Presidente da Juventus elogia projeto da Superliga Europeia, mas admite derrota
O empresário Andrea Agnelli, presidente da Juve, admitiu nesta quarta-feira que o projeto da Superliga não deve prosseguir
O empresário Andrea Agnelli, presidente da Juve, admitiu nesta quarta-feira que o projeto da Superliga não deve prosseguir
Campinas, SP, 21 – Três dias depois do polêmico anúncio e em meio a uma condenação quase unânime no mundo do futebol, os planos para se criar uma Superliga com gigantes do futebol europeu desmoronaram nesta quarta-feira. Os seis times ingleses que iriam participar da competição desistiram do projeto na terça-feira.
Nesta quarta, foi a vez dos clubes italianos – Internazionale, Milan e Juventus – e o Atlético de Madrid, da Espanha, abandonarem o projeto. Com isso, sobraram apenas Barcelona e Real Madrid.
DESILUDIDO
Presidente da Juventus, o empresário Andrea Agnelli admitiu nesta quarta-feira que o projeto da Superliga não deve prosseguir.
“Para ser franco e honesto, não. Evidentemente esse não é o caso”, disse o dirigente ao ser perguntado sobre a continuidade dele. “Continuo convencido da beleza daquele projeto, do valor que teria desenvolvido para a pirâmide, da criação da melhor competição do mundo, mas evidentemente não. Não acho que esse projeto ainda esteja em pé”.
Agnelli, que renunciou ao cargo de presidente da Associação de Clubes Europeus, era um dos artífices da proposta e virou alvo da Uefa, entidade que comanda o futebol europeu. O presidente da Uefa, o esloveno Aleksander Ceferin, chamou Agnelli de “cobra e mentiroso” na última segunda-feira, dia seguinte ao anúncio dos planos da Superliga.
“Nos falamos no sábado e Agnelli disse que os boatos sobre a Superliga eram apenas boatos. Depois não me atendeu mais”, disse Ceferin em entrevista ao jornal italiano La Gazzetta dello Sport, acusando o compadre de jogo duplo. “Agnelli é uma das minhas maiores decepções, de fato a maior. Eu nunca vi uma pessoa que poderia mentir assim o tempo todo, é realmente incrível”, completou.
SAÍDA ESPANHOLA
Ao anunciar a sua saída do projeto da Superliga Europeia, o Atlético de Madrid disse que “a harmonia é essencial” entre o clube e a torcida e acrescentou que a equipe titular e o técnico argentino Diego Simeone apoiaram a decisão porque “o mérito esportivo deve prevalecer sobre qualquer outro critério”.
No seu comunicado oficial da desistência, a Internazionale afirmou estar “empenhado em oferecer aos torcedores a melhor experiência futebolística”, acrescentando: “Nosso compromisso com todas as partes interessadas para melhorar a indústria do futebol nunca mudará”.
Horas depois, o Milan seguiu o mesmo caminho, oficializando a sua saída – que já era esperado desde segunda-feira. O tradicional clube italiano indicou que aceitou o convite para a liga pensando em “oferecer a melhor competição europeia possível” para o os torcedores, mas que voltou atrás pela reação dos apaixonados pelo esporte. “As vozes e as preocupações dos fãs de todo o mundo foram claramente expressas sobre a Superliga e o Milan deve ser sensível à voz daqueles que amam este esporte maravilhoso”, destacou.