Quem era Diego Braga? Lutador que morreu em favela treinou com estrelas do MMA
A Delegacia de Homicídios da Capital trabalha com a hipótese de o lutador ter sido confundido com milicianos.
Diego tinha dois filhos: Gabriel Braga, de 25 anos, lutador de MMA e finalista da Professional Fighters League (PFL), e Theo, de oito anos.
Rio de Janeiro, RJ , 16 (AFI) – Lutador de MMA, Diego Braga Alves foi encontrado morto na noite de segunda-feira no Morro do Banco, comunidade da zona oeste do Rio. Ele tinha 44 anos, teve uma moto furtada na madrugada anterior em sua casa, em região vizinha, e decidiu ir em busca dela. Um homem confessou ter participado do assassinato e foi preso. A Delegacia de Homicídios da Capital trabalha com a hipótese de o lutador ter sido confundido com milicianos.
Nascido na comunidade de Rio das Pedras, Diego começou sua carreira como lutador profissional de Artes Marciais Mistas (MMA) em 2003, quando tinha 21 anos. Nesse período, ele enfrentou importantes nomes do País na modalidade, incluindo Charles do Bronx, Adriano Martins e Miltinho Vieira.
Após passar pelos times Gracie Barra Combat e Nogueira, Diego criou a academia Tropa Thai, na qual associou o esporte a um projeto social na comunidade em que nasceu. Ele treinou com outros nomes relevantes do MMA, como Anderson Silva e os irmãos Rodrigo Minotauro e Rogério Minotouro.
Além do MMA, Diego também se dedicou ao muay thai. Integrou a equipe Ruas Vale-Tudo, de Marcos Ruas, ex-lutador do UFC. Diego deixou a carreira profissional em 2019, somando 23 vitórias, um empate e oito derrotas.
Diego tinha dois filhos: Gabriel Braga, de 25 anos, lutador de MMA e finalista da Professional Fighters League (PFL), e Theo, de oito anos.
Nas redes sociais, figuras importantes da modalidade prestaram suas condolências à família. Do Bronx escreveu: “Que Deus o coloque em um bom lugar”. Minotouro afirmou que “ainda custa a acreditar (na morte de Diego). Grande amigo, irmão, fiel, pai exemplar, trabalhador e deixou um grande legado por onde passou”. Anderson Silva relembrou momentos de Diego e fez longos elogios ao companheiro de MMA.
“Um cara trabalhador que, assim como muitos outros, corre atrás dos seus sonhos, com seu esforço comprou sua moto, que foi roubada, e teve seus direitos violados. Enquanto os que têm o poder para mudar normalizam a violência como se nada pudessem fazer, pois para eles é só mais um que virou estatística. Talvez eu esteja falando besteira, mas vale lembrar constantemente ao povo do perigo que se esconde nas sombras daqueles que podem, mas não fazem absolutamente nada para mudar isso. Diego, meu irmão, sua memória será eternamente um farol para todos nós que ficamos”, escreveu Anderson Silva.
Minotauro seguiu a mesma linha de Anderson Silva e criticou a falta de segurança. “Que covardia terrível, que coisa sinistra que não tem explicação alguma. Sempre gratos por tudo que passamos meu irmão, todos os momentos, toda a parceria, todos os treinos, tantas horas que dividimos o tatame, as metas e os sonhos juntos.”
ENTENDA O CASO
Diego teve uma moto furtada na madrugada de segunda-feira, quando dois homens invadiram a sua casa – imagens das câmeras de segurança confirmaram o roubo. O lutador chegou a compartilhar uma imagem da motocicleta, e a placa, em suas redes sociais, pedindo informações. Pela manhã, ele saiu em busca da moto, sem registrar o furto na delegacia. Diego estava desaparecido desde então.
Segundo a Polícia Militar (PM), homens do 31º BPM (Recreio dos Bandeirantes) foram acionados para uma ocorrência de disparos de arma de fogo, na Estrada de Itajuru, e encontraram Diego em uma área de mata. O lutador foi socorrido para o Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, mas não resistiu. O caso foi encaminhado para a Delegacia de Homicídios da Capital.
Ainda de acordo com a PM, um dos suspeitos de assassinar o atleta foi preso na manhã desta terça-feira, 16, em casa, com certa quantidade de drogas. Ele confessou ter participado do crime e foi conduzido à 16° DP. As buscas na região por outros envolvidos estão em andamento.
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