Mais demissões do que vitórias: a desorganização do Guarani

Saída de Toninho Cecílio depois de dois meses da sua contratação expõem bagunça fora de campo

Guarani vem sofrendo com seguidas trocas no departamento de futebol e isso reflete no desempenho ruim nesta temporada

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Toninho Cecílio foi mais uma vítima no Guarani (Foto: Raphael Silvestre/Guarani FC)

Campinas, SP, 09 (AFI) – A saída de Toninho Cecílio do cargo de executivo de futebol, anunciada na última segunda-feira, expôs a bagunça que está os bastidores do Guarani. E isso acaba refletindo dentro de campo.

Para se ter uma ideia, o Bugre teve mais saídas – entre dirigentes e treinadores – do que vitórias nesta temporada. Sofrendo desde janeiro, o torcedor comemorou apenas três resultados positivos: sobre Ituano e Red Bull Bragantino no Paulistão, e Botafogo-SP na Série B do Brasileiro.

Não é à toa que o Guarani escapou do rebaixamento à Série A2 do Paulista apenas na última rodada e está em situação praticamente irreversível na Série B do Brasileiro, na lanterna, com apenas seis pontos em 14 rodadas.

Isso é reflexo de como vem sendo dirigido o Guarani nos bastidores pelo presidente André Marconatto. E não é de hoje. Tudo começou em junho do ano passado, quando Rodrigo Pastana (foto) foi demitido do cargo de executivo de futebol por problemas internos. Em sua saída, o dirigente disparou.

“Pra mim uma péssima surpresa. Não esperava, tinha feito uma reunião importante hoje à tarde. Depois fui ao treino normalmente. Agora à noite fui chamado na reunião do CA (Conselho de Administração) e o Ricardo Moisés, que é o CEO, disse que estou desligado do clube”, disse Pastana na época.

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MAIS TROCAS!

Dias depois, o Guarani anunciou Lucas Drubscky, apontado pelos torcedores como um dos responsáveis por ter deixado o acesso à elite do Brasileirão escapar nas últimas rodadas. O fracasso fez o dirigente pedir as contas depois de receber uma proposta do Ceará.

Pensando em 2014, o Bugre acertou com Juliano Camargo em novembro do ano passado, mas sua passagem pelo Brinco de Ouro da Princesa foi encerrada em fevereiro, durante a péssima campanha no Paulistão. No mesmo dia, a diretoria anunciou o afastamento do ex-presidente Ricardo Moisés do cargo de CEO.

O ex-zagueiro Danilo Silva, que fazia a função de diretor técnico, assumiu o departamento de futebol até a chegada de Toninho Cecílio no dia 1º de maio. A saída do dirigente, comunicada na última segunda-feira, pegou todo mundo de surpresa.

“Foi com surpresa que fui comunicado pelo presidente André Marconatto do meu desligamento do Guarani. Como diretor executivo de futebol cheguei em 01 de maio, portanto, com a janela de transferências fechada e com o elenco montado. Nesse curto espaço de tempo (apenas dois meses) trabalhei com grande respeito e comprometimento e prospectamos, escolhemos, negociamos e contratamos sete atletas que irão fortalecer a equipe e mais três atletas com negociações avançadas”, desabafou Toninho Cecílio.

Agora, a expectativa é quem será o novo executivo de futebol do Guarani. E pode ser um velho conhecido. O presidente André Marconatto negocia a volta de Rodrigo Pastana, que ficou com o caminho livre depois do cargo de CEO ser extinto e Ricardo Moisés (foto) ser afastado de vez do departamento de futebol.

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Seria uma volta ao passado na esperança de um milagre. Afinal, o Guarani precisa de pelo menos 33 pontos em 24 jogos para evitar a queda para a Série C.

NÃO PAROU POR AÍ

As trocas na diretoria foram acompanhadas por mudanças no cargo de treinador. Só nesta temporada, quatro profissionais passaram pelo Brinco de Ouro da Princesa: Umberto Louzer, Claudinei Oliveira, Júnior Rocha e por último Pintado.

O Guarani começou a temporada sob o comando de Umberto Louzer, que havia chegado em junho de 2023. Demitido no dia 9 de fevereiro, depois de seis jogos no Paulistão, o treinador se despediu com 46,8% de aproveitamento. Foram 12 vitórias, 9 empates e 11 derrotas.

Três dias depois da saída de Louzer, o Guarani anunciou Claudinei Oliveira, que ficou pouco mais de dois meses no cargo – até o dia 27 de abril. Com uma vitória, três empates e três derrotas, ele teve apenas 28,5% de aproveitamento.

No dia 2 de maio, a diretoria bugrina fechou com Júnior Rocha, que teve o trabalho mais curto: caiu no dia 9 de junho. Durante o pouco mais de um mês, o treinador teve 19% de aproveitamento. Foram cinco derrotas, um empate e uma vitória.

Anunciado como substituto de Júnior Rocha no dia 19 de junho, Pintado dirigiu o Guarani em três partidas e ainda não venceu. O time perdeu para CRB e Sport – ambos por 1 a 0 – e empatou o dérbi com a Ponte Preta, por 1 a 1.

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