitro, que expulsou Jailson o primeiro tempo depois de apresentar dois amarelos para o volante palmeirense. A dura entrada sofrida por Mayke que fez o lateral-direito deixar o campo de maca, mas não foi punida com cartão, também revoltou o treinador. O juiz, na realidade, sequer marcou falta na jogada.

“Ele foi tão rigoroso nos primeiros minutos que estava à espera que ia marcar mais, mas não teve o mesmo critério”, contestou o técnico. “Se estou na frente do Jailson, que não deu para ver se bateu na mão e mesmo assim deu vermelho, deveria ter feito isso no lance do Mayke. Peço que ele vá ver como está o pé do Mayke”, adicionou.
PALMEIRAS FOI INFERIOR
Abel, porém, admitiu que o Palmeiras foi inferior ao rival boliviano em um jogo de “muitos acontecimentos aleatórios”. Ele citou a derrota como um “dor de crescimento” e voltou a questionar o calendário do futebol brasileiro e sul-americano, ficando muito incomodado com um jogo tão desgastante, na altitude, marcado entre as finais do Paulistão.

“Estava hoje no hotel e um hóspede estava a dizer como era possível vir jogar aqui com essa altitude. Não acham que é um sofrimento a mais?”, questionou. “Não sou eu que organizo, infelizmente a Conmebol só lançou o calendário uma semana antes e tivemos que organizar essa viagem aos três pontapés. Eu preciso ficar calado, não posso dizer tudo aquilo que penso sobre a organização dos eventos”.

ESTRATÉGIA NÃO EXECUTADA

Ele entende que a estratégia traçada não foi bem executada porque os atacantes perderam muitos gols e por falhas defensivas. Breno Lopes, por exemplo, desperdiçou três chances no primeiro tempo e o jovem zagueiro Naves vacilou no lance do primeiro gol. “Fizemos o primeiro gol, poderíamos ter feito o segundo antes de termos sofrido. Tivemos muitas oportunidades na primeira parte, depois cometemos erros que temos que corrigir“, admitiu o português. “É muito difícil conseguirmos correr atrás de um adversário que está habituado a jogar aqui”.

Abel Ferreira terá pouco tempo para reerguer o moral da equipe, que precisa ganhar no domingo por 2 gols do Água Santa para ser campeão paulista, uma vez que perdeu o primeiro jogo por 2 a 1. Para piorar, tem de encontrar soluções em um elenco que começou a conviver a sofrer baixas.

Mayke é o segundo lateral que ficará no departamento médico, onde já está o uruguaio Piquerez, em recuperação de entorse no tornozelo. O meio-campista Bruno Tabata se recupera de lesão muscular na coxa.

O Palmeiras volta ao Brasil na madrugada desta quinta-feira. O time treina na Academia de Futebol pela manhã, com os titulares, que ficaram em São Paulo. Eles dão continuação à preparação para a decisão do Paulistão, domingo, às 16h, no Allianz Parque.

Ricardo Magatti

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