Paulista A4: Conheça Vinícius Peixoto, meia do Nacional cria do Capão apelidado de Talisca
Garoto de 20 anos marcou seu primeiro gol como profissional e garantiu a vitória contra o Joseense
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Por Eduardo Tolentino
São Paulo, SP, 21 (AFI) – Autor do gol que deu a vitória ao Nacional na última rodada, contra o Joseense, Vinícius Peixoto vem se destacando no Paulistão A4 Sicredi. O Naça não vencia há três jogos, desde a estreia, e empatava por 0 a 0 dentro do Nicolau Alayon contra o lanterna do campeonato.
Diego Souza, então, o técnico do time, promoveu a entrada de Vinícius no lugar de Nicollas, aos 20 minutos do segundo tempo. A alteração funcionou, e muito, porque o jogador decidiu a partida aproveitando um cruzamento pelo lado direito faltando cinco minutos para o apito final.
O detalhe que torna o lance ainda mais especial é que esse foi o primeiro gol dele como profissional. Em entrevista exclusiva ao Portal Futebol Interior, o meia-atacante descreveu a sensação.
FALA, VINÍCIUS!
“Foi uma emoção muito grande fazer o primeiro gol como profissional, sempre sonhei desde pequeno. Eu prometi para minha mãe: ‘vou dar a vida, que eu nasci para isso’, e consegui. Minha mãe estava lá, meu irmão, meus empresários, então foi uma emoção um pouco a mais, porque que eu prometi a eles e consegui”, contou emocionado.
“Comecei no banco, foi a opção do treinador. Respeitei, claro. Nenhum jogador gosta de ficar no banco, mas eu respeitei, trabalhei quieto e quando ele me chamou eu sabia. Na hora do aquecimento e na hora de entrar, eu tinha falado para os meus companheiros que iria decidir, que ia entrar e fazer gol. Era o meu primeiro como profissional. ‘De hoje não passa. Eu só saio do campo quando fizer o meu primeiro gol como profissional’, pensei. Deus me abençoou e deu tudo certo. A equipe toda está de parabéns e esse momento vai ficar eternamente guardado em minha memória. Somente agradecer”, completou.
EXPLICAÇÃO DO PROFESSOR
Diego certamente estava ciente da capacidade do garoto, mas explicou que a opção de iniciá-lo no banco de reservas era apenas uma “questão de variação”.
“As vezes não dá certo, o adversário marca bem e consegue impedir nossas ações ofensivas. Essas variações servem para conseguirmos jogar mais perto do gol dos adversários, com mais chances de finalização”, destacou.
FASE DO NACIONAL
Voltando a vencer no Paulistão A4, o Nacional entrou novamente na zona de classificação (G8). Em 8º, acumula sete pontos nas cinco primeiras rodadas, com duas vitórias, um empate e duas derrotas.
Os reveses foram consecutivos e frustrantes. O primeiro deles foi uma goleada por 5 a 1 contra o XV de Jaú, atual líder. No jogo seguinte, o time sofreu virada do Vocem ao levar três gols nos acréscimos, vendo o placar de 3 a 1 virar 3 a 4. Contra o Joseense, tirou a “zica” e venceu a primeira dentro de casa.
“Nosso time está muito bom, muito qualificado mentalmente, fisicamente e tecnicamente. A gente fez uma pré-temporada muito boa, e de dez jogos perdemos só dois. Nosso foco é mesmo o acesso, todo mundo tem em mente que a gente tem que estar lá dia 5 e 12 de maio, na final”, disse Peixoto.
VINICIUS OU TALISCA?
Apelidado de “Talisca” pela semelhança com Anderson Talisca, também meia-atacante, do Al-Nassr (Arábia Saudita), o garoto deixa claro que prefere seu nome verdadeiro, mas reconhece que “a moda já pegou”.
“Foi o Diego Souza [técnico] e o Glauber [diretor] que colocaram em mim assim que eu cheguei. Acho que é a semelhança [com Anderson], por ser canhoto, alto, tenho as mesmas características que ele. Só preciso ganhar um pouco mais de força, ele é mais forte que eu, mas acho que é a semelhança mesmo. Sinceramente, prefiro Vinícius Peixoto. Prefiro construir e criar meu próprio nome, não quero crescer com o nome de ninguém. Mas, como Talisca já pegou, então não tem mais o que fazer”, confessa.
HISTÓRIA
“Comecei a jogar bola aos três anos de idade, desde novinho, sempre falei pra minha mãe que queria me tornar um jogador profissional. Sempre assisti muito futebol, era muito ligado, e comecei a treinar onde eu moro, lá no Jardim Imbé, no Capão Redondo. Joguei na escolinha do meu tio, recebi bastante ajuda, e foi ali onde eu fui me destacando”, conta Vinícius.
“Eu passei muita dificuldade, principalmente na minha casa, mas sempre falei à minha mãe que me tornaria um grande jogador. Passei por Portuguesa, Ibrachina e Sharjah, até chegar ao Nacional. Quem me trouxe foi o Diego, que me abraçou e deu uma oportunidade quando estava sem clube. Nesse momento eu até pensei em desistir, mas tive muito apoio dos meus empresários, da minha mãe, que sempre foi muito presente, meu padrasto, irmão, tio. Eles me deram todo suporte”, revela.
INSPIRAÇÕES E SONHOS
“Minha maior inspiração é o Gabigol. Quero ter a personalidade dele e a força mental do Cristiano Ronaldo, então os dois são praticamente meu ídolo e minha inspiração. O meu maior sonho eu disse à minha mãe: ‘Quero te dar uma casa com o meu próprio dinheiro, com o meu sonho’. Agora de futebol, quando sair do Nacional, quero jogar o Brasileiro Série A, Libertadores, Copa do Brasil, então vou trabalhar para, se Deus quiser, isso dar certo”, concluiu.