Márcio Ribeiro, do Água Santa, diz que não se pode conviver somente com glórias
O treinador abriu o jogo em entrevista e comentou o momento atual do clube e suas outras passagens
O treinador abriu o jogo em entrevista e comentou o momento atual do clube e suas outras passagens
Diadema, SP, 16 (AFI) – Em entrevista exclusiva para o Diadema News depois do treino da manhã de hoje (sexta-feira, 16) antes do jogo de sábado que pode mudar o destino do Água Santa, se fica ou não na Série A2, o técnico Márcio Ribeiro revelou coisas do presente, passado e futuro. E que sua saída depois do três acessos consecutivos se deu por causa do desgaste.
Por Elias Lubaque
Qual a preparação contra o time do Audax amanhã?
Técnico Márcio Ribeiro– Uma situação extremamente complicada, da qual ninguém gostaria de estar passando. Ai sobrou pra mim essas partidas finais pra eu estar fazendo, até por conhecer o clube a diretoria. Então peguei essa responsabilidade. Infelizmente na primeira partida que peguei, quando estávamos crescendo tomamos o segundo gol, mas a equipe entendeu mais o menos aquilo que a gente quer. Nós sabemos que duas vitórias praticamente nos tira fora de qualquer perigo do rebaixamento. Então é em cima disso que trabalhamos na semana, em cima dessas três partidas das quais dois jogos vai ser em casa e com duas equipes que é uma briga direta que é o Audax e a outra sem chance de classificação que não sei é bom o ruim. Mas muito confiante tentando juntar o grupo o máximo possível para que a gente possa tirar o Água dessa situação.
Se você pudesse montar um time diferente agora, você montaria?
Márcio Ribeiro– Nós atendemos ao treinador que estava, como segundo gerente você atende a solicitação do treinador, você também indica alguma coisa e é atendido ou não, mas sempre a priori, mesmo a diretoria atendendo ou não eu batia no peito e era aquele jogador que eu achava que me servia. E assim foi feito, nós atendemos a tudo que foi pedido, infelizmente apesar de jogadores qualificados, jogadores da série de brasileiros B e C, não encaixou, e nós não estamos aqui para condenar quem montou, participou da montagem. Agora, com certeza talvez algum jogador poderia estar ai, mas seria uma equipe muito diferente daquilo que a gente pensaria.
A diretoria do Água por algum momento negou algum jogador por causo de valor ou outro motivo?
Márcio Ribeiro – O que temos que entender é que com o plantel qualificado, com jogadores que fizeram outras competições e campeonatos de outros estados, o Água só não subiu o ano passado porque infelizmente o menino bateu o pênalti pra fora. Então, você tem que atender uma comissão técnica que foi a campeão geral por pontos, então não houve erro na montagem. E vocês tem que entender que essa comissão técnica foi mantida. Então ela tem aval e tem crédito para pedir jogadores. É claro que você opina, você dá a sua opinião, você participa, você esta fazendo um trabalho em cima de vitórias. O Água só não subiu porque foi batido um pênalti pra fora o ano passado, se não o Água Santa estaria na série A1. Quando você fala não, ou deixa de atender, ou põe em dúvida um o outro jogador que você queira, ou um o outro jogador que a comissão técnica quer. Você vai atender a comissão técnica, é claro que nós indicamos, damos opiniões de quase todos jogadores em conjuntamente, mas essa não é a questão, a questão é que não houve encaixe.
Faltou encaixe na sua opinião?
Márcio Ribeiro– Passou-se o toninho, um profissional extremamente competentes o Jorginho, trabalhadores, e tentaram de todas as formas montar um padrão de jogo e não conseguiam, os resultados não apareceram e chegou a onde chegou. Agora resta a gente tentar consertar, e esse conserto serve pra todos, para mim, para Jorge, diretoria. Não adianta agora ficar buscando culpado ou quem errou.
Você acha que o jogo de vida ou morte seria amanhã contra o Audax?
Márcio Ribeiro – São os três. Mas agora o mais importante é o de amanhã, nós temos que passar amanhã. Esta muito interessante o campeonato, os pontos foram tão pucos, que uma vitória amanhã, dependendo da sequência do campeonato já nos tira do sufoco. Pode ser que precisamos vencer todas, ou duas. A cada jogo vamos viver uma situação. Tentar fazer o resultado amanhã, a gente acredita que com a vitória amanhã, terminamos a rodada fora do rebaixamento. Ai é um peso que sai das costas, e a analisa o próximo adversário com mais calma e sabendo o que fazer para não voltar para a zona de rebaixamento. E deixar para a última rodada o jogo que nos qualifica ou não para o a Série A2 do ano que vem.
A questão psicológica vai ser fundamental?
Márcio Ribeiro– Sim. Uma vitória vai tirar esse peso. E tudo com qualidade e com a experiência de todos os atletas, com o que já vivemos com relação a Série A2, com a diretoria que já viveu essa situação no passado, fica mais fácil. Não resolve o problema sem dúvida, mas fica mais fácil.
Um provável rebaixamento. O que seria para o Água Santa?
Márcio Ribeiro– Você não pode conviver somente com glórias. Acho que o grande resultado de toda carreira de todo profissional são os acessos, mas são também encarar esses momentos difíceis, sem esses momentos ruins você não cresce para ter outros momentos bons. Eu por exemplo poderia simplesmente ter dito não e ter buscado um outro treinador. Porém seria muita informação para os atletas. Então a gente se propôs a tentar. E não vejo motivo para um clube que me atendeu tão bem, onde eu tive tanto sucesso não ter que correr esse risco. É aprendizado, é recomeçar, assim como se chegou rápido demais, pode começar com calma voltar.
Se você conquistar essa vitória, que será uma grande vitória permanecer na Série A2. Marcio Ribeiro fica ano que vem?
Márcio Ribeiro– Acho que tudo é muito cedo, eu acho que se gastou muito. O Água vem a dois, três anos com folhas altas, fazendo o possível e o impossível para a classificação, a intenção é continuar sim. É fazer um planejamento de dois, três anos, recomeçar tudo do zero, mas ai dependemos muito do que vai acontecer nesses três jogos. E acho que esses três jogos é o parâmetro para o início de um novo trabalho. Seja qual for a esfera for, da Série A2 para frente ou Série A3 pra frente. Por isso nosso único foco é da A2 em diante, não podemos pensar para trás. Aguardar a poeira baixar e analisar onde se errou demais onde acertou e tentar fazer um grande grupo. E se for fazer uma Copa Paulista fazer para ser campeão. Até porque o Água Santa não entra em uma competição para não se classificar ou ser campeão.
Você obteve três acessos, porque não continuou?
Márcio Ribeiro– Tudo tem o momento certo, quatro anos não é fácil a convivência o desgaste com pessoas é certo, o seres humanos são difíceis e o desgaste é natural dos dois lados. E quando o desgaste chegou no ponto em que um lado não suportou mais, tomou-se a decisão e nós sempre acatamos a decisão de quem paga, de quem é dono. A gente é funcionário. Mas foi de uma forma muito tranquila, muito respeitosa, com muita amizade envolvida no meio, por isso a volta agora.