Ex-atleta denunciou corrupção na escolha do Rio como sede olímpica ao MP francês

Diack teria informado ao MP que utilizou a influência de seu pai para negociar votos na escolha da cidade sede dos Jogos de 2016

Diack teria informado ao MP que utilizou a influência de seu pai para negociar votos na escolha da cidade sede dos Jogos de 2016

0002050265410 img

Campinas, SP, 05 – O ex-atleta brasileiro Eric Walther Maleson, que competiu no bobsled nos Jogos de Inverno de 2002, denunciou ao Ministério Público Francês a existência de irregularidades na escolha do Rio para sediar a Olimpíada de 2016. Maleson, que é fundador e ex-presidente da Confederação Brasileira de Desportos no Gelo, relatou ao órgão que teria ocorrido fraude na votação dos países africanos para a escolha da cidade brasileira para receber o evento.

Em julho de 2009, Eric Maleson também informou às autoridades brasileiras, por meio de carta rogatória, que a delegação brasileira, composta por Carlos Arthur Nuzman e Ruy Cesar Miranda Reis, se dirigiu à Nigéria para apresentar o Rio de Janeiro aos países africanos. Posteriormente, Reis teria pago uma quantia para garantir a votação na cidade fluminense.

Eric Maleson denunciou esquema de compra de votos para RIO-2016

Eric Maleson denunciou esquema de compra de votos para RIO-2016

Segundo informações das autoridades francesas, após análise nas contas bancárias de Papa Diack (filho do então presidente da Associação Internacional de Federações de Atletismo, Lamine Deck), verificou-se uma transferência suspeita efetivada pela conta Matlock para conta pessoal de Diack. Esta conta foi aberta pelo empresário Arthur Cesar , o “Rei Arthur” para repassar dinheiro de propina para o ex-governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB).

Diack teria informado ao MP Francês que utilizou a influência de seu pai para negociar votos na escolha da cidade sede dos Jogos Olímpicos de 2016. A transferência, feita alguns dias antes da votação, foi de US$ 2 milhões (R$ 6,2 milhões na cotação atual) a favor de Papa Diack.

Rei Arthur é sócio do Grupo Facility, que inúmeros contratos com os governos do Estado e do Município do Rio de Janeiro. Segundo o Ministério Público, Arthur Cesar auxiliava Cabral na medida em que fornecia capital e ajudava em sua lavagem. Em contrapartida, ele garantiria a contratação de suas empresas para atuar nos setores de serviços da cidade do Rio de Janeiro.