Antes tarde de que nunca. Parabéns, presidente Abdalla, pelas demissões na Ponte Preta

Eduardo Baptista e Gustavo Bueno foram desligados do futebol do clube

Antes tarde de que nunca. Parabéns, presidente Abdalla, pelas demissões na Ponte Preta

Na hora que a água bate na bunda, não há coração, não há amizade. Há, sim, a sábia decisão de preservar a instituição.

Se eventualmente o presidente pontepretano Amando Abdalla não quis constranger o amigo Dicá, parceirão no quadro de funcionários da Secretaria de Esportes da Prefeitura de Campinas, felizmente a instituição falou mais alto de que a amizade.

Ainda bem que Abdalla pensou mais nas suas atribuições de preservar a entidade e demitiu o filho de Dicá, Gustavo Bueno, da função de gerente de futebol da Ponte Preta.

Parabéns, Abdalla, pela coragem. Embora tardiamente, você rompeu com algo estranho que circundava a Ponte Preta, com a continuidade de Gustavo Bueno no clube, após o reflexo natural do trabalho comprometedor ano passado, que resultou em rebaixamento da equipe à Série B do Campeonato Brasileiro.

‘Centas’ vezes foi interrogado o que prendia Bueno na Ponte Preta? Seria multa contratual de um contrato que impedia rompimento?

Tivesse simancol, Bueno já teria se desligado, tal a incrível incidência de rejeição dele na Ponte Preta.

O que o prenderia na Ponte Preta?

Eis um mistério que ninguém ousou desvendar.

EDUARDO BAPTISTA

Diferentemente de Bueno, convenhamos que o treinador Eduardo Baptista não é um estranho no ninho, apesar dessa desastrosa segunda passagem como treinador do clube.

Baptista tem lá as suas virtudes, e de certo futuramente vai dar a volta por cima. Portanto, não cabe avaliação específica dele de oito ou oitenta.

Talvez a vida tenha lhe reservado um momento de reflexão para alterar algumas convicções intempestivas.

Pra remar contra a maré é preciso uma convicção que a prática mostrou que ele não tinha.

Mudou abruptamente o miolo de zaga da Ponte, ano passado, sabendo perfeitamente que continuaria tudo do mesmo tamanho.

A conivência com o projeto do Departamento de Futebol da Ponte Preta para aproveitamento da garotada recém promovida dos juniores foi fatal.

Aí faltou-lhe discernimento para distinguir que na base o quesito fundamento havia sido relegado a plano terciário.

Não dimensionou que o lateral-direito Emerson não sabe bater na bola, que não foi ensinado ao centroavante Yuri sequer fazer a ‘parede’ para companheiro que vem de trás.

Logo, aquilo que não foi ensinado na base teria que ser feito no profissional. Todavia, o imediatismo do futebol não reserva tempo para isso.

Foi citado aqui que apenas o goleiro Ivan estava relativamente preparado de imediato para subir, e com algumas ressalvas. Desde o ano passado espalmava bola para o interior de sua área, mas gradativamente tem corrigido o defeito.

Longe de pretender ser melhor que ninguém, mas aquilo que ocorre agora era bola cantada. Citei com todas as letras nesse espaço, em dezembro passado, e você sabe muito bem disso, Baptista.

Como a vida é um eterno aprendizado, oxalá você saiba tirar proveito dessa dura, porém necessária lição. E é vida que segue.

BRIGATTI

O que o interino João Brigatti pode agregar à Ponte Preta no jogo contra a Ferroviária?

O jargão ‘vamos lá moçada’ está fora de questão, até porque ninguém pode negar que jamais faltou transpiração ao time pontepretano.

Já seria uma sábia decisão se Brigatti esquecesse dos meio-campistas Léo Artur e João Vitor, e montasse um esquema que dê liberdade total para avanços do lateral-esquerdo Orinho. Claro que deve sugerir que o lateral insista naquelas ‘patadas’ de qualquer distância.

Quem sabe uma daquelas bolas entra.

Afora isso, não dá pra esperar criatividade do meio de campo e dos atacantes disponíveis.

Ainda bem que a Ponte precisa apenas de um empate, ou talvez escape da degola até com derrota.