É preciso mudança de conceito. Não se imaginar que apenas dribles de Vini Júnior ou Rafinha sejam o caminho para desmontar defesas adversárias.
Que faltou leitura de jogo adequada a Dorival Júnior, ao escalar apenas dois volantes, num formato parecido com 4-2-4, é um fato inconteste.

Por ARIOVALDO IZAC
Campinas, SP, 26 (AFI) – Como a mídia nacional pegou pesado contra o treinador Dorival Júnior, após a goleada que a Seleção Brasileira sofreu para a Argentina por 4 a 1, o reeleito presidente da CRB, Ednaldo Rodrigues, o convocou para uma reunião na sexta-feira.
Demissão à vista?
É possível.
Resolve?
Que faltou leitura de jogo adequada a Dorival Júnior, ao escalar apenas dois volantes, num formato parecido com 4-2-4, é fato inconteste.
Jamais se poderia imaginar que eventuais recomposições através de Rafinha, Rodrigo e Vini Júnior seriam suficientes. Ora, não são jogadores aptos ao desarme, como se exige quando se enfrenta a poderosa Argentina.

DRIBLE E DRIBLE
Mas a coisa vai além disso.
Driblador, que abusa de prender a bola, como Vini Júnior, acaba apagado se fortemente vigiado.
Sim, o drible foi recurso cabível no passado, entretanto hoje ele precisa ser necessariamente conjugado com o passe, assim como a inteligência para definição da melhor alternativa.
O drible é sempre bem-vindo quando aplicado pelo meia Almada, da Seleção Argentina, que faz uso dele para clarear a jogada.
De posse de bola, ele está ‘antenado’, na maioria das vezes, para sequência da jogada, que pode ser a individualidade, assim como o passes, na busca de facilitar infiltrações na defesa adversária.

NOVO MODELO
Escrevi, no texto do jogo de terça-feira, que o estilo que a Argentina coloca em prática em seus jogos deve ser copiado por quem busca um melhor rendimento.
Enquanto a boleirada brasileira ‘penteia’ a bola mesmo desmarcada, dando dois e até toques nela desnecessariamente, o boleiro argentino já reflete sobre o destino a ser dado para ela antes mesmo de receber o passe.
Isso provoca uma dinâmica coletiva, acertos de passes visando na maioria das vezes o atleta desmarcado, e assim é encontrado o espaço para penetração.

TREINADOR E CONCEITO
Então, a discussão não se restringe se esse ou aquele treinador terá mais capacidade que Dorival Júnior no comando do selecionado.
Há quem defenda a chegada de um treinador estrangeiro, como se num passe de mágica pudesse mudar a conceituação ora colocada no futebol brasileiro.
É preciso mudança de conceito. Não se imaginar que apenas dribles de Vini Júnior ou Rafinha sejam o caminho para desmontar defesas adversárias.
Espera-se que boleiros brasileiros, em geral, comecem a colocar em prática o imortal bordão sobre ‘a bola já não está comigo’.
Não está porque foi pensado antes sobre o que fazer com ela.
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