A história ficou mais verde com seu campeão

Título da Copa do Brasil coroa as contratações feitas por Paulo Nobre na temporada 2015

Paulo Nobre dá resposta à Tirone com título

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Campinas, SP, 20 – Depois de uma reunião com o COF no Palestra Itália, por um triz, Paulo Nobre e Arnaldo Tirone, também conhecido como Chitãozinho, não chegaram às vias de fato por causa de uma provocação do presidente atual: “Peguei um clube quebrado. Compraram muitos jogadores ruins. Foi difícil arrumar a casa”.

Tirone pulou nas tamancas:

“Pois é, eu comprei 19 jogadores, mas ganhei a Copa do Brasil. Você comprou 40 jogadores e não ganhou nada”. Pois é, Paulo Nobre empatou com Tirone, pois botou a faixa no peito de campeão da Copa do Brasil, mas desde quando assumiu comprou jogadores meia-boca, mas, agora o Palmeiras é campeão.

Pra chegar nesse titulo, Nobre contratou 25 jogadores – aquele número de 40 contratados diz respeito desde a primeira gestão – e o título veio das mãos e pés de Prass, pelo pênalti que pegou e o gol da marca de cal que levou a torcida ao delírio numa noite de um milhão de emoções no Palestra Itália.

A hora é de comemoração e vem aí até um filme sobre as conquistas do Palmeiras, já batizado com a água benta do fanatismo como campeão do século 20. É um campeão da história.

Aliás, nessa historia de ranking de títulos, cada torcedor faz o seu. O Corinthians ganhou o Nacional deste ano e meteu a faixa de hexacampeão. Não são conquistas seguidas, mas alternadas, mas no fim somam-se todos os títulos para alegria e felicidade de torcedor.

Palmeiras é campeão da Copa do Brasil

Palmeiras é campeão da Copa do Brasil

O Palmeiras soma suas três Copas do Brasil, alternadas, como tricampeão. O São Paulo, idem com suas Libertadores e os títulos mundiais. Isso fica para os filólogos. Uns entendem que três, mesmo alternados, valem como tri. Outros preferem o conforto de ficar em cima do muro para não desagradar ninguém.

Mas deixemos isso de lado. O torcedor do Palmeiras tem 3 Copas do Brasil, títulos brasileiros, Mercosul, campeonatos paulistas e jacta-se de ser o maior campeão do Brasil.

Time por Time, o Santos me pareceu melhor tecnicamente. Só que, como dizia Rinus Michels, um dos maiores se não o maior técnico do mundo, com aquele futebol-encanto da Holanda, definiu muito bem um campeão: “Nem sempre o melhor ganha o título”.

Antes do Jogo, conversava com meu amigo José Fernando Moro, advogado dos bons, e ele me disse:

“O Santos me pareceu melhor que o meu time. Só que o Palmeiras bota o coração na ponta das chuteiras e, se isto acontecer, a gente vai tomar champanhe e botar mais uma taça na galeria do Palestra”.

VACILO NA VILA BELMIRO
Aconteceu. O Santos deixou o título escapar na Vila quando por ruindade de um atacante deixou de fazer o segundo gol. Na arena, casa cheia, e com uma torcida empolgada, O Palmeiras correu como um corcel inglês e buscou a vitória como se fosse um tigre esfomeado.

Mereceu. Até porque, na hora do pênalti, muita gente treme e suja a sunga. Mas, nem por isso, o Santos deve ser demonizado, pois jogou um futebol pra frente na maioria das partidas e tem potencial com seus garotos e a experiência desse Ricardo Oliveira, bom como o melhor dos vinhos de Bordeaux.

O Palmeiras não é um supertime. Tem suas limitações, mas na hora da verdade cada um precisa dar o máximo. Com 25 ou 40 jogadores, o Palmeiras é um campeão que vem escrevendo sua história, mesmo nas fases de muitas dúvidas e interrogações. Futebol é emoção, mas ninguém deve ser caixeiro de ilusões.

Agora, só falta o abraço de Paulo Nobre e Arnaldo Tirone. Vocês erraram, quase empataram nas compras, mas o Palmeiras aumentou suas conquistas. É isso que vale. Afinal, esse é um time que terminou Palestra e nasceu Palmeiras com uma vitória de 3 x 1 no São Paulo em 1942, graças ao general Adalberto Mendes, que entrou em campo com a bandeira do Brasil contra os quatrocentões que queriam tomar o patrimônio do Palmeiras e rasgar sua história.

PIXULECOS

1 – As cassandras saíram em silêncio do Palestra depois do título. A turma já tinha até convocado aquele cafajeste da FIFA que defendeu que os brasileiros mereciam um pontapé nos fundilhos, por atraso nas obras da Copa. As cassandras verdes diziam que se o Palmeiras perdesse a turma do pão de queijo – a CT do Verdão – voltaria desmoralizada para Minas Gerais.

2 – E possível isso? Gastaram quase um bilhão na Arena e a marca de cal nos pênaltis é um buraco só. Graças a isso, o jogador do Santos errou no primeiro pênalti.

3 – Paulo Nobre já avisou: devagar com essa história de contratações. Quem gosta de contratar é a mídia. Dá manchete e audiência em programas de rádio e tevê.

4 – E o Marco Polo Del Nero, hein? O homem não pode ir à Suíça nem para ganhar muito dinheiro. A polícia está sempre na porta do hotel.