São Paulo, SP , 29 (AFI) – A cerimônia da Bola de Ouro 2024 , realizada em Paris em 28 de outubro, trouxe uma surpresa que causou grande repercussão: o prêmio foi concedido ao espanhol Rodri, meio-campista do Manchester City, em vez do favorito Vinícius Júnior, do Real Madrid.

Rodri teve uma temporada notável, consagrando-se campeão da Eurocopa e sendo peça fundamental nas conquistas de seu clube, mas muitos acreditavam que o desempenho de Vini Jr. pelo Real Madrid, com contribuições decisivas na Liga dos Campeões e no Campeonato Espanhol, merecia o prêmio.

O Real Madrid protestou oficialmente, afirmando que o brasileiro foi injustiçado e que o clube, com sua equipe técnica e treinador, não participaria de uma premiação onde não é respeitado.

Os sites de apostas esportivas apontavam Vinícius Júnior como o favorito para vencer a Bola de Ouro, reforçando a expectativa do público e a sensação de surpresa quando Rodri foi anunciado vencedor. A postura do Real Madrid e a ausência de Vini Jr. na cerimônia reacenderam o debate sobre o valor e a imparcialidade da Bola de Ouro, um tema já discutido em outras edições controversas da premiação.

Repercussão de 2024: O Boicote do Real Madrid

O Real Madrid manifestou seu descontentamento ao saber que Vini Jr. não receberia o prêmio. A atitude incomum do clube espanhol em boicotar a cerimônia foi interpretada como uma crítica direta ao que consideram uma falta de reconhecimento ao talento e às conquistas do brasileiro. Em uma temporada memorável com 24 gols e 11 assistências, Vini Jr. teve papel fundamental em duas das principais competições da Europa, além de seu trabalho social e engajamento comunitário pelo Instituto Vini Jr., o que, segundo o Real Madrid, justifica uma vitória. O clube declarou que “não vai onde não é respeitado”, levando a premiação de 2024 a ser vista como um dos momentos mais controversos da história da Bola de Ouro​.

A seguir, exploramos alguns dos anos mais discutidos na história da Bola de Ouro, onde as escolhas dos vencedores geraram polêmicas e discussões entre torcedores, críticos e até mesmo jogadores, que consideraram as decisões injustas.

2003 – Pavel Nedvěd vs. Thierry Henry

Em 2003, o meia tcheco Pavel Nedvěd, jogador da Juventus, foi escolhido para a Bola de Ouro após uma temporada em que liderou a equipe italiana ao título da Série A e à final da Liga dos Campeões. No entanto, muitos fãs e analistas acreditavam que Thierry Henry, astro do Arsenal, merecia mais o prêmio. O francês teve um desempenho ofensivo impressionante, sendo essencial para seu time e brilhando na Premier League, o que fez da escolha de Nedvěd uma surpresa para muitos. A vitória de Nedvěd sobre Henry se tornou um dos casos mais comentados da premiação, destacando a dificuldade em comparar jogadores de estilos e posições tão diferentes.

2010 – Lionel Messi vs. Andrés Iniesta e Xavi

A vitória de Lionel Messi em 2010 trouxe uma nova polêmica para a Bola de Ouro. Embora Messi tenha sido espetacular no Barcelona, muitos esperavam que Andrés Iniesta ou Xavi fossem reconhecidos, pois ambos tiveram papel crucial na conquista da Copa do Mundo pela Espanha. Iniesta marcou o gol do título na final contra a Holanda, e Xavi era visto como o coração tanto do Barcelona quanto da seleção espanhola. A escolha de Messi foi vista como uma desconsideração ao peso da Copa do Mundo e ao impacto de seus companheiros no futebol mundial, especialmente em um ano onde a Espanha dominou o cenário internacional.

2013 – Cristiano Ronaldo vs. Franck Ribéry

Em 2013, Cristiano Ronaldo venceu a Bola de Ouro em uma disputa apertada com o francês Franck Ribéry, que havia ajudado o Bayern de Munique a conquistar a tríplice coroa: a Bundesliga, a Copa da Alemanha e a Liga dos Campeões. Muitos consideravam Ribéry o favorito, especialmente devido ao seu papel nas conquistas do Bayern, mas a FIFA decidiu estender o período de votação, o que gerou suspeitas de que a mudança favoreceu Ronaldo. A decisão foi questionada, e Ribéry manifestou seu descontentamento publicamente, tornando essa edição uma das mais controversas dos anos recentes.

2018 – Luka Modrić vs. Cristiano Ronaldo

Em 2018, o croata Luka Modrić foi o escolhido como melhor jogador do mundo, desbancando Cristiano Ronaldo. Modrić teve uma temporada impressionante ao levar a Croácia à final da Copa do Mundo e conquistar a Liga dos Campeões com o Real Madrid, mas muitos acreditavam que Ronaldo, artilheiro da Champions e peça essencial na mesma equipe, era mais merecedor do título. A escolha de Modrić foi interpretada por alguns como uma tentativa de variar os vencedores após uma década dominada por Messi e Ronaldo, mas a polêmica sobre a justiça da decisão permanece até hoje.

2020 – Robert Lewandowski (não premiado)

2020 trouxe uma das maiores frustrações para os fãs de futebol. Robert Lewandowski, do Bayern de Munique, teve uma temporada lendária, liderando o clube ao título da Champions League e ao domínio europeu. No entanto, a France Football cancelou a Bola de Ouro devido à pandemia, privando Lewandowski de uma vitória quase certa. A decisão de não premiar o melhor jogador do ano em um dos maiores eventos esportivos da história recente foi amplamente criticada e deixou uma lacuna na carreira de um dos grandes atacantes de sua geração.

2023 – Lionel Messi vs. Erling Haaland

Em 2023, Lionel Messi voltou a vencer a Bola de Ouro, o que gerou debates intensos, pois muitos acreditavam que Erling Haaland, atacante do Manchester City, merecia o prêmio por sua temporada histórica. Haaland quebrou recordes na Premier League e foi peça central na conquista da Liga dos Campeões pelo City. Já Messi, apesar de ter tido uma temporada sólida no Paris Saint-Germain e começado uma nova etapa no Inter Miami, foi escolhido pelo impacto de sua vitória na Copa do Mundo de 2022, que estava fora do período de avaliação habitual da Bola de Ouro. Para muitos, Haaland foi prejudicado, gerando uma das decisões mais questionadas da última década.

Reflexões sobre a Bola de Ouro

Esses casos emblemáticos mostram que a Bola de Ouro, ainda que seja um dos prêmios mais desejados no futebol, não está imune a controvérsias e julgamentos subjetivos. Em várias edições, as decisões parecem refletir não apenas o desempenho dos jogadores, mas também fatores externos que influenciam os critérios de escolha. A decisão de 2024 com Rodri e Vini Jr. se soma a uma série de edições que suscitam questionamentos sobre a transparência e justiça na premiação, lembrando que o título de “melhor do mundo” nem sempre reflete a opinião popular e o mérito esportivo de todos os concorrentes.

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