CBF "estraga" semifinais da Copa Verde e afasta os torcedores do estádio
Pela primeira vez na história da competição a semifinal não terá Paysandu e Remo frente a frente
A semifinal da Copa Verde exigirá muita disposição do torcedor
Brasília, DF, 10 (AFI) – A semifinal da Copa Verde exigirá muita disposição do torcedor. Se já não bastasse a desatenção com a maior competição da região, também faltou sensibilidade à Confederação Brasileira de Futebol (CBF), que mais uma vez afastará o torcedor do estádio. Isso porque, de acordo com o regulamento, Rondoniense-RO e Santos-AP não poderão jogar em suas casas – não poderão sequer jogar no seu estado. O primeiro mandará o jogo com o Luverdense na Arena da Floresta, em Rio Branco (AC), e o outro enfrenta o Paysandu no Castelão, em São Luís (MA).
O artigo 18 do Regulamento Específico da Competição prevê que a semifinal e a final só poderão ser disputadas em estádios com 10 mil pessoas de capacidade, ou mais. Atualmente o Zerão, casa do Santos de Macapá, comporta 4 mil pagantes. Mesma situação do Aluízio Ferreira, em Porto Velho (RO), onde 4 mil pessoas podem acompanhar o Rondoniense.
Esses estádios condizem com as realidades dos clubes. Nos dois jogos que disputaram na Copa Verde, Santos e Rondoninense não passaram de mil torcedores como público pagante. Por sinal, poucos Boletins Financeiros ultrapassaram a marca de 4 mil pagantes e, em sua maioria, contavam com Paysandu ou Remo jogando em Belém, onde contam com o apoio de uma grande massa.
Em 2016, por exemplo, o clássico Re-Pa levou, no total, mais de 35 mil pessoas ao Mangueirão nas semifinais da Copa Verde, mas, no outro jogo, Aparecidente e Gama teve 302 pagantes em Goiás e 3.663 no Distrito Federal. O mesmo aconteceu na semi de 2015, quando 871 torcedores viram Luverdense e Cuiabá no Passo das Emas e depois 1.286 na Arena Pantanal, no jogo inclusive que deveria ser tratado como um clássico regional.
Pela primeira vez na história da competição a semifinal não terá Paysandu e Remo frente a frente, justamente por isso a CBF poderia ter a sensibilidade para interpretar o regulamento e manter Rondoniense e Santos dentro das suas casas, com o apoio das suas torcidas. Mas, mais uma vez, quem deve ser prejudicado é o torcedor, que, por enquanto, terá que viajar para acompanhar um dos momentos mais marcantes da história recente dos seus clubes.
RONDONIENSE
É verdade que o Acre faz fronteira com Rondônia, mas isso não poupará o torcedor da viagem que deve durar pouco mais de 7 horas com o carro pela BR 364. Saindo do estádio Aluízio Ferreira, que fica no norte do estado, é preciso descer até a divisa com a Bolívia, atravessar o Rio Madeira de balsa e manter o curso até Rio Branco. Apesar de ser federal, a rodovia é conhecida pelo tráfico de caminhões e por ter apenas duas mãos – uma que vai e outra que volta. Justamente por isso há trechos com muitos buracos.
Importante ressaltar que a diretoria do Rondoniense ainda corre contra o tempo para evitar esse deslocamento. A diretoria tenta viabilizar arquibancadas móveis no estádio Aluízio Ferreira e aumentar a capacidade. Para isso, o time ainda precisa dos laudos técnicos e a aprovação da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), que até o momento confirma o jogo em Rio Branco. Na cidade de Porto Velho tudo já está “esquematizado” com a Sejucel.
SANTOS
Se a situação do Rondoniense é complicada, a do Santos chega a ser trágica: não há nenhuma estrada que ligue Amapá e Maranhão. O único meio do torcedor macapaense chegar na ilha de São Luís é de avião. Em linha reta são pouco mais de mil quilômetros, com aproximadamente 2h40 minutos de voo, sem escala. A capital do Amapá fica na beira do Rio Amazonas, de frente para a Ilha de Marajó. Em um levantamento do Futebol Interior, as passagens custam numa faixa de R$ 300 e R$ 1,2 mil.
Outro ponto que chama a atenção: a torcida do Paysandu está muito mais próxima do estádio Castelão, do que o próprio Santos. Belém fica no oeste do Pará, na beira da Baía do Guajará. De carro, o torcedor paraense tem que viajar quase 10 horas e pegar uma balsa na Baía de São Marcos, já que São Luís é uma ilha. Mas, de avião, a viagem não passa de uma hora e não tem escala. Os preços, em média, são de R$ 400, até R$ 900.
Rondoniense-RO | x | Luverdense |
15/04/2017 18:00 | ||
Santos-AP | x | Paysandu |
15/04/2017 19:30 |