'Cupido' Marcus D'Almeida se inspira em rap para final antecipada em Paris-2024: 'Não é ilusão'
íder do ranking mundial de tiro com arco, Marcus D'Almeida terá uma final antecipada no próximo domingo
O brasileiro quer mostrar que a confiança é a principal característica que o arqueiro precisa ter
Campinas, SP, 31 – Líder do ranking mundial de tiro com arco, Marcus D’Almeida terá uma final antecipada no próximo domingo, em combate com o sul-coreano Kim Woo-jin. Pelas oitavas de final do torneio dos Jogos Olímpicos de Paris, o brasileiro quer mostrar que a confiança é a principal característica que o arqueiro precisa ter para manter a precisão e superar os principais oponentes.
Para isso, D’Almeida tem meio pelos quais se inspira. Ele afirma que entre suas músicas preferidas estão as do rapper BK. Entre os apelidos recebidos nas redes sociais, o brasileiro afirma que prefere ser chamado de “cupido” e nega que a origem da sua dedicação pelo tiro com arco tenha partido de alguma obra literária ou audiovisual.
“Eu gosto dos apelidos e não tenho como fugir disso. Não comecei esse esporte por livro ou jogo. Então, o que mais me lembra o tiro com arco o cupido. Então, talvez seja esse o que mais gosto”, iniciou D’Almeida. “As músicas do BK são as que mais curto, porque é um rap de mensagem. A gente vê tantos raps que não levam mensagem… Tem uma música que diz: ‘No final é tipo espelho, você com você mesmo. Deixa o coração se tornar trilho’ (rap ‘Carta Aberta’, do BK). E o tiro com arco é isso.”
Em contato exclusivo com o Estadão, o arqueiro disse que o bom desempenho nos treinamentos o fazem acreditar que é possível conquistar uma medalha para o Brasil: “Já simulei vários combates contra o sul-coreano e consegui vitórias. É treinamento, não é ilusão e é isso que estou indo buscar no domingo”.
A “final antecipada” logo nas oitavas de final diante de Kim, que ocupa a segunda posição no ranking mundial, foi provocada pela posição que D’Almeida conquistou na fase inicial de ranqueamento. O brasileiro ficou na 17ª posição e, pelos cruzamento, teria de enfrentar quem obteve a melhor marca, caso do sul-coreano.
“No domingo é uma outra competição. Não estou caçando nenhum problema ocorrido no classificatório, porque todas as minhas flechas foram dentro do amarelo (zona que concede as maiores pontuação, nove ou dez). Devo ter tranquilidade e reconhecer que ninguém é perfeito”, explica D’Almeida.
O carioca comenta que sua principal técnica para derrotar os sul-coreanos é não deixá-los abrir vantagem no combate, sem dar espaço para que eles se vejam como dominantes. Apesar do peso do concorrente, D’Almeida aponta quem é o seu real adversário nesses Jogos Olímpicos.
“Meu maior adversário sou eu mesmo. Somos só eu e o alvo. Isso é o suficiente para eu sair de lá com a vitória e sair do combate sabendo que fiz o meu melhor. Não tem nada fácil aqui e não estava esperando que fosse simples”, completou.
No futebol, esporte mais tradicional do Brasil, não temos um jogador eleito o melhor do mundo há 17 anos. No vôlei, a segunda modalidade com mais destaque, tampouco. No tiro com arco, D’Almeida ocupa o posto de líder do ranking há 18 meses e, mesmo assim, não experimenta a mesma empolgação. Apesar disso, ele não se vê desprestigiado. “Desprestigiado é uma palavra muito forte. Venho buscando meu espaço e estou conquistando. Não achei que do dia para noite me tornaria o melhor do mundo e o tiro com arco tomaria o lugar do futebol”.
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