Os velhos olheiros ainda são úteis ao futebol, apesar da nova geração chamada de 'analista de mercado', baseada em dados.
Antigamente os clubes de Campinas tinham os seus olheiros que, 'in loco', acompanhavam desempenhos de jogadores que poderiam interessar.
Por ARIOVALDO IZAC
Campinas, SP, 20 (AFI) – Blog do Ari sai da rotina. Nesta época do ano, de muita enrolação sobre noticiário esportivo e repetição dos aspectos críticos, vamos puxar por uma pauta diferente.
Antigamente os clubes de Campinas tinham os seus olheiros que, ‘in loco’, acompanhavam desempenhos de jogadores que eventualmente poderiam interessar.
O saudoso Eli Carlos – que atuou como coordenador de futebol do Guarani, na gestão do presidente Beto Zini -, décadas passadas, havia viajado para Tanabi com a finalidade de observar o ponta-de-lança Edílson Capetinha, que atuava no clube daquela cidade.
Na volta a Campinas, indicou a imediata contratação, e o resto da história é de conhecimento geral.
SAUDOSOS DA PONTE PRETA
Na Ponte Preta, o saudoso Carlos de Carvalho, conhecido como Carlão Perna de Pau, trazia precisas informações para o treinador Cilinho, também falecido, sobre atletas observados.
Alcides Romano Júnior, o Cidinho, que foi zagueiro, preparador físico e treinador da base do Guarani, entre os anos 60 e 70 do século passado, é outro de ‘olhos afinados’.
Circunstancialmente, em viagem a Mato Grosso, observou o então ponteiro-direito Lúcio Bala e fez a indicação para a comissão técnica do Guarani de 1976.
Como o clube dispunha do também ponteiro-direito Flecha, não manifestou interesse para discussão sobre o assunto, ocasião que Cidinho repassou as informações ao seu amigo treinador Zé Duarte, já falecido, que trabalhava na Ponte Preta.
O resto da história os ‘cinquentões’ sabem muito bem.
Foi de Cidinho, também, a indicação para que o São Paulo buscasse no Rio Preto o então zagueiro Ronaldão, em 1986.
A VEZ DOS EMPRESÁRIOS
Sim, concordo que os tempos são outros, que na maioria das vezes até o garoto da base já está vinculado a empresários, e as transferências são mais complicadas.
Todavia, neste Brasil varonil, ainda é possível descobrir agulha no palheiro, e de certo isso provavelmente não será descoberto por uma nova geração de profissionais que presta serviço aos clubes em função hoje identificada como analista de mercado.
Diferentemente de décadas passadas, quando o olheiro recorria à viagens de ônibus até para locais distantes, hoje a Internet encurta tudo.
Com a bunda colada na cadeira, o olheiro experiente pode detectar atletas com algumas virtudes, restando explorar a sua visão privilegiada para projetar futuros ganhos de condição técnica do atleta em questão.
INTERNET AMPLIA VISÃO
Hoje, a Internet permite que usuários em geral acompanhem quaisquer campeonatos estaduais no País.
Igualmente é possível assistir à jogos da Copa do Brasil e Brasileiros das Série B e C.
O olheiro ou analista de mercado obrigatoriamente precisa ficar ‘antenado’ sobre ‘a quantas anda’ as categorias de base por aí.
Então, que esses cartolas ainda aprendizes sobre futebol saibam que o recomendável para a atribuição de olheiro é acordo com ex-atletas, principalmente aqueles de apurado conhecimento de bola rolando, na busca por ‘promessas’ que possam ocupar bem o espaço no futebol campineiro.