BLOG DO ARI

ARIOVALDO IZAC

Blog do Ari - São histórias & histórias de um nervoso dérbi

As possibilidades dentro de campo já foram bem debatidas. Então é muito curioso lembrar os torcedores folclóricos de Guarani e Ponte Preta

Tanto Guarani como Ponte Preta tiveram ao longo da história torcedores folclóricos e que marcaram época na história do futebol de Campinas

Dérbi 207
Conceição, fanática pela Ponte Preta. Foto: Reprodução VTV


Por ARIOVALDO IZAC


Campinas, SP, 29 (AFI) – Evidente que em se tratando de dérbi campineiro não cabe postagem única. Sobre bola rolando e alternativas dos treinadores Nelsinho Baptista e Pintado, isso já foi enfatizado neste espaço ao longo da semana.

Mais ainda cabe breve recapitulação, e com repetição dos devidos argumentos abordados.

CONFIRA A MAIOR COBERTURA DO DÉRBI 207
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Tudo isso está concentrado no áudio localizado no alto da página, no link https://blogdoari.futebolinterior.com.br/, acentuando os reais motivos que indicam ganho ao time pontepretano se o treinador Nelsinho Baptista não mexer uma palha do meio de campo pra frente.
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Como assim? Élvis como opção de banco?

Exatamente isso que tenho defendido, com convicção, assim como havia traçado uma alternativa ao Guarani caso se confirmasse a escalação do lateral-direito Heitor.

O áudio está no local indicado.

FOLCLÓRICOS

Guarani e Ponte Preta já tiveram os seus torcedores folclóricos em evidência. Provavelmente alguns sobrevivem até hoje, mas discretamente.


Na Ponte Preta, nada se compara aos saudosos Zé do Pito e Maria Conceição Rodrigues. Um torcedor que ousou programar caravana de pontepretanos em carroceria de caminhão, para Bragança Paulista, teria que entrar na história do folclorismo, como ocorreu com Zé do Pito.

Conceição fazia um ‘barulho’ danado por causa da Ponte Preta. Duvida? Quem ousaria viajar em porta-malas de um veículo Opala para Bauru, a fim de ver o seu clube jogar contra o Noroeste?

BOZÓ

Alguém, por acaso, teria visto o saudoso torcedor bugrino Bozó perambular por qualquer canto de Campinas sem a camisa do Guarani? Era uma ‘febre’.

Tão fanática quanto Conceição foi dona Tereza Orsi Gozzi, que acompanhou o clube desde a sua fundação, no Jardim Carlos Gomes.

E, enquanto lúcida, ‘brigava’ em defesa dos interesses de seu clube.

Ainda no período do antigo Pastinho foi considerada torcedora símbolo do Guarani. Ela morreu em 1995, aos 103 anos de idade.

Liberato Mores, o ‘Beiçola’, levou o primeiro grupo de batuqueiros, que se tem conhecimento, ao Estádio Brinco de Ouro. Como presidia a Escola de Samba Estrela Dalva, da Vila Costa e Silva, foi fácil reunir os acompanhantes.

E Toninho ‘pai de santo’, que abusava de baforadas com charutos em gols do estádio, procurava justificá-las para atrair fluídos positivos ao seu clube nos jogos em casa.

RENATO SILVA

No rádio campineiro do passado, profissionais declaravam abertamente as respectivas preferências por clubes.

Foi assim que o saudoso repórter Renato Silva, pontepretano confesso, caiu em desgraça com a torcida bugrina.

Isso provocou revolta no repórter que havia decidido não mais trabalhar em jogos no Estádio Brinco de Ouro.

E não é que, de surpresa, num dérbi de décadas passadas, ele reapareceu no campo do Guarani com um terno impecável, em pleno domingo de muito calor!

IRMÃOS RIVAIS

Famílias divididas com racha de preferência pelos clubes de Campinas é coisa rara, mas ainda acontece.

No passado, esta divisão era transportada até para as diretorias.

Na década de 70, enquanto Leonel Martins de Oliveira presidia o Guarani, o seu irmão Armando Martins de Oliveira foi diretor de futebol da Ponte Preta.

Anos 80, os saudosos irmãos Armando Mendonça e Álvaro Mendonça foram vices-presidentes de Ponte Preta e Guarani, respectivamente, com expediente em seus clubes no período da tarde.

Pela manhã, recebiam clientes na Imobiliária Mendonça, situada na Avenida Francisco Glicério.

Foi o período em que o saudoso Edson Ággio chegou à presidência da Ponte Preta, enquanto o seu irmão Ékner Ággio, fumante inveterado, ocupava cargo na diretoria do Guarani.

FORMIGA

Pontepretano da velha guarda lembra do então peixeiro Formiga, que acordava de madrugada para levar os seus produtos às feiras da cidade, mas, como diretor sem pasta da Ponte Preta, era visto frequentemente no Estádio Moisés Lucarelli com mangas arregaçadas para qualquer obra.

Seu irmão Tato era presença obrigatória na porta do vestiário do Guarani, em dias de jogos, coordenando quem deveria ter acesso ao local, além dos credenciados da imprensa.

E quanto uma mulher repórter implorou para fazer entrevistas com jogadores e técnico, ele insistiu em deixá-la do lado de fora, com a justificativa que não poderia ver jogador pelado.