Paulistão: Diretor financeiro revela rombo de R$ 10 milhões na Ponte Preta

Reflexo de todos os erros da gestão passada, o clube não pôde fazer grandes investimentos no futebol em 2018

Dia após dia a paz vai desmoronando na Ponte Preta

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Campinas, SP, 01 (AFI) – Dia após dia a paz vai desmoronando na Ponte Preta. Com os recentes processos trabalhistas, o diretor financeiro Gustavo Valio revelou que o clube fechou 2017 com um rombo de R$ 10 milhões no caixa, provocado principalmente pelo rebaixamento no Campeonato Brasileiro. Sofrendo desde outubro para sair da zona de rebaixamento, o ex-presidente Vanderlei Pereira não conseguiu antecipar as cotas de televisão para quitar as dívidas com o elenco.

Os volantes Naldo e Jean Patrick, os laterais Fernandinho e João Lucas, e o zagueiro Fábio Ferreira entraram na justiça alegando salários atrasados e outros direitos trabalhistas. O goleiro Aranha, que está praticamente fora dos planos de Eduardo Baptista, pode ser o próximo na lista, já que a Ponte Preta não tem dinheiro para fechar um acordo de rescisão com o jogador. Outros atletas da última temporada também podem seguir o mesmo caminho.

As notícias não mexeram apenas com o caixa da Ponte, mas também com a torcida, que confiava no discurso de Vanderlei Pereira. O ex-presidente se gabava por manter as contas em dia e garantia que tudo estava em ordem no Moisés Lucarelli, mas o rebaixamento e os processos trabalhistas levaram por terra o discurso do antigo cartola. Agora o novo presidente, Armando Abdalla, eleito recentemente, tem que consertar os erros da última gestão.

Diretor financeiro Gustavo Valio revela rombo de R$ 10 milhões na Ponte Preta

Diretor financeiro Gustavo Valio revela rombo de R$ 10 milhões na Ponte Preta

Segundo Gustavo Valio, a Ponte Preta usou a verba de 2017 para quitar as dívidas antigas do clube, que estava na casa dos R$ 23 milhões. Ele garante que elas praticamente foram quitadas. Mas também aponta que essa foi uma das principais explicações para o atraso dos salários. Em dezembro o clube teve que recorrer ao presidente de honra Sérgio Carnielli para acertar o décimo terceiro dos jogadores.

Brigando contra a zona de rebaixamento, a Ponte Preta não conseguiu antecipar as cotas de TV, já que não garantia a sua permanência na Série A. Para piorar, o que era apenas um pesadelo virou realidade: a Macaca terminou a temporada rebaixada para a Série B. Com isso, deixa de receber R$ 34 milhões das cotas e passa a trabalhar com apenas R$ 7,5 milhões (bruto). A principal consequência disso é na folha salarial, que caiu de R$ 2,2 milhões para R$ 800 mil.

Reflexo de todos os erros da gestão passada, a Ponte Preta não pôde fazer grandes investimentos no futebol em 2018. As apostas de Eduardo Baptista são na categorias de base e em jogadores mais novos, como Fellipe Cardoso, que veio negociado do Osvaldo Cruz, clube que disputa a Segunda Divisão do Campeonato Paulista.