Goiânia, GO, 14 (AFI) – O técnico Vagner Mancini, do Goiás, analisou a temporada do time esmeraldino e destacou os problemas que o clube enfrentou em 2024. Neste domingo, o Verdão foi derrotado pelo rival Vila Nova, por 1 a 0, na Serrinha. O resultado praticamente eliminou as possibilidades de acesso na Série B do Campeonato Brasileiro neste ano.

De acordo com Mancini, a diretoria já deve começar o planejamento de 2025, mesmo com a situação ainda indefinida. O treinador afirmou que o Goiás tem feito “puxadinhos” durante a temporada e isso teria atrapalhado nos resultados dos jogos.

“Nós já poderíamos estar fazendo o planejamento para 2025 independente de quem vai ficar no clube. Até para ter algo mais sólido. Não dá para falar de parte financeira porque não sabemos em que divisão vamos estar. O Goiás ainda tem chance de subir. É difícil? É claro que é difícil, a gente sabe e somos realistas em relação a isso. Mas existem outras coisas que são importantes. Quem não acredita mais já quer ver o processo sendo executado para que no ano que vem o Goiás possa brigar em igualdade de condições com outras equipes que estão com pontuação melhor na Série B. Isso atrapalha demais”, avaliou o treinador.

“Quando você começa a fazer um ‘puxadinho’ na sua casa e faz um ‘puxadinho’ aqui e outro ali, você acaba chegando no fim do ano com sérias dificuldades até mesmo em campo. Se eu for comparar o que deveria acontecer no clássico com aquilo que aconteceu, é óbvio que tem uma série de responsabilidades. Eu tenho a minha responsabilidade, os atletas têm a deles, mas o clube, a diretoria, todo mundo tem uma parcela. Não estamos usando isso como desculpa, mas acho que era bom dar uma esclarecida nisso porque de certa forma tem um peso muito grande ao longo do ano”, completou.

ELENCO DO GOIÁS

Ainda segundo Mancini, ele precisou abrir mão de algumas ideias para priorizar características dos jogadores. Ele reconheceu parcela de responsabilidade pela campanha do Goiás, mas pontuou que a cobrança deve chegar em todos os setores.

“Em uma montagem de elenco, é óbvio que sempre quem monta, monta baseado no que enxerga de futebol. Em termo de característica, eu com certeza teria montado uma equipe diferente. Uma das dificuldades que eu tenho hoje é fazer com que a equipe jogue da maneira como eu quero. Infelizmente, eu já tive que abrir mão de algumas coisas porque em termos de característica a gente não pode forçar um jogador a jogar de uma maneira que ele não está acostumado”.

“Quando você tem um bom planejamento e monta sua equipe com tempo, com treinador e tudo mais, ele pode ser cobrado de forma diferente. É óbvio que eu estou muito chateado com o que vi em campo, mas a gente não pode a cada sete dias falar ‘o Mancini é bom ou o Mancini não é bom’. Isso vale para todos os profissionais, a gente tem que decidir se o time é bom ou não é”, apontou.

JOGADORES SEM ‘ALMA’

Em um momento de maior sinceridade, o técnico abriu o jogo sobre o espírito de luta dos seus jogadores. Ele comparou com a postura do Vila Nova e afirmou que faltou “alma” para alguns jogadores do Goiás.

“Chegamos ao clássico uma semana depois do jogo contra o Santos, que gerou uma confiança absurda. E vimos que o time não conseguiu andar. Acho que por falta de alma e alma é uma coisa muito peculiar de cada pessoa, não dá pra simplesmente cobrar do jogador que ele tenha alma. Isso está dentro de cada um. Eu já sei porque que o Vila ganhou a maior parte dos jogos com um time, na minha opinião, tecnicamente inferior ao Goiás”, finalizou.

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