ESPECIAL SEGUNDONA: Campeão, Paulista voltou a ter motivos para sorrir em 2024
Aproveite esta matéria para lá de especial do Portal Futebol Interior e relembre a temporada mágica do Galo da Japi, que depois de uma longa espera, voltou a fazer o torcedor sorrir com a camisa tricolor
Com uma campanha irretocável, o Paulista sagrou-se campeão da 2ª Divisão estadual, a popular Segundona
Por Filipe Saochuk
Jundiaí, SP, 25 (AFI) – Os últimos anos do Paulista Futebol Clube não têm sido fáceis. Uma das sensações do futebol brasileiro no início dos anos 2000, o Galo da Japi sofreu as consequências de gestões temerárias, e afundou até a última divisão do estado de São Paulo.
Porém, em 2024, um novo capítulo começou a ser escrito. Com uma campanha irretocável, o Paulista sagrou-se campeão da 2ª Divisão estadual, a popular Segundona. Além do título e do acesso, o clube deu um passo importante em sua reestruturação, com a transformação da instituição em SAF e a venda para o grupo EXA Capital.
Aproveite esta matéria para lá de especial do Portal Futebol Interior e relembre a temporada mágica do Galo da Japi, que depois de uma longa espera, voltou a fazer o torcedor sorrir com a camisa tricolor.
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DE CAMPEÃO DA COPA DO BRASIL AO FUNDO DO POÇO
Para aqueles fãs de futebol que são mais jovens, o Paulista de Jundiaí é provavelmente desconhecido, mas para quem já acompanhava o esporte em 2005, é impossível não lembrar com carinho daquele esquadrão que conquistou o país.
Naquele ano, comandado pelo ainda jovem técnico Vágner Mancini, o Galo protagonizou uma campanha histórica na Copa do Brasil e foi campeão de forma inédita, batendo o Fluminense na grande final.
De campeão, com participação na Libertadores do ano seguinte, aos poucos o Paulista começou a enfrentar problemas. Antes presença constante na Série B do Brasileirão e na elite estadual, os rebaixamentos e a crise financeira começaram a assolar o clube, que em pouco mais de 15 anos, foi praticamente esquecido nas últimas divisões de São Paulo.
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DE VOLTA A 2024, COMEÇA A SEGUNDONA
Entrando em mais uma temporada na Segundona, o Tricolor de Jundiaí e sua torcida tinham um único objetivo em mente: subir. Com a criação da Série A4 neste ano, a 2ª Divisão passou a ser a quinta do estado, colocando mais um obstáculo no caminho dos clubes.
O escolhido pela diretoria para assumir o comando técnico do Paulista foi Fausto Dias, de 46 anos, que chegou após comandar a equipe sub-20 do Ska Brasil.
A estreia do Galo na 1ª fase aconteceu no dia 20 de de abril, e o resultado foi um empate por 1 a 1 contra o São Carlos fora de casa.
Rapidamente, a equipe começou a engrenar e ao final desta primeira etapa, o Paulista terminou na segunda posição, com 14 pontos, atrás apenas do próprio São Carlos. Com tranquilidade, o time avançou na competição.
Na 2ª fase, o Galo formou grupo com ECUS, Manthiqueira e Inter de Bebedouro. Com três vitórias, um empate e duas derrotas, os 10 pontos somados garantiram o segundo lugar e a classificação ao mata-mata, atrás apenas da Inter.
E COMEÇA O MATA-MATA DA SEGUNDONA
Depois de ser eliminado logo na primeira fase no ano anterior, o Paulista já havia superado essa marca na campanha de 2024 com a classificação às quartas de final, porém, ainda não havia nada garantido.
Nas quartas, o adversário foi o Flamengo-SP. No duelo de ida no estádio Jayme Cintra, casa do Galo, vitória por 2 a 1. Na volta, o empate sem gols em Guarulhos foi suficiente para carimbar a vaga na semifinal.
Depois de anos de sofrimento, o time de Jundiaí nunca esteve tão perto de subir de divisão. Bastava eliminar a Inter de Bebedouro, que o primeiro acesso desde 2019 estaria garantido. E a meta foi alcançada com muito sucesso.
Em casa, o Paulista venceu por 1 a 0, e na partida de volta no Stamatão, o resultado foi construído para não deixar dúvidas no torcedor. Goleada por 3 a 0 fora de casa para confirmar o acesso à Série A4 de 2025. O primeiro sorriso dos apaixonados pelo clube apareceu, mas havia mais por vir.
PAULISTA FUTEBOL CLUBE, CAMPEÃO DA 2ª DIVISÃO ESTADUAL
Com a vaga na Série A4 assegurada, o próximo sonho do Galo da Japi era levantar o troféu. Pela frente estava a equipe do Colorado Caieiras, uma das grandes surpresas do campeonato, sendo um clube fundado apenas em 2019.
A partida de abertura da decisão foi disputada na casa da Fênix, e ao apito final, já era possível ter uma boa ideia de quem seria o campeão da edição. Após os primeiros 90 minutos, goleada acachapante do Paulista fora de casa por 4 a 0, e ‘uma mão e meia’ apoiada na taça.
Após anos de “abandono”, as arquibancadas do Jayme Cintra voltaram a pulsar naquele 14 de setembro. Para mais de 7 mil pessoas, o Galo voltou a vencer o Colorado, e colocou o segundo sorriso no rosto dos seus torcedores.
Para buscar a taça, o técnico Fausto dias mandou seu time a campo com: Lucas Gomes; Marola, Gabriel Reis, Zé Mendes e Marcos Vinícius; Miguel Elias, Adelan e Thomas Lamin; Léo Souza, Vitinho Nascimento e Vinícius Caveira.
Sem necessidade de se expor, com 4 a 0 de vantagem no agregado, os donos da casa fizeram um jogo tranquilo, sem maiores sustos. Porém, a equipe queria coroar a conquista com mais uma vitória.
No segundo tempo, aos 12 minutos, Léo Souza cruzou rasteiro para Vinícius Caveira, que desviou para o fundo do gol e ampliou ainda mais a vantagem do time de Jundiaí. Caveira foi o grande destaque do Paulista, encerrando a competição como artilheiro geral da Segundona com nove gols marcados.
Ao apito final, a alegria e emoção tomou conta da casa do Paulista. Depois de tanta tristeza, o ano que ganhou tons de magia foi sacramentado com o título estadual.
COM A PALAVRA, OS HERÓIS DO TÍTULO
Artilheiro da Segundona com nove gols, Vinicius Caveira, de 23 anos, descreveu como a equipe se uniu em busca do objetivo de recolocar o Paulista em seu devido lugar.
“Nós sabíamos da grandeza do clube e o que ele viveu nos últimos anos. Nos unimos, abraçamos a causa e focamos nos objetivos do acesso e do título. Foram dias difíceis, em alguns momentos achamos que não ia dar, mas quando Deus está no barco, pode vir tempestade que o barco não afunda”, desabafou o artilheiro.
Apesar do desejo do torcedor, Caveira não retornará ao Galo da Japi para o estadual. No final de novembro, o centroavante se despediu do clube nas redes sociais.
Fausto Dias, o comandante da conquista, não escondeu a emoção. Com contrato renovado para a Série A4 de 2025, o técnico celebrou o acesso e o título.
“Muito feliz e grato à Deus. Esta divisão é muito difícil de jogar, e o Paulista não podia mais ficar nela. Agora é manter os pés no chão, seguir trabalhando pra gente avançar. Quero agradecer a todos que torceram, desde a família até todos os torcedores. Vamos descansar um pouquinho e pensar em mais uma divisão. Essa torcida é de primeira divisão, temos que sempre pensar neles para seguir avançando”, disse Fausto Dias.
SAF DO PAULISTA: O TERCEIRO SORRISO QUE REACENDE A ESPERANÇA
O dia 7 de novembro de 2024 ficará marcado na história do Paulista. Após as conquistas dentro das quatro linhas, foi a vez do torcedor celebrar uma notícia fora delas. Na esperança de uma reestruturação completa e de um futuro promissor, o Galo se tornou uma SAF.
Em Assembleia Geral, os sócios contribuintes do Galo da Japi aprovaram por unanimidade a proposta da EXA Capital para transformar o clube em Sociedade Anônima do Futebol (SAF). A empresa é capitaneada pelo empresário Pedro Mesquita.
A reunião ocorreu no estádio Jayme Cintra, e a apresentação foi realizada por Rodrigo Rincón, um dos sócios do grupo. Cerca de 53 sócios estavam presentes, e após a proposta ser destrinchada, todos votaram à favor da SAF. Com a aprovação, a EXA inicia agora os processos legais para transição e constituição do negócio, que será concretizado com a assinatura do contrato.
Segundo o Esporte Paulista, a EXA Holdings S.A adquiriu 90% do futebol da equipe tricolor, tendo total controle das decisões. Os valores da negociação não foram divulgados.
Dentre os compromissos da SAF estão o pagamento das dívidas que giram em torno de R$ 87 milhões, e investimentos no futebol e no patrimônio do clube.
Os outros 10% permanecerão com a associação, que atuará como ‘fiscalizadora’ do trabalho da SAF, tendo autonomia para criar e gerir times em outras modalidades, como basquete e vôlei, por exemplo.
