ESPECIAL RACISMO: Vini Jr. a frente de comitê antirracismo, casos na América do Sul e mais
Vinícius Jr. foi convidado para chefiar o comitê da pauta contra a discriminação racial no futebol
Campinas, SP, 31 (AFI) – Se tornando um dos maiores protagonistas em todo o universo do futebol como figura antirracista em 2023, o atacante brasileiro Vinícius Jr. foi convidado pelo presidente da FIFA, Gianni Infantino, em conjunto com o então presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, para chefiar o comitê da pauta contra a discriminação racial no futebol.
No dia 15 de junho, mesma data em que recebeu a oportunidade, o atleta de 23 anos agradeceu o convite e mostrou o propósito do comitê: “É necessário ter alguém que possa seguir firme para, cada vez mais diminuir, e eu quero seguir isso por todos aqueles jovens, aquelas pessoas que sofrem e não têm a voz que eu tenho, quero seguir junto com vocês. Um dia dei uma entrevista falando que queria que todos os brasileiros torcessem por mim e acho que cada vez mais estou mais próximo disso.”
Além de Vinícius, uma delegação de jogadores irá compor o conselho, com o objetivo de denunciar casos de racismo e proporem punições mais severas contra este tipo de atitude.
CASO VINI JR
O principal caso que chocou o futebol neste ano envolvendo ataques de racismo foi justamente contra o atacante do Real Madrid, em duelo frente ao Valencia, na Espanha, no dia 21 de maio, em duelo do torneio que popularmente é reconhecido como o mais preconceituoso contra a população preta, e que frequentemente acusa casos de racismo, tanto cometidos por jogadores como também pelo público, como foi no caso do brasileiro.
Durante a derrota no estádio de Mestalla, Vinícius ouviu a torcida proferir ofensas contra ele mais uma vez, solicitando a interrupção do jogo, que de fato aconteceu, mas inflamou ainda mais a torcida mandante a discriminar o atacante. Nos últimos instantes, o brasileiro ainda foi expulso durante confusão depois de acertar o braço no rosto de um adversário, sendo este o mesmo rival que lhe havia aplicado uma chave de braço no pescoço.
Quatro meses antes, torcedores da ‘Frente Atlético’, uma das torcidas do Atlético de Madrid, pendurou um boneco com a camisa do jogador em uma ponte em Valdebebas, próximo ao CT do Real Madrid, simulando um enforcamento.
RACISMO NA AMÉRICA DO SUL
Durante as disputas de Libertadores e Sul-Americana, diversos clubes brasileiros sofreram com ataques racistas durante os torneios que tiveram brasileiros como protagonistas (foram três brasileiros entre os quatro melhores da Liberta, além de dois na Sula).
Segundo levantamento realizado pela Trivela em agosto, foram 14 casos de racismo entre as duas competições do início dos torneios até o oitavo mês do ano, sendo que 12 deles haviam sido contra clubes brasileiros, envolvendo, Corinthians, Santos, Atlético-MG, Palmeiras, Fluminense, Internacional e Flamengo.
Além dos ataques proferidos por torcedores em duelos contra clubes brasileiros, partindo de diversas nacionalidades sul-americanas, o caso que mais chocou o país foi de Sebastian Avellino Vargas, preparador físico do Universitario, do Peru, que fez gestos preconceituosos no gramado da Neo Química Arena, preso mais tarde durante oito dias.
BRASILEIROS FORAM DISCRIMINADOS NA EUROPA
Apesar dos casos mais recentes que se repetem na Europa sempre com a imagem de Vinícius Jr, diversos outros brasileiros também já sofreram insultos durante o passar dos anos. Em 2011, Roberto Carlos na Rússia e Neymar junto à seleção brasileira foram vítimas, assim como Daniel Alves na Espanha em 2014 e Hulk na Rússia em 2015.
Quatro anos depois, Malcom também sofreu racismo no leste europeu, assim como Taison e Dentinho pelo Shakhtar Donetsk. Mais recentemente, os casos envolveram novamente Neymar, em 2020, desta vez na França, além de Richarlison em 2022, com a seleção nacional, sem contar os inúmeros acontecidos contra Vini, alguns deles citados anteriormente.
CASO PAULINHO
Em forma de menção honrosa, o atacante do Atlético-MG e artilheiro do Brasileirão 2023 com 20 gols também foi lembrado, infelizmente em um contexto nada gratificante.
Apesar de ser um jogador de pele branca, Paulinho costumeiramente aproveita os holofotes para comemorar seus gols com o braço estendido para cima e o punho cerrado, bem como fazia o ídolo Reinaldo, como forma de homenagem aos Panteras Negras, grupo político negro estadunidense que lutou pelos direitos iguais entre as raças, além de outras medidas, fundado durante a década de 1960.
Seguidor do Candomblé e conhecedor da Umbanda, ambas religiões de matriz africana, Paulinho também chegou a sofrer intolerância religiosa depois de sua convocação para servir a seleção brasileira neste ano, diante de Colômbia e Argentina, ambos duelos onde o Brasil foi derrotado.
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