Blog do Ari - Ainda se vota por influência parecida de 'santinhos' jogados nas ruas
Impressiona constatar pessoas supostamente esclarecidas sem capacidade de distinguir o real papel do vereador.
Por ARIOVALDO IZAC
Campnas, SP, 6 (AFI) – Como o País parou literalmente para as eleições municipais, logo o futebol foi relegado. Assim, seguimos com as notas que a banda toca neste domingo.
Desde que me entendo por gente, ainda molequinho e de calças curtas, já achava estranho eleitor semianalfabeto, e consequentemente desinformado, apanhar aleatoriamente um ‘santinho’ com número de candidato, daquela ‘lixeira’ esparramada em ruas próximas a colégios eleitorais, como opção para copiar o voto ainda em cédula de papel.
Se aquela ingenuidade me constrangia, décadas foram se passando e jamais esperava que pessoas letradas, com pleno discernimento do certo e errado, não só contrariam a normalidade como ainda tornam-se instrumento de cumplicidade ao mal feito.
Dá para engolir o ingênuo, facilmente manipulado, mas pessoas que ajudam a eleger quem não vale o feijão de come é dolorido.
VEREADOR
No jogo eleitoral, impressiona constatar pessoas supostamente esclarecidas sem capacidade de distinguir o real papel do vereador.
Deixam-se enganar por ‘favorzinho’ de encaminhamento para se tapar buraco de rua, poda de árvore, ou reivindicações diversas de menor escala, possíveis de atendimento.
Outrora, o munícipe dirigia-se diretamente às chamadas administrações regionais da cidade, para as devidas reclamações e reivindicações, sem a interferência do vereador, que habilmente viu no processo de intermediação a captura de mais um voto visando futuras eleições.
Assim surgiu o batismo de ‘vereador do bairro’, como se a atribuição essencial dele não fosse legislar, fiscalizar a postura do executivo.
Na prática, vereador deveria ser um estudioso de problemas de abrangência na cidade, e consequentemente apresentar projetos de correção de curso ou de implementação.
REAJUSTE DE SUBSÍDIO
Durante este processo eleitoral, não foi devidamente recapitulado que vários dos vereadores que pediram o seu voto reajustaram os próprios subsídios em 76,7%, para vigência a partir de primeiro de janeiro, o que eleva o ganho de R$ 10.070,86 para R$ 17.800,00 por mês.
Quando da aprovação do projeto em dezembro do ano passado, veículos de comunicação cumpriram o real papel da informação, mas agora, quando se cabia a recapitulação da pauta, com os respectivos nomes daqueles que votaram favoravelmente, a maioria não se dispôs a repeti-la.
Assim, se você discorda do alto percentual de reajuste, saiba que já ‘boiou’, pois agora ‘Inês é morta’.
Natural e concebível se aplicar reajustes a quaisquer das funções exercidas, mas quase 77%?