Julio Casares, do São Paulo, abriu o jogo no The Noite
Ele falou um pouco de tudo, como Lucas Moura, a melhoria da estrutura do clube, o Encontro dos Gigantes e sua passagem pelo SBT.
Ex-funcionário do SBT lembrou que o São Paulo, apesar de campeão da Copa do Brasil, vive um momento de reconstrução.
São Paulo, SP, 5 (AFI) – O The Noite desta segunda-feira, 4, recebeu Julio Casares, presidente do São Paulo e que por mais de 30 anos trabalhou também na televisão, sendo 13 deles no SBT. Em conversa com Danilo Gentili, o mandatário, claro, comemorou a conquista inédita da Copa do Brasil, justamente um dia depois do seu aniversário.
“Foi um título que faltava na nossa galeria. Foi difícil, suado, mas foi uma conquista que completou os grandes títulos do São Paulo”, afirma.
São-paulino desde criança, Casares também falou sobre o fato de ser um presidente que por muitos anos frequentou as arquibancadas do Morumbi, graças a influência do seu pai que era fanático pelo clube.
“Vim da arquibancada. Quis o destino que, depois de viver na televisão essa loucura que vocês conhecem de audiência e faturamento, ajudasse o São Paulo voluntariamente e me tornasse presidente. Antes, assumi diretoria de marketing, projetos e o destino me levou para essa missão que é muito difícil”, ressalta.
“A sinergia, você tem o mesmo sentimento do torcedor (por ter frequentado as arquibancadas antes). Presidente de clube é assim, ganha quarta-feira é herói, perde no domingo é bandido. Tenho esse sentimento e tento interpretar essa vontade, sem comprometer o lado racional de gestor. Aquele presidente que está distante desse sentimento, nunca vai ter essa cumplicidade com o torcedor, que é o grande ativo do clube. Torcedor, jogador e ex-jogador. Esse tripé é importante”, completa.
Confira abaixo outros trechos da entrevista com Julio Casares:
Renovação de Lucas Moura
“Estamos cuidando da renovação e estamos otimistas… Temos que ver o lado da família, do atleta. Tem ainda um jogo e depois vamos nos sentar. Vou dizer que estamos otimistas, mas com respeito ao mercado. Se por um acaso vier uma proposta daquelas que não pudermos nos aproximar fica inevitável ele não ficar. Mas acredito que essa conquista e o que ele encontrou no São Paulo, vai fazer com que a família dele, que está muito feliz, também ajude para que ele fique”.
São Paulo em fase de reconstrução
“Acho que o São Paulo adormeceu um pouco, imaginando que fosse ainda um time só de vanguarda, e os outros fizeram o que o São Paulo estava fazendo. Hoje, o São Paulo tem a obrigação de ser recolocado, mas é uma reconstrução, leva tempo. Gestões desastrosas comprometem uma década. O São Paulo ainda tem muita dívida, dificuldades, mas, devagarzinho, está subindo degraus. Essa conquista trouxe a autoestima de volta”.
Melhorias na estrutura
“Nosso CT da Barra Funda está sendo reformado, novos campos, vestiários…. Temos o CFA da base, maravilhoso, algo inacreditável no Brasil, e o estádio do Morumbi, próprio, quitado e cada vez recebendo mais gente”
Encontro de Gigantes, dia 16 de dezembro, com transmissão do SBT
“Vai ser um jogo festivo que marca os 30 anos da conquista do bicampeonato mundial. Vamos ter jogadores como Zetti, Cafu, Palhinha, grandes jogadores”.
30 anos trabalhando na TV, sendo 13 no SBT
“Era a diretor de rede, depois virei superintendente de rede e ajudei a expandir o sinal do SBT e um pouco do comercial. Vivi grandes momentos aqui”.
Quase saiu como vice de Silvio Santos na disputa pela prefeitura de São Paulo
“Na verdade era uma oposição ao PFL, na época. Sempre sonhava com um candidato popular, empresário e na minha visão o Silvio era essa pessoa perfeita. Tinha um programa de rádio em que colocava minhas opiniões políticas e o Silvio me ligou. Pensei que fosse um trote. O Silvio ligou dizendo: ‘Você está fazendo uma oposição sadia, lutando por São Paulo e eu vou colocar o meu nome’. No dia seguinte, 27 de abril de 1992, o Silvio foi na minha casa, lá no extremo leste, dirigindo o carro dele sozinho, o Lincoln”.
“Conversamos e falamos de tentar fazer dele o prefeito. A gente sabia das dificuldades. Como um ser fora da política, o Silvio não negociava, assim como eu também não tinha esse hábito que faz parte da política até de forma natural. Mas o Silvio era numa linha muito racional, empresário, isso espantou os políticos”.
“Tínhamos uma pesquisa que se nós fossemos candidatos, ganharíamos no primeiro turno. Aí começaram a vir as dificuldades… Registramos nossa candidatura, mas teve um imbróglio jurídico onde os interesses maiores não deixaram o Silvio ser candidato. Acho que foi bom para o SBT, para mim e para todos, menos para a população de São Paulo, porque ele seria um grande prefeito”.
Por Fernando Henrique Ahuvia