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ARIOVALDO IZAC

Blog do Ari: Manchester City empolga com nova ordem mundial de eficiência no futebol

O time inglês mostrou que, para se furar esquema defensivo, já não é preciso de dribles de senhores dribladores, como o saudoso Mané Garrincha.

CITY 2
Manchester City é o atual campeão mundial

Parceiraço Raul Celestino Soares, que já sentou na cadeira da presidência do Conselho Deliberativo do Guarani, me envia ‘zap’ lamentando a perda da beleza de um jogo de futebol sem o gingado, drible e improvisação que encantavam desportistas do passado.

Pronto. Raul mal sabia que estava fechando a pauta para um dia ‘morno’ de assuntos domésticos que carecessem de abordagem.

Não tenho o hábito acompanhar o futebol fora do Brasil, e sei que é um defeito. Mas fazer o quê?

MANCHESTER CITY

Aí, por dever de ofício, vejo quem é esse Manchester City, naquela goleada sobre o Fluminense por 4 a 0, que culminou com a conquista do título Mundial de Clubes.

A constatação foi inevitável: está aí uma nova ordem do futebol mundial, cuja beleza plástica foi trocada pela eficiência.

O time inglês mostrou que, para se furar esquema defensivo, já não é preciso de dribles de senhores dribladores, como o saudoso Mané Garrincha.

Talvez nem seja o caso do City recorrer ao velho dito de ‘não tem cão, caça com gato’.

Evidente que por lá o drible é até dispensável, ou usado casualmente.

É que o seu estudioso treinador Pep Guardiola redescobriu um jeito de fazer a bola chegar redonda – e no chão – na área adversária, visando até quatro jogadores posicionados para complemento das jogadas, como faziam os excepcionais Santos e Botafogo carioca dos anos 60 e São Paulo da era Telê Santana, da década de 90.

SEIS OLHOS

Até citei no pós-jogo daquela final que havia ficado a impressão de jogadores do City com seis olhos na cabeça, tal o reflexo para em frações de segundos visualizarem e definirem companheiros mais bem colocados e desmarcados para recebimento do passe, de forma que as jogadas tivessem fluxo natural.

Quando alguém do Fluminense projetava desarmar jogador adversário, o retrato era que a bola já não estava com dito cujo.

Coisa impressionante que merece reflexão mais aprofundada.

CARROSSEL HOLANDÊS

Foi coisa que lembrou o carrossel holandês de 1974, quando jogadores literalmente não guardavam posições.

De repente, quando atacante de beirada e lateral fechavam por dentro e puxavam a marcação, aí um volante e até zagueiro surgiam no ‘buraco’, desmarcados, para receber o passe, visando a sequência da jogada.

Coisa impressionante!

E assim o City ‘cavocava’ buracos inimagináveis quando o adversário procurava colocar em prática a recomposição.

Evidente que aquele ‘balanço’ de outrora do futebol brasileiro, de furar retrancas até tipo ferrolhos do Juventus da era treinador Milton Buzzeto, era prazeroso, mas obrigatoriamente temos que nos render à nova ordem do futebol mundial mostrada pelo City.

E antes que me corrijam sobre capacidade técnica dos atletas dele para execução do combinado, claro que o City é composto por jogadores qualificadíssimos.

Afinal, não é sempre que se constata um time cujos jogadores têm ‘multiplicação de olhos’. 

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