Fifa aprova estrutura para permitir repasse de US$ 100 milhões para a CBF
Prometido em 2014, esse fundo de aproximadamente R$ 330 milhões ao Brasil fazia parte do legado da Copa do Mundo
Prometido em 2014, esse fundo de aproximadamente R$ 330 milhões ao Brasil fazia parte do legado da Copa do Mundo
Campinas, SP, 27 – A Fifa voltará a enviar recursos para o futebol brasileiro, depois de dois anos e meio de suspensão. Nesta sexta-feira, a entidade aprovou a criação de uma estrutura sem fins lucrativos para permitir que o dinheiro prometido para a CBF seja repassado. As duas entidades serão sócias para administrar os recursos milionários.
Prometido em 2014, um fundo de US$ 100 milhões (aproximadamente R$ 330 milhões) ao Brasil fazia parte do legado da Copa do Mundo e seria investido nos estados que não receberam jogos do torneio como forma de compensação por não terem sido escolhidos. Ainda assim, o valor era apenas 2% da renda que a Fifa obteve com o evento no País.
Mas a história mudou depois do indiciamento de dirigentes brasileiros na Justiça norte-americana. Advogados da entidade alertaram que seria um risco fazer uma transferência para uma entidade cujo comando estava sendo questionado.
Para chegar a novo entendimento, a Fifa exigiu novos controles sobre o destino dos recursos, fiscalização e um programa de compliance por parte da entidade brasileira. Uma estrutura será criada no Brasil, com a participação da Fifa e da CBF.
Em setembro, um entendimento inicial foi obtido, com o compromisso de que uma nova entidade seria criada até o final do ano. Nela, Fifa e CBF seriam sócias na gestão dos recursos a serem aplicados no Brasil. Agora, a Fifa confirma que o processo irá adiante. Na semana passada, técnicos da CBF estiveram em Zurique, enquanto os primeiros programas começam a ser definidos.
CONTROLES
A Fifa também aceitou criar mecanismos extras de controle para começar a liberar o dinheiro que a CBF tem direito a receber como membro da entidade máxima do futebol.
Esses recursos e até prêmios estavam congelados. Em 2016, a CBF deveria ter recebido US$ 1,25 milhão (R$ 4,1 milhões), mesmo valor de 2017. Mas isso não foi pago, exatamente por conta da situação dos dirigentes nacionais. Nem mesmo o prêmio pelo Mundial de Futebol de Areia havia sido liberado.