Morreu Maurício Lombardi, uma vida ligada à Ponte Preta
Maurício foi aquele pontepretano raiz, coisa herdada do falecido pai, o radialista Salvador Lombardi Neto, morto em 1969 aos 39 anos
Morreu Maurício Lombardi, uma vida ligada à Ponte Preta
A madrugada deste domingo marcou a morte do ilustre pontepretano Maurício Lombardi, que havia completado 63 anos de idade em janeiro passado.
Maurício foi aquele pontepretano raiz, coisa herdada do falecido pai, o radialista Salvador Lombardi Neto, morto em 1969 aos 39 anos de idade.
À época, a perda da referência foi um ‘baque’ para Maurício.
HORA DO TRABALHADOR
Afinal, o pai Lombardi parava literalmente Campinas das 7h às 8h, para que ouvintes sintonizassem o programa ‘A Hora do Trabalhador’, cujo slogan era ‘uma hora de alegria para quem sua todo dia’, na antiga Rádio Educadora, identificada também como PRC9.
Foi aí que o infantil do Corintinha, de seu tio Américo Picini, o ajudou para que absorvesse o duro golpe.
Jogos amistosos eram realizados no campinho da Rua Fernando Costa, defronte ao Estádio Moisés Lucarelli, e ali Maurício tentava se aperfeiçoar na função de goleiro.
E bastava Maurício sair de casa e atravessar a rua, já uniformizado, para ‘bater bola’.
TORCIDA JOVEM
Evidente que Maurício não prosperaria como goleiro. Melhor, então, que centralizasse esforços na Ponte Preta, e por isso participou da fundação da Torcida Jovem, juntamente com Sidnei Virginelli, Pedro Bonfilho Zini Neto e Laércio Ferreira de Freitas em 1969, uma das mais antigas do país.
Aquela Torcida Jovem nada tinha a ver com a atual, que abriga baderneiros.
Aquela ‘Jovem’, já com Maurício na presidência, programou caravanas ‘monstruosas’ e repassou à diretoria da Ponte Preta o hino composto pelo saudoso radialista Renato Silva, à época feito exclusivamente à Torcida Jovem.
CONSELHEIRO
Influenciador na Ponte Preta, era natural que Maurício se aproximasse de administrações, principalmente nas gestões do ex-presidente Lauro Moraes.
Conselheiro ativo, aliou-se à ala de oposição por discordar da forma com que o clube vem sendo administrado, e integrou o grupo ‘tudo pela Ponte, nada da Ponte’, nascido em 2018.
Na ocasião, já vitimado pela insuficiência renal, fazia tratamento de hemodiálise, sem que a doença o separasse de sua amada Ponte Preta, enquanto foi possível.
O final de Maurício Lombardi no plano terrestre ocorreu na madrugada deste domingo, mas fica o legado de como se coloca um tijolo a mais na interminável construção de um clube de futebol.