Polícia Federal descobre escândalo de manipulação de resultados na Patrocinense

Investigações apontam que um grupo de manipuladores investiu cerca de R$ 250 mil para fraudar partidas do clube

O caso central das investigações foi o jogo entre Inter de Limeira e Patrocinense, pela primeira fase da Série D

Anderson Ibrahim Rocha ex diretor da Patrocinense
Anderson Ibrahim Rocha, ex-gestor da Patrocinense - Foto: Reprodução / TV Senado

Patrocínio, MG, 13 (AFI) – Um escândalo de manipulação de resultados envolvendo a Patrocinense, time mineiro que disputou a Série D do Campeonato Brasileiro em 2024, foi revelado pela Polícia Federal (PF). Investigações apontam que um grupo de manipuladores investiu cerca de R$ 250 mil para fraudar partidas do clube e beneficiar apostadores, mas o esquema foi descoberto e resultou em prejuízos aos envolvidos.

O caso central das investigações foi o jogo entre Inter de Limeira e Patrocinense, disputado em junho, pela primeira fase da Série D.

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ESCÂNDALO!

Segundo a PF, o grupo de apostadores sabia previamente que a equipe mineira perderia o primeiro tempo por pelo menos dois gols. A partida terminou 3 a 0 para a Inter de Limeira, com todos os gols marcados na etapa inicial, incluindo um gol contra e erros graves da defesa.

Seis pessoas foram indiciadas, entre elas o gestor da Patrocinense, Anderson Ibrahim Rocha, o técnico Estevam Soares, o auxiliar técnico Rodolfo Santos de Abreu e dois jogadores: Felipe Gama Chaves e Richard Sant Clair Silva. Também foi apontado como possível investidor o empresário Marcos Vinicius da Conceição do Nascimento.

Conforme conversas extraídas de celulares apreendidos, Rocha havia planejado usar a Patrocinense como uma ferramenta para atender pedidos de apostadores, prometendo controle total sobre a equipe, incluindo jogadores e comissão técnica.

ESQUEMA INTERCEPTADO

Mensagens indicam que o esquema não teve os resultados esperados: apostadores relataram prejuízo, e houve suspeitas de que alguns jogadores teriam traído o acordo, levando a ameaças entre os envolvidos. O rompimento do contrato entre a Patrocinense e a AIR Golden, empresa comandada por Rocha, ocorreu um dia antes da partida investigada.

Enfrentando dificuldades financeiras, a Patrocinense abandonou o Campeonato Mineiro no início do ano, o que resultou em rebaixamento automático. Sem recursos, o clube fechou uma parceria com a AIR Golden, que prometeu um investimento de R$ 600 mil para a fase de grupos da Série D. No entanto, a intenção real era usar o time como peça central no esquema de manipulação. A Patrocinense terminou na lanterna do Grupo A7 da Série D, com apenas cinco pontos em 14 partidas.

INVESTIGAÇÃO

A operação da PF em junho incluiu mandados de busca e apreensão contra Rocha, Estevam Soares e outros envolvidos. Documentos e aparelhos celulares foram recolhidos, com as provas indicando conversas entre Rocha e um empresário ucraniano para expandir o esquema para outras competições internacionais.

Embora indiciado, Estevam Soares negou qualquer envolvimento no esquema em seu depoimento. Tanto a Patrocinense quanto a Inter de Limeira afirmaram colaborar com as investigações.

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