E aí Arcanjo: até quando o senhor vai contrariar aquilo que cobra o pontepretano
Novorizontino é campeão do Troféu do Interior
E aí Arcanjo: até quando o senhor vai contrariar aquilo que cobra o pontepretano
A pergunta que o torcedor pontepretano faz ao presidente Sebastião Arcanjo é curta e grossa: até quando vai prevalecer laços de amizade com o treinador Fábio Moreno, num negócio extremamente profissional?
Por mais que se compreenda que Arcanjo não seja da bola, pressupõe-se que não deveria engolir a conversa de seu treinador quando alega que o time está se ajustando, que foi prejudicado por causa da Covid, que, em decorrência disso, não houve tempo adequado de treinamento durante a paralisação do Paulistão.
A derrota para o Novorizontino por 2 a 0, na noite desta quinta-feira, em Novo Horizonte, pela final do Troféu do Interior, foi apenas extensão daquilo que se arrastou ao longo da competição.
Maciçamente, a torcida pontepretana cobra mudança na comissão técnica, pra que recupere parcialmente o tempo perdido, visando a largada do Campeonato Brasileiro da Série B.
Arcanjo, procure se informar com os seus amigos mais próximos, na tradicional resenha de futebol, pois certamente vão lhe mostrar por ‘A’ mais ‘B’ a quantidade de coisas erradas no futebol da Ponte Preta.
Portanto, não queira remar contra a maré. Não dê murro em ponta de faca. Ao contrariar maciçamente os seus torcedores, a cobrança passa a ser direcionada exatamente sobre o senhor.
SEM PADRÃO TÁTICO
Que esse time da Ponte Preta não tem padrão tático e cada boleiro faz aquilo que dá na telha, está mais claro de que nunca.
Após a infrutífera troca de bola entre integrantes do compartimento defensivo pontepretano, ela é alongada ao ataque. Aí, ora mira-se o atacante Moisés, ora a correria do lateral-direito Apodi, que se projeta no vazio.
Não espere organização de saída de bola pelas beiradas do campo, ou através de volantes.
Assim, o time vive de lampejos de um ou outro para incomodar goleiros adversários.
ESCALAÇÃO
É elementar se cobrar de treinadores que escalem corretamente a equipe.
Nas poucas vezes que jogou, o lateral-esquerdo Jean Carlo, feito na base, não comprometeu.
Ora, então por que essa insistência de improvisação do lateral-direito Felipe Albuquerque na função, um destro que não sabe usar a perna esquerda?
Se o meia Renatinho está fora de forma, por que a teimosia ao escalá-lo e posicionado na beirada de campo?
Isso se não tivesse um especialista na função, caso de Bruno Michel, que, mesmo com altos e baixos, estaria mais bem condicionado pra começar jogando.
A insistência com o centroavante Paulo Sérgio tem irritado o torcedor, embora o ganho não seja muito maior com a escalação de João Veras.
SUBSTITUIÇÕES
Aí começa o repertório de substituições no segundo tempo, com mexida em três posições para colocar em campo o lateral-esquerdo Jean Carlo.
Tira-se Felipe Albuquerque dali e o remaneja à sua posição originária de lateral-direita. Assim, avança-se Apodi, pra que seja atacante, mas, encaixotado na marcação, é sacado aos 29 minutos, dando lugar para Bruno Michel.
Se o futebol do volante Locatelli era aquém do esperado, o que o time teria a ganhar com a entrada do meia Renan Motta, incapaz de organizar uma jogada sequer?
Reflexo de tudo isso é que o goleiro Giovanni, do Novorizontino, só foi exigido, pra valer, ao interceptar cruzamento rasteiro e perigoso de Moisés, aos 44 minutos do primeiro tempo. E nada mais.
A bola chutada de fora da área pelo volante Dawhan, resvalada no meia Camilo, seria defendida por Giovanni, que acompanhava o lance, independemente do leve toque no travessão, antes de sair.
Convenhamos: muito pouco para um time lento e previsível.
Acertartamente o treinador Léo Condé, do Novorizontino, duplicou a marcação sobre Moisés, e assim aniquilou a capacidade ofensiva pontepretana.
DESGASTE
Como o Novorizontino chegou ao gol logo aos quatro minutos de partida, quando Jenison ganhou jogada e serviu Felipe Rodrigues para finalizar, a opção lógica foi ele se resguardar, até porque a média de idade da equipe é alta e preocupante pela maratona de jogos.
Assim, jogadores como o lateral-esquerdo Paulinho, meia Murilo Rangel e atacante de beirada Danielzinho estavam visivelmente desgastados na metade do segundo tempo.
Por sinal, devido à improdutividade de Danielzinho, o treinador Léo Condé demorou para colocar em campo o meia-atacante Douglas Baggio, apenas aos 40 minutos do segundo tempo, ocasião em que ele participou da criação de duas charas chances de gols da equipe.
Na primeira, Murilo Rangel desperdiçou. Na segunda, o atacante Cléo Silva, na cara do gol, chutou a bola em cima do goleiro Ygor Vinhas.
Afora isso, o volante Léo Baiano também desperdiçou chance clara, mas teve participação na jogada ensaiada que ocasionou o segundo gol do mandante, aos 25 minutos do segundo tempo.
Após escanteio cobrado no primeiro pau, ele ajeitou de cabeça para o segundo, onde encontrou o zagueiro Édson Silva livre de marcação, para testar e empurrar a bola à rede.