Por Filipe Saochuk

Monte Azul Paulista, SP, 15 (AFI) – A trajetória de Alemão com técnico no Monte Azul não poderia ter começado melhor. Dando seus primeiros passos na nova função, o ex-atacante assumiu o Azulão em meio ao mata-mata, e ajudou a conduzir o clube à conquista inédita da Copa Paulista diante da Votuporanguense no último sábado.

A reportagem do Futebol Interior conversou com exclusividade com o treinador, que compartilhou bastidores da finalíssima, celebrou o título, analisou o primeiro trabalho à beira do gramado, e ainda, comentou sobre sua possível permanência no Monte Azul para 2025.

Confira a entrevista exclusiva completa com Alemão!

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COMEÇO DOS SONHOS PARA O TÉCNICO ALEMÃO

O roteiro não poderia ser mais emocionante para o Monte Azul. Vitória no jogo de volta depois de perder a ida, decisão por pênaltis, e a explosão incomparável ao poder gritar “É campeão”. Comandante do vencedor da Copa Paulista, Alemão descreveu como está sendo ‘lidar’ com a conquista.

“A sensação é a melhor possível. Uma felicidade muito grande poder ter conquistado esse título tão importante para a história do clube. Não é uma competição fácil, com vários times querendo essa mesma façanha, mas nós conseguimos. Então, é uma sensação indescritível ter sido campeão da Copa Paulista”, contou.

Apesar de ter alcançado a melhor campanha da competição, o Azulão precisou superar muitas dificuldades na finalíssima. Segundo Alemão, a mudança do mando de campo, além de três desfalques titulares, afetaram bastante a preparação da equipe.

“Infelizmente a gente perdeu o mando de campo e depois tivemos a infelicidade de perder três jogadores no jogo de ida. Realmente, isso pesou muito, mas, como eu falei, conseguimos ser campeões e superar tudo. Sem dúvidas valeu a pena”, disse Alemão.

Nos minutos finais da partida contra a Votuporanguense, o CAV pressionava muito em busca do primeiro gol. O técnico do Monte Azul contou que estava difícil conter a ansiedade, e quando dois jogadores caíram no chão com câimbras, ele tomou uma decisão que pode ter ajudado a garantir o título.

“Eu, particularmente, estava muito inquieto, com aquele frio na barriga para o jogo acabar logo. No segundo tempo, já tínhamos feito as cinco substituições, e dois jogadores começaram a sentir câimbras. O árbitro deu sete minutos de acréscimo, e aí eu pensei: ‘Preciso parar esse jogo, se não vamos acabar tomando um gol'”.

“Então, uma bola veio na minha direção, e eu acabei chutando e fui expulso. A bola pegou no banco de reservas da Votuporanguense. Claro, não era minha intenção, pedi desculpas. Mas eu precisava parar o jogo de alguma maneira, porque estávamos passando por um momento difícil na partida”, revelou.

Ex-atacante com larga experiência no futebol paulista e brasileiro, que estava em atividade até o ano passado pelo Maringá-PR, Alemão confirmou a máxima que muitos treinadores que já foram jogadores afirmam: é mais difícil estar à beira do campo, do que dentro dele.

“Olha, eu não sabia que desse lado aqui as coisas poderiam ser piores, viu? Realmente, estando do lado de fora, a gente fica ainda mais nervoso do que quando está dentro de campo. Foi uma experiência única, mas que no final valeu a pena, e a sensação foi muito boa quando o jogo terminou”, afirmou.

O treinador, que realiza seu primeiro trabalho na nova carreira, chegou ao clube em meio às quartas de final da Copa Paulista após a repentina saída de Silvio Canuto. Alemão avaliou os primeiros passos à frente do Azulão, e afirmou que o ambiente e estrutura que encontrou, facilitaram sua adaptação.

“Eu fiz cinco jogos, nos quais tive três vitórias, um empate e uma derrota. Graças a Deus, comecei com o pé direito. Claro que contei muito com a força do grupo e com o trabalho que o Silvinho tinha feito antes, com a ajuda da diretoria, do presidente, e da comissão técnica, me facilitou bastante”, analisou o treinador.

A conquista ainda está sendo celebrada em Monte Azul Paulista, mas o clube da cidade já pensa na Série A3 do Paulistão de 2025. Falando sobre seu futuro, Alemão revelou ao Futebol Interior como estão sendo as conversas com a diretoria, que segundo o próprio, “quer que ele fique”.

“Eles querem que eu fique para a Série A3. Mas vamos definir tudo em breve, acredito que já nesta semana. Se eu ficar, a intenção é ter um time muito competitivo para conquistarmos o acesso. Espero que dê tudo certo, e quem sabe eu possa permanecer”, contou o técnico com exclusividade.

MONTE AZUL JÁ PENSA EM 2025

Com o título da Copa Paulista e a vaga na Série D assegurada, o Azulão já começa a pensar na próxima temporada. O primeiro compromisso do clube será pela Série A3 do Paulistão, que deve se iniciar já no mês de janeiro.