Abel aponta Endrick no profissional se repetir o que fez na base: 'Depende dele'
Joia terá que se destacar nos treinos para ganhar minutos
São Paulo, SP, 22 – A utilização ou não de Endrick no elenco principal do Palmeiras, agora que ele completou 16 anos e assinou seu primeiro contrato profissional, deixa ansioso os torcedores palmeirenses. Abel Ferreira explicou que, embora seja o treinador que define a escalação, o aproveitamento do jovem atacante, tido como uma das principais revelações do futebol brasileiro, vai depender do próprio atleta.
Abel lembrou que sua linha de trabalho é pautada na meritocracia e afirmou que uma de suas funções desde que chegou ao clube, em outubro de 2020, é desenvolver os talentosos garotos da base. Portanto, se Endrick mostrar bom desempenho nos treinos pode ser relacionado para jogos do time principal e ganhar uma oportunidade, eventualmente.
“Ele que vai decidir. Mas está lesionado. Acontece com frequência até no sub-20. Fora por 3 ou 4 semanas. Depois de recuperar, não sei. Não é por ser da base que tem direito. É meritocracia. Jogam porque tem mérito. Vanderlan joga por mérito”, explicou o técnico, citando a oportunidade que deu ao lateral-esquerdo, substituto de Piquerez no triunfo sobre o América-MG por 1 a 0.
Endrick, como informou Abel, está machucado. Ele se recupera de entorse no tornozelo, provocado por um pisão em um jogo contra o Atlético-MG. Também trata de um trauma sofrido num treinamento. Mas está evoluindo bem na recuperação física. A questão é saber como reagirá no profissional, no enfrentamento de zagueiros maiores, mais fortes e de melhor nível técnico em comparação com os que se acostumou a encarar na base.
“Endrick tem arrebentado no sub-20 e no sub-17. Vamos ver como joga com zagueiros como Gómez, Luan, Murilo. Quando subimos de nível, o nível do opositor também aumenta”, avisou o português, que garantiu que, se o atacante canhoto repetir no profissional o que vinha mostrando nas categorias inferiores vai receber oportunidades.
“Se fizer o que faz na base vai jogar, como jogam os outros. Se chegar e mostrar que pode competir vai jogar. Se tiver dificuldade nós vamos lhe dar o tempo necessário. Vai depender dele”.
CONTRÁRIO À VENDA DE GABRIEL VERON
O treinador também falou a respeito da venda de Gabriel Verón ao Porto por pouco mais de 10 milhões de euros. Ele claramente mostrou desconforto quanto à decisão da diretoria de negociar o jovem atacante por uma quantia baixa, considerando outras transações de atletas com perfis semelhantes.
“O que disse está dito, gravado e filmado. O clube sabe qual é minha opinião. Esse tipo de decisão não é da minha responsabilidade”, enfatizou, fazendo referência a um comentário que fez em dezembro de 2020, quando disse que o Palmeiras não podia vender Veron por menos do que o Santos ganhou para negociar o Neymar com o Barcelona.
“Desde que eu e minha equipe chegamos no Palmeiras, temos uma função clara: dar resultados esportivos e financeiros. Apostamos na base, damos retorno esportivo e financeiro. Basta ver as vendas de Viña, Patrick”, ressaltou o comandante, reforçando a estratégia da diretoria de optar por atletas jovens que precisam de um tempo de maturação a medalhões “prontos”.
“Há determinados mitos. Dizem que não gosto de jovens, que não aposto neles. Não. O Palmeiras, antes de eu chegar traçou uma linha. Nós temos que desenvolver nossos jogadores. Não podemos pagar 15, 20 milhões em jogadores prontos”, emendou.
Campeão do primeiro turno do Brasileirão com uma rodada de antecedência e líder com quatro pontos de vantagem sobre Corinthians e Atlético-MG, o Palmeiras faz no domingo, às 16h, o jogo que encerra a primeira metade do campeonato. Pela 19ª rodada, o adversário será o Inter, em casa, no Allianz Parque.