Volume de jogo da Seleção Brasileira no 2º tempo recomendava até goleada
Vitória por 2 a 0 sobre a Costa Rica foi construída nos acréscimos
Volume de jogo da Seleção Brasileira no 2º tempo recomendava até goleada
Dirão que a Seleção Brasileira só venceu a Costa Rica na bacia das almas, em decorrência de os dois gols terem sido marcados nos acréscimos. Todavia, o seu volume de jogo recomendava goleada na partida desta sexta-feira, e não o placar por 2 a 0.
Torcedor brasileiro não precisava daquele suplício se, na conclusão de Gabriel Jesus, a bola não chocasse no travessão; se arremates de Neymar não terminassem com bola para fora e nas mãos do goleiro Navas; e se Phellipe Coutinho chutasse tão fraco uma bola em que geralmente coloca força e efeito, facilitando a defesa do goleiro adversário.
Claro que foi um jogo para reflexão do treinador Tite, da Seleção Brasileira, principalmente durante o primeiro tempo.
VARIAÇÃO
Se o ataque não flui devido à forte marcação adversária, é elementar que o treinador provoque variação de posicionamento de jogadores.
Por que fixação de Neymar, Phellipe Coutinho e avanços seguidos de Marcelo pelo lado esquerdo, se a marcação era forte sobre eles?
Por que não inverter o posicionamento de Coutinho para a direita, visto que individualmente Willian não correspondia e o lateral-direito Facner – sem ritmo de jogo – trabalhava apenas burocraticamente a bola?
Conta a favor de Tite ter controlado os impulsos do volante Paulinho para não se mandar descontroladamente ao ataque, guarnecendo mais o setor.
Faltava ao seu time, entretanto, o organizador das jogadas, tarefa que procurou atribuir a Coutinho, sem que ele tivesse a característica, e por isso havia retardamento do início da transição ao ataque.
É de se questionar se o meio-campista Renato Augusto não seria mais talhado de que Paulinho quer para defender, quer para organização das jogadas?
DOUGLAS COSTAS
A entrada de Douglas Costas no lugar de Willian quebrou a bem montada estrutura de marcação defensiva da Costa Rica.
Como o time brasileiro não fluía pela direita – pelos motivos expostos – os costariquenhos se desdobraram para marcar o lado esquerdo dos brasileiros.
Com o balanceamento ofensivo do Brasil a partir da entrada de Douglas Costas, foi quebrada a sobra de marcação da Costa Rica, pois a bola brasileira girava indistintamente dos dois lados
Logo, as brechas procuradas pelos brasileiros começaram a aparecer, e chances reais de gols foram criadas.
Também pensou racionalmente Tite quando sacou Paulinho para colocar o centroavante Firmino, pois assim o seu time teria, em última análise, o cabeceador para bolas alçadas.
NEYMAR
A cobrança de rendimento sobre Neymar tem sido desproporcional.
Neste jogo ele corrigiu a individualidade desnecessária, mas quando tentou o drible nas proximidades do gol adversário recebeu dupla marcação.
Tivesse no condicionamento físico normal, certamente se desvencilharia da marcação com conhecidas arrancadas, mas o tempo parado devido à lesão no dedinho do pé tirou-lhe o ritmo.