A presidente Leila Pereira já deveria estar preocupada em fazer um levantamento técnico do futebol do Palmeiras e agir rápido
Precisa saber quais os reais problemas do time do Palmeiras nesse momento e como resolvê-los a curto prazo, já que a temporada 2025 está perto
Por SÉRGIO CARVALHO
Campinas, SP, 17 (AFI) – O Palmeiras foi vice-campeão brasileiro no recém terminado Campeonato Brasileiro, mas a verdade é que suas exibições não agradaram boa parte do exigente torcedor do Verdão. Em vários jogos houve até vaias para o time e mesmo para o treinador Abel Ferreira.
Vaias merecidas, porque o time não produziu em campo o que já chegou a produzir nas últimas duas temporadas. A defesa, que era ponto forte da equipe, passou a apresentar problemas que antes não existiam. No meio campo, poucos jogadores produziram o esperado e, no ataque, em particular, o aproveitamento foi bem abaixo do esperado.
LEILA PRECISA AGIR
Diante desse quadro, a presidente Leila Pereira já deveria estar preocupada em fazer um levantamento técnico do futebol do clube, para saber quais os reais problemas do time de futebol do Palmeiras nesse momento e como resolvê-los à curto prazo, já que a temporada 2025 começa na segunda quinzena de janeiro, com a disputa do Campeonato Paulista de 2025.
Se não acontecerem mudanças fortes, o Palmeiras, que nos últimos anos sempre começou as temporadas como um dos grandes favoritos aos títulos, estará em desvantagem com seus mais diretos adversários em todas as competições que for participar.
DESPEDIDA RUIM
Como exemplo, vamos citar o que aconteceu no último jogo do time, quando o Palmeiras perdeu para o Fluminense, dentro da Allianz Arena. O time que entrou em campo naquela oportunidade contou com Weverton; Marcos Rocha, Murilo, Gustavo Gomes e Vanderlan; Richard Rios, Gabriel Menino, Anibal Moreno e Raphael Veiga; Rony, Flaco Lops e Estevão. Outros jogadores como Agustin Giai, Caio Paulista e Dudu também entraram em campo e pouco fizeram.
Ou seja: o atual time de Abel Ferreira não está jogando mais o que jogou nos últimos dois anos de trabalho. O único que se salvou foi o goleiro Weverton, que é, sem dúvida, um dos melhores da posição no Brasil. Mas logo à frente deste grande goleiro, Marcos Rocha não entrega mais o futebol que era capaz. Me parece estar em fase descendente de sua carreira.
Vanderlan provou como lateral esquerdo, que não é nem sombra do que era Piquerez, o antigo titular. No meio campo, Richard Rios, que é muito bom de bola, até se esforça para cobrir as falhas do setor, mas como não pode estar em todos os espaços do campo ao mesmo tempo, isso é missão impossível. Aníbal Moreno tem feito uma ou outra boa jogada, mas no geral, ainda está em débito com o clube.
Raphael Veiga, que era o jogador mais qualificado do meio campo, passou a ser um jogador comum, que até nas cobranças de falta (sua especialidade) deixou de ter a mesma competência. Na frente, então, as coisas estão muito ruins. Rony não acerta passes, conclusões, cabeceios. Não faz gols. Uma figura nula. Flaco Lopes também deixou de ser tão positivo nos arremates como era, e, até o jovem Estevão, tem feito menos do que é capaz.
DE QUEM É A CULPA ?
Culpa dos jogadores ou do treinador, cujo esquema de jogo já está superado? Difícil dizer. A verdade, no entanto, é que na atual temporada, o Palmeiras só ganhou um título de pouca importância (o de campeão paulista da temporada). No mais, não chegou a nenhuma final e mesmo no Brasileirão correu atrás do Botafogo mas nunca conseguiu alcançá-lo.
Diante deste quadro, minha sugestão para a presidente Leila Pereira é a seguinte: marque logo uma reunião com Abel Ferreira e tenha uma conversa definitiva e objetiva com ele. Procure saber se já quer voltar para Portugal ou renovar seu contrato. Se quiser ficar, que apresente suas reivindicações.
Que jogadores ele não quer mais no elenco, quantos reforços precisa para fazer o time voltar a ser produtivo e se houver mais alguma reivindicação, que o faça já para depois não ter desculpas de que faltou alguma coisa. Depois ele deve criar um projeto para 2025 com todos os detalhes que o time de futebol do Palmeiras precisa, inclusive dando prioridade ao que seria fundamental ganhar na próxima temporada.
PENSAR GRANDE
Além disso, Leila precisa definir um patamar de quanto o clube poderá ou não gastar para reforçar o time antes do novo ano futebolístico começar. Se isso não for feito logo, todos vão perder. Do presidente ao funcionário menos importante do futebol do clube.
O Palmeiras precisa voltar a pensar grande ou em 2025 certamente vai fazer uma campanha bem inferior aquela que fez neste ano. Que caminho que Leila quer seguir? Esta é a pergunta que só ela pode responder. A curtíssimo prazo, de preferência. O exigente torcedor palmeirense quer saber.