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ARIOVALDO IZAC

Treinadores do passado dos juvenis sabiam lapidar o garoto

Aquele conceito do passado que o garoto deve chegar pronto ao profissional, infelizmente não é seguido à risca. Falta um treinador competente.

Sou do tempo que os departamentos amadores de clubes se restringiam ao juvenil. Depois acrescentaram mais os juniores e o infantil.

CBF - Eliminatórias
Dorival Júnior recuperou a Seleção nas Eliminatórias. Foto: Rafael Ribeiro - CBF

Por ARIOVALDO IZAC


Campinas, SP, 13 (AFI) – É regra o FIFUTEBOL INTERIOR – reverenciar o ‘Dia do Treinador’, e geralmente o diretor Élcio Paiola transfere pra mim a incumbência de dissertar sobre o assunto.

Como estou em vias de completar o cinquentenário no jornalismo esportivo, com exaustivas observações sobre trabalhos de treinadores, o foco é sobre comandantes das categorias de base.

Sou do tempo que os departamentos amadores de clubes se restringiam ao juvenil. Depois acrescentaram juniores e infantil.

Pois treinadores das categorias de base priorizavam o trabalho técnico, para lapidar o atleta em sua respectiva posição.

LATERAL E ZAGUEIRO

Se o lateral tinha deficiência na marcação, havia um treino específico de acompanhar passadas de ponteiros, ora na tentativa de desarme dos dribles em forma de zig-zag, ora quando ocorria a arrancada visando o fundo de campo. Aí o lateral ensaiava como devia proceder para a devida correção dos defeitos.


Pois quem acompanha a Copinha e vê essa ‘becaiada’ sem o exato tempo de bola, nas disputas diretas com atacantes, a dedução lógica é que a garotada não é bem trabalhada pelo seu comandante.

Repetidos treinos para zagueiros anteciparem atacantes eram obrigatórios nos juvenis de Ponte Preta e Guarani, nos anos 70 do século passado.

FALTA ORIENTAÇÃO E TREINAMENTO

Assim, a maioria dos gols sofridos pelas respectivas defesas era creditada ao talento de atacantes adversários.

Hoje, quantos e quantos gols são perdidos por essa molecadinha e até marmanjos dos profissionais dos clubes.

Se no passado, proporcionalmente a perda de gols era bem menor, a resposta é que atacantes e meias treinavam finalizações depois dos chamados coletivos.

Logo, durante os jogos já estavam calejados da melhor forma para bater na bola ou cabeçada.

Agora, treinadores da base e até de profissionais insistem nesses treinamentos?

Fica a dúvida, até porque jornalistas e radialistas não têm acesso à agenda dos clubes.

MUDANÇA NO FUTEBOL

Claro que o futebol passou por processo de mudança de lá pra cá, e o garoto da base já é conscientizado da disciplina tática, com recomposição de atacantes e adoção de esquemas defensivos quando necessários.


Todavia, isso não invalida a tese de treinadores da base no processo de lapidação da garotada. Aquele conceito do passado que o garoto deve chegar pronto ao profissional, infelizmente não é seguido à risca, exatamente porque a treinadorzada da categoria projeta carreira futura em clubes profissionais, e isso implica em futebol de resultado. 

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