Gusttavo Lima no futebol: dono de SAF e embaixador de ex-patrocinadora do Corinthians

A defesa do artista disse que ele entraria com habeas corpus contra a prisão preventiva

O cantor Gusttavo Lima tem participação como investidor em uma SAF no Paraná desde fevereiro deste ano

Gusttavo Lima é dono de SAF e embaixador de bet
Gusttavo Lima é dono de SAF e embaixador da Vai de Bet

Campinas, SP, 24 – O cantor Gusttavo Lima, que teve prisão decretada pela Justiça em investigação sobre lavagem de dinheiro de jogos ilegais, tem participação como investidor em uma SAF no Paraná desde fevereiro deste ano. Quando firmou a parceria com o Paranavaí, o plano era investir anualmente R$ 10 milhões no clube. A principal patrocinadora da equipe é a Vai de Bet, site de apostas que foi patrocinador do Corinthians e do qual Lima é “embaixador”. A defesa do artista disse que ele entraria com habeas corpus contra a prisão preventiva.

O Paranavaí entrou no radar de Gusttavo Lima pelo interesse do cantor em investir no futebol. A equipe viveu o auge em 2007, quando foi campeã paranaense e hoje disputa a segunda divisão estadual. Neste ano, já com a parceria com o artista, o time chegou à semifinal, mas foi eliminado pelo Rio Branco.

O cantor sertanejo detém 60% do Paranavaí. O clube manteve 1% da propriedade. O restante é da Full Sports, empresa que opera com gestão de carreira de atletas e treinadores e pertence ao empresário local Fábio Lino. A prioridade do investimento de Gusttavo Lima era em infraestrutura, com construção de um centro de treinamento e reforma de alojamentos. O valor da aquisição foi de R$ 3 milhões, sendo R$ 2 milhões usados para quitar dívidas, a maioria delas trabalhistas.

GUSTTAVO LIMA É EMBAIXADOR DE EX-PATROCINADORA DO CORINTHIANS

O sertanejo também trabalha com a Vai de Bet, site de apostas que foi patrocinador do Corinthians entre fevereiro e junho deste ano. Na época, o acordo da empresa com o clube foi o maior, em valores, do futebol nacional, com aporte de R$ 360 milhões para estampar o espaço mais nobre da camisa corintiana por três temporadas.

O negócio previa o pagamento de R$ 10 milhões ao longo dos 36 meses de contrato. Em janeiro, o clube recebeu a quantia e mais luvas de R$ 10 milhões. Segundo o contrato, ao qual o Estadão teve acesso, o valor das luvas cabe exclusivamente ao Corinthians, não podendo ter porcentual repassado como comissão.

Entretanto, o contrato foi rompido após a divulgação de pagamentos da Rede Media Social Ltda, intermediária do acordo, à Neoway Soluções Integradas em Serviços Ltda, suposta empresa “laranja”.

A Vai de Bet nega envolvimento em irregularidades, afirma que solicitou esclarecimentos sobre as suspeitas levantadas e rescindiu o acordo com o clube sob argumento de que “não se pode manter a parceria enquanto pairar qualquer suspeita em relação a condutas que fujam à conformidade com a ética e os preceitos legais”. A Polícia Civil trata o Corinthians como potencial vítima do esquema.

OPERAÇÃO INTEGRATION INVESTIGA LAVAGEM DE DINHEIRO DE JOGOS ILEGAIS

O pedido de prisão preventiva de Gusttavo Lima foi feito no âmbito da operação comandada pela Polícia Civil de Pernambuco. Na mesma investigação, foram presos a influenciadora digital Deolane Bezerra e o dono da casa de apostas Esportes da Sorte, Darwin Filho.

A operação não teve as casas de apostas como alvo, mas a lavagem de dinheiro de jogos ilegais. Um relatório da Polícia Civil mostrou, por exemplo, a suspeita de que a organização criminosa lavava dinheiro do jogo do bicho por meio da Esportes da Sorte.

Na Série A do Campeonato Brasileiro, Corinthians, Grêmio, Athletico-PR e Bahia recebem investimentos da Esportes da Sorte. O time feminino do Palmeiras também é patrocinado pela empresa. Além destes, a marca apoia Ceará, da Série B, Náutico e ABC, da Série C, e Santa Cruz, da Série D. O patrocínio com o Corinthians foi assinado em julho, com um total de R$ 309 milhões por três anos de contrato. Nenhum time é acusado de ter cometido crimes.

Após as primeiras ações a operação, Esportes da Sorte e Vai de Bet disseram cumprir a legislação e afirmaram estar à disposição das autoridades.

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