Belo Horizonte, MG, 12 (AFI) – Antes mesmo do Campeonato Brasileiro da Série B começar, praticamente todo mundo apostava que o Internacional subiria com os pés nas costas e conquistaria o título. Assim como o típico mineiro, o América foi chegando de mansinho, comendo pelas beiradas e no último sábado conquistou o acesso à elite ao vencer o Figueirense, por 2 a 1, em Florianópolis.

A vitória na capital catarinense foi a terceira seguida do Coelho, que chegou aos 66 pontos e assumiu a liderança graças ao tropeço do Internacional diante do Vila Nova, em Porto Alegre. Restando apenas mais três rodadas para o final do campeonato, o América ainda pode ser alcançado pelo Oeste (quinto colocado, com 57) na pontuação, mas levaria vantagem no número de vitórias – hoje a diferença é de quatro (18 contra 14).

O Portal Futebol Interior traz para o internauta um especial sobre o América-MG. Nós procuramos listar quatro pontos que foram de extrema importância para a bela campanha realizada pelo Coelho nesta Série B. O time comandado por Enderson Moreira tem tudo para ser coroado com o bicampeonato da Segunda Divisão.

O América-MG foi o primeiro a conquistar o acesso à elite do Campeonato Brasileiro e agora busca o bi da Série B

1) POLÍTICA PÉS NO CHÃO
Após ter sido rebaixado como lanterna no Brasileirão do ano passado, o América-MG não fez loucuras e adotou a política pés no chão. O pensamento é simples: montar um elenco que você tenha condições de honrar os compromissos, evitando assim atrasos salariais. Nesta Série B, quem ficou em dívida com os jogadores foi rebaixado, como são os casos de ABC, Náutico e Santa Cruz.

O América-MG é dono de uma das maiores folhas salariais do campeonato: 600 mil por mês. Isso é o que recebe o meia D’Alessandro, camisa 10 e capitão do Internacional, principal concorrente ao título da Série B. O Colorado gasta R$ 7,5 milhões por mês e ainda não tem o acesso à elite garantindo.

2) APOSTA NO TRABALHO DO TREINADOR
A tabela de classificação, porém, mostra que de nada adianta você ter dinheiro se não tem planejamento. O Internacional, por exemplo, trocou a comissão técnica três vezes. Já o América-MG apostou no trabalho realizado por Enderson Moreira. Contratado em julho do ano passado, o treinador foi rebaixado no Brasileirão, mas mesmo assim teve o respaldo da diretoria para colocar o Coelho novamente na elite.

Críticas neste início de temporada vieram apesar do terceiro lugar no Campeonato Mineiro. O time foi eliminado na fase de grupos da Primeira Liga e na segunda fase da Copa do Brasil para o modesto Murici-AL. No entanto, a Série B era o principal objetivo do América-MG e a recompensa veio no último domingo. Enderson Moreira também honrou seu compromisso ao rejeitar a proposta da Chapecoense em julho.

O contratado do treinador se encerra em dezembro e a diretoria já manifestou interesse em mantê-lo para 2018. Enderson Moreira, porém, deixa as conversas para depois mesmo após a conquista do acesso. O foco agora é o título da Série B.

3) O ELENCO
Não é novidade para ninguém que a mescla de jogadores experientes com jovens dá certo. E o América-MG provou isso. A média de idade do elenco é de 26,21. Os mais velhos são o goleiro Fernando Leal (36), o lateral Ceará (37), os zagueiros Lima (32) e Rafael Lima (31), o volante David (35), o meia Gerson Magrão (32) e os atacantes Edno (34), Bill (33) e Hugo Almeida (31).

Enderson Moreira também trabalha com jogadores jovens, como os casos dos zagueiros Messias (23) e Roger (22), dos volantes Neto Moura (21) e Zé Ricardo (21) e do atacante Matheusinho (19). Esse último, inclusive, é uma das principais revelações desta Série B, apesar de ter se contundido na reta final do campeonato.

Para completar, o elenco conta com atletas considerados experientes devido as suas carreiras e não pela idade, como o goleiro João Ricardo (29), os laterais Norberto (27) e Ernandes (30), o volante Juninho (30), os meias Ruy (28), Renan Oliveira (27) e Felipe Amorim (26), além do atacante Luan (29).

4) REGULARIDADE DENTRO E FORA DE CASA
A boa campanha do América-MG ficou marcada também pela regularidade dentro e fora de casa. Apesar de ter a terceira menor média de público da Série B – 2.340 pessoas por jogo, na frente apenas de Luverdense e Boa Esporte -, o Coelho é dono da quinta melhor campanha como mandante. Em 17 jogos, são dez vitórias, cinco empates e apenas duas derrotas. O time mineiro está atrás de Paraná, Juventude, Internacional e Oeste.

Já como visitante, o América-MG é dono da melhor campanha. Em 18 jogos, o time teve oito vitórias, sete empates e apenas três derrotas. A última derrota fora de casa foi no dia 27 de setembro, no confronto direto contra o Internacional. Depois disso, o Coelho teve três vitórias e dois empates.