Ponte Preta faz BO contra grupo de torcedores que agrediu jogadores e quebrou Gorilão

Perto de 20 torcedores partiram para a agressão e danificaram vários vidros do Gorilão, ônibus do clube

Perto de 20 torcedores partiu para a agressão e danificou vários vidros do Gorilão, ônibus do clube

Campinas, SP, 25 (AFI) – Recepcionada sob protestos no Aeroporto de Viracopos, em Campinas, por cerca de 20 torcedores a direção da Ponte Preta decidiu agir dentro da lei e registrar um Boletim de Ocorrência (BO) no 4.º Distrito Policial de Campinas, no bairro Taquaral, ao lado da Lagoa. A delegação chegou ao aeroporto perto das 18 horas e aportou na frente da delegacia às 18h48.

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O ônibus que transportava atletas, comissão técnica e dirigentes foi direto até a delegacia. Lá foi registrado um ‘BO’ contra os indivíduos que agrediram física e verbalmente jogadores, comissão técnica e seguranças. Dois atletas teriam sido agredidos – o atacante Lucca e o volante Fernando Bob – além de um segurança que fazia a proteção à delegação.

AGRESSÃO E AMEAÇA
Além do BO por agressão, também será registrado formalmente a denúncia por ameaça não só aos presentes como aos familiares deles, e por vandalismo contra o ônibus, que teve danos como alguns vidros quebrados.

Como prova serão apresentados vídeos que circularam rapidamente nas redes sociais, além de vídeos da Imprensa e também gerados pelas câmeras internas do aeroporto.

Vidro dianteiro do ônibus foi danificado, além de alguns amassos na lataria

Vidro dianteiro do ônibus foi danificado, além de alguns amassos na lataria

Nenhum jogador quis falar, mas a assessoria de imprensa do clube informou que a decisão foi único de todos os jogadores, engrossados pelos membros da comissão técnica. Os seguranças do clube tomaram muito cuidado para não agredir ninguém.

“Nosso objetivo foi apenas proteger os jogadores” – disse um deles. Os vídeos mostram isso.

AÇÃO POLÍTICA

Pela manhã, os portões principais do estádio Moisés Lucarelli aparecem com uma frase pichada:

“Se cair prepare-se para apanhar”.

Depois da derrota para a Chapecoense, por 1 a 0, domingo, em Santa Catarina, a Ponte Preta entrou pela primeira vez na zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro. Tem 28 pontos e ocupa a 18.ª posição. O seu próximo jogo será diante do Flamengo, na próxima segunda-feira à noite, em Campinas, pela 26.ª rodada.

Para a direção do clube esta ação é de uma minoria, talvez, incentivada pela disputa política do clube no final de ano. Mesmo porque à noite aconteceu uma reunião ordinária do Conselho Deliberativo no salão nobre do majestoso e também com alguns protestos.

CENA TRISTE. Toda a delegação decidiu prestar BO na delegacia no 4.º Distrito, na Lagoa do Taquaral

CENA TRISTE. Toda a delegação decidiu prestar BO na delegacia no 4.º Distrito, na Lagoa do Taquaral

CLIMA RUIM
Na delegacia, o clima era de velório. Os jogadores estavam decepcionados com os acontecimentos. Alguns assustados e outros demonstrando irritação com as agressões sofridas. Seguindo orientação da diretoria, ninguém falou à Imprensa, nem jogadores, nem membros da comissão técnica.

Mais experientes e acostumados a situações parecidas no futebol, os membros da comissão técnica estavam mais à vontade. Todos têm grande ligação com o clube como o auxiliar João Brigatti e o treinador de goleiros André Dias, ambos ex-goleiros da Macaca.

O mesmo vale para o gerente de futebol Gustavo Bueno, filho do ídolo Dicá, e para o técnico Eduardo Baptista, filho do técnico Nelsinho Batista, que começou a carreira no Majestoso na década de 70.

“Infelizmente este tipo de coisa, com agressão, não é aceitável. O grupo está unido, sabe da sua obrigação e precisa ter calma para trabalhar e não receber ameaças” – revelou um membro da comissão técnica que pediu para não ser identificado.

BAPTISTA É PONTEPRETANO
A Assessoria de Imprensa também desmentiu o boato de que haveria um pedido do técnico Eduardo Baptista para sair do clube.

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“Jamais ele faria isso. Acima de tudo, além de ser um baita profissional, ele é pontepretano. Tudo agora é uma questão de honra para ele” – atestou José Henrique Semedo, que faz parte da assessoria do clube.

Por conta deste clima ruim gerado por parte da torcida é possível que a Ponte Preta realize treinos fora da cidade. A decisão está nas mãos da diretoria.

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