Sem chances com Aguirre, Cueva corre atrás de protagonismo perdido no São Paulo
O momento contrasta com a projeção de que a temporada de 2018 traz desafios marcantes para o meia
Antes referência, o meia Cueva perdeu espaço e agora luta para tentar recuperar o seu protagonismo no São Paulo
São Paulo, SP, 04 – Antes referência, o meia Cueva perdeu espaço e agora luta para tentar recuperar o seu protagonismo no São Paulo. Mas o caminho é difícil. Longe de seu melhor momento, o peruano vem sendo preterido no time do técnico uruguaio Diego Aguirre. Desde que retornou dos amistosos com sua seleção em março, ele foi titular em apenas dois jogos com o novo treinador, diante do Paraná e Ceará – quando muitos do elenco foram poupados – e sequer foi acionado para jogos como contra o Rosário Central, pela Copa Sul-Americana. Contra o Fluminense, no último domingo, ficou no banco de reservas o jogo todo.
O momento contrasta com a projeção de que a temporada de 2018 traz desafios marcantes para o meia. Ele é uma das principais peças da seleção peruana, que jogará a sua primeira Copa do Mundo em 36 anos. Cueva é nome certo na lista do técnico argentino Ricardo Gareca, mesmo com o momento pouco animador do atleta no futebol brasileiro.
Na diretoria tricolor, há quem pense que Cueva já não está mais comprometido com o São Paulo, em função de uma possível transferência depois do Mundial na Rússia. O jogador tenta provar o contrário nos treinos, mas sabe que a sua relação até com parte da torcida está desgastada. A favor do peruano estão as três assistências dadas neste ano até aqui – ele é líder do quesito no time.
A “nova cara” que Diego Aguirre tenta dar ao São Paulo também explica a queda de Cueva. Com três zagueiros, o técnico tira um meio-campista. A aposta do momento é Nenê, que, depois de um início de ano ainda buscando entrosamento, agora se tornou a principal referência do time em campo. Como já foi o peruano, principalmente em 2016.
A chegada de Everton como opção no meio de campo também ameaça ainda mais a busca por espaço do peruano. Antes dele, Valdívia também já tinha chegado como novidade e conseguiu ter uma boa sequência na equipe.
Diego Aguirre vê as mudanças no time como naturais. “São opções”, explicou o comandante, ao falar das mudanças na escalação dos jogos contra o Ceará, em que Cueva foi titular, e o Fluminense. “(Para enfrentar o time alvinegro) mudamos porque tínhamos jogado uma sequência de jogos. E então decidimos dar uma chance ao Diego Souza, ver o Everton, que está chegando. Temos muitas opções. Muitos jogadores. E é normal continuarmos buscando alternativas e encontrando o time”.
O São Paulo já negou propostas para vender Cueva. No início deste ano, o jogador foi alvo do interesse do Dalian, da China, que propôs tirá-lo do Morumbi por 12 milhões de euros (R$ 48 milhões, na época). O atleta estava nos planos da diretoria para as disputas ainda do Campeonato Paulista e da Copa do Brasil, que o time disputava.
Mas a perda de espaço torna a sua saída após o Mundial quase certa, na opinião de cartolas tricolores. Só uma grande reviravolta do peruano em campo poderia adiar este momento e segurá-lo por mais tempo no Morumbi.
POLÊMICAS
Fora das quatro linhas, Cueva teve problemas recentes relacionados à indisciplina. No início deste ano, atrasou sete dias para se reapresentar no CT da Barra Funda, em São Paulo. Alegou compromissos comerciais no Peru voltados à Copa do Mundo. Até avisou a diretoria, mas com pouca antecedência, o que irritou a comissão técnica e a diretoria tricolor.
O clima pesou naquele momento a ponto de o diretor executivo de futebol tricolor, Raí, emitir uma nota em que afirmava que o peruano não estava “plenamente comprometido com a agenda do clube”. Cueva foi multado e o caso virou “exemplo” da diretoria para evitar novos problemas parecidos. Em seu retorno, contra o Botafogo-SP pelo Paulistão, cobrado e pressionado, mostrou seu potencial decisivo marcando um gol de pênalti e pediu desculpas à torcida. Depois, reconheceu que errou e prometeu se dedicar dali para frente.
O deste ano foi o segundo atraso de Cueva em menos de dois meses. Em novembro, depois de ajudar a seleção peruana a se classificar para a Copa do Mundo, ele não se reapresentou a tempo para se preparar e começar jogando contra o Botafogo, pela 36.ª rodada do Brasileirão. Foi relacionado de última hora pelo então técnico Dorival Junior e entrou no segundo tempo da partida que terminou empatada sem gols.