Procuradoria do STJD pede gravações ao Grêmio para investigar suposto caso de racismo
O atacante Carlinhos, da equipe carioca, afirma que foi alvo de ofensas racistas após ser expulso da partida, disputada na Arena do Grêmio
O Grêmio também se manifestou oficialmente ao afirmar que identificou o torcedor que teria proferido a ofensa racista
Rio de Janeiro, RJ , 24 (AFI) – A Procuradoria do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) fez um pedido formal ao Grêmio para ter acesso às gravações de áudio e vídeo para poder apurar suposto caso de racismo na partida contra o Flamengo, no domingo, pelo Brasileirão. O atacante Carlinhos, da equipe carioca, afirma que foi alvo de ofensas racistas após ser expulso da partida, disputada na Arena do Grêmio, em Porto Alegre.
“A PROCURADORIA DE JUSTIÇA DESPORTIVA, por seus representantes infra-assinados, no uso de suas atribuições legais vem, por meio deste, em caráter de urgência, solicitar a disponibilização, no prazo improrrogável de 5 (cinco) dias a contar do recebimento deste Ofício, de gravações de áudio e vídeo relacionadas ao incidente ocorrido no dia 22 de setembro de 2023, durante a partida entre Grêmio e Flamengo, válida pela 27ª rodada do Campeonato Brasileiro, na Arena do Grêmio”, diz o ofício assinado pelos procuradores Eduardo Jobim e Jhonny Prado.
O suposto caso de racismo teria acontecido na noite de domingo, após a expulsão de Carlinhos de campo, por agressão fora do lance. Em comunicado, o Flamengo afirmou que “o jogador diz ter escutado imitações de macaco e, em um vídeo de uma matéria do veículo Lance!, ouve-se nitidamente uma voz proferindo a palavra ‘macaquinho'”.
O Grêmio também se manifestou oficialmente ao afirmar que identificou o torcedor que teria proferido a ofensa racista. E, na avaliação do clube gaúcho, o torcedor teria dito “tá brabinho?”, em tom de provocação a Carlinhos, em razão da expulsão.
“Indagado pelo clube, o torcedor afirmou que costuma acompanhar os jogos sempre da mesma posição, nas cadeiras próximas ao túnel de acesso ao campo. Disse que, após presenciar o ato do atleta do Flamengo de quebrar a cabine do VAR, falou , frase que foi repetida por uma criança que estava ao seu lado”, explicou o clube gaúcho.
A Procuradoria do STJD, porém, pediu provas sobre a suposta declaração. “Em face de possível controvérsia sobre o teor das expressões utilizadas pelos torcedores, esta Procuradoria requer que o mandante de campo apresente provas no sentido de esclarecer a natureza das expressões direcionadas ao jogador, bem como outros elementos que possam contribuir para a rápida elucidação dos fatos.”