Empresário agencia 30% dos jogadores da seleção brasileira e gera polêmica

Alguns já pedem a troca do técnico Dorival Júnior, mas outros, porém, acham que o problema é ainda mais grave

Após vergonhosa atuação e derrota para a Argentina por 4 a 1, a seleção brasileira voltou a ser alvo de duras críticas

Marquinhos é um dos contestados na seleção brasileira
Marquinhos é um dos contestados na seleção brasileira

Campinas, SP, 26 (AFI) – Após vergonhosa atuação e derrota para a Argentina por 4 a 1, a seleção brasileira voltou a ser alvo de duras críticas. Alguns já pedem a troca do técnico Dorival Júnior, mas outros, porém, acham que o problema é ainda mais grave, na estrutura da CBF e como ela vem sendo comandada por Ednaldo Rodrigues, que sequer teve um rival para as eleições, um paradoxo dentro de um ambiente democrático, que deveria incentivar a opção de escolha.

TROCAR O TÉCNICO BASTA?

Mesmo com mudança de técnicos, vários nomes já são figurinhas carimbadas na lista de convocações. O programa “Donos da Bola”, do Craque Neto, levantou uma polêmica importante sobre os empresários que agenciam os jogadores da seleção brasileira.

Apenas um empresário, Giuliano Bertolucci, é responsável pela carreira de oito jogadores, em um total de 30 atletas convocados, incluindo os que saíram por conta de lesão e seus substitutos. Isso representa 27% da lista.

BERTOLUCCI GANHOU NOTORIEDADE COM NEYMAR

Apesar de estar há bastante tempo no mercado, Giuliano Bertolucci ganhou projeção internacional ao participar da complexa e histórica negociação de Neymar ao Barcelona, em 2013.

Para se ter uma ideia, o segundo empresário que mais tem jogadores na seleção brasileira é Carlos Leite, com três atletas (10%). A fatia de Bertolucci também representa mais da metade de empresários que tem apenas um único jogador na seleção brasileira (15).

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Empresário Giuliano Bertolucci

LISTA DE EMPRESÁRIOS E SEUS JOGADORES NA SELEÇÃO BRASILEIRA

GIULIANO BERTOLUCCI – Guilherme Arana (Atlético-MG), Gabriel Magalhães (Arsenal), Marquinhos (PSG), Vanderson (Monaco), Bruno Guimarães (Newcastle), Matheus Cunha (Wolverhampton), Savinho (Manchester City), João Pedro (Brighton)

CARLOS LEITE – André (Wolverhampton), João Gomes (Wolverhampton), Gerson (Flamengo)

FRED PENA – Vini Jr (Real Madrid), Endrick (Real Madrid)

ANDRÉ CURY – Estêvão (Palmeiras), Éderson (Atalanta)

DECO – Raphinha (Barcelona)

BRUNO PAIVA – Weverton (Palmeiras)

BALO E SÁVIO – Wesley (Flamengo)

EDUARDO CORNACINI – Lucas Perri (Lyon)

PAULO PITOMBEIRA – Léo Ortiz (Flamengo)

CARLOS EDUARDO LIMA – Bento (Al-Nassr)

FELIPE D’MILIO E FELIPE TANCEDI – Beraldo (PSG)

BRUNNO RAMOS – Joelinton (Newcastle)

ERIC GOES – Rodrygo (Real Madrid)

JOSÉ MAIRA NEIS – Alisson (Liverpool)

PABLO MIRANDA – Alex Sandro (Flamengo)

GIUSEPPE DIOGUARDI (PEPINHO) – Murillo (Nottingham Forest)

JORGE MENDES – Ederson (Manchester City)

FULVIO E BRUNO MISORELLI – Danilo (Flamengo)

NEYMAR PAI – Neymar (Santos)

COMPARAÇÃO COM ARGENTINA

Apenas para efeito de comparação, a situação na seleção argentina é completamente diferente, já que três empresas dividem a liderança com apenas três jogadores cada entre os relacionados na partida contra o Brasil. Todos os outros são agenciados por empresários diferentes.

LISTA DA ARGENTINA

JONATHAN BARNETT AND DAVID MANASSEH (CAA STELLAR) – Tagliafico, Walter Benítez, Rulli

DC GLOBAL – Paredes, Nico Paz, Perrone

AUGUSTIN JIMENEZ (STAR MAKERS) – De Paul, Almada, Ángel Correa

UNIVERSAL TWENTY TWO – Emiliano Martínez

SEVAN KARIAN (CABINET ASK) – Medina

EDUARDO GAMARNIK (SMARTER PLAYERS) – Balerdi

MARTIN ARIEL GUASTADISEGNO – Pezzella

JORGE MENDES (GESTIFUTE) – Otamendi

CIRO PALERMO – Cristian Romero

URIEL PÉREZ JAURENA (DE 9 FÚTBOL) – Enzo Fernández

ELEVEN TALENT GROUP – Palacios

ARTURO CANALES (AC TALENT) – Giuliano Simeone

FERNANDO HIDALGO – Julián Álvarez

CLAUDIO CURTI (PRIMOTEMPO) – Juan Foyth

INTERPLAYERS – Benja Domínguez

JUAN GEMELLI – Mac Allister

SEM EMPRESÁRIO – Molina

ATENÇÃO NECESSÁRIA

Claro que apenas esses números não querem dizer nada. Entretanto, em um mercado tão competitivo quanto o futebol, qualquer monopólio precisa ser visto com muito cuidado. E a falta de escolha vem se tornando comum na CBF, tanto em sua organização quanto nas convocações.