Campinas, SP, 23 (AFI) – Morreu, nesta quinta-feira (23), Rubens Minelli aos 94 anos, importante técnico na história do futebol brasileiro. Ao comunicar o falecimento, o Internacional homenageou o ex-treinador que foi o comandante na conquista do bicampeonato brasileiro nos de 1975 e 1976.

De acordo com o jornalista José Calil, que noticiou a morte do ex-treinador, Rubens Minelli estava internado há 30 dias em tratamento de uma infecção urinária e não resistiu. O técnico deixa um grande legado no futebol nacional, sendo ídolo por onde passou.

HOMENAGENS DE CLUBES

“A Sociedade Esportiva Palmeiras lamenta profundamente a morte de Rubens Minelli, comandante do clube na conquista do tetra brasileiro, em 1969, e um dos maiores treinadores do país em todos os tempos. Minelli, que iniciou a carreira de técnico em nossas categorias de base, deixa um legado de amor ao futebol que se perpetuará pela eternidade! Nossos sentimentos aos familiares, amigos e fãs neste momento de dor e saudade!”, prestou homenagem o Palmeiras.

“Hoje, o mundo do futebol perdeu o ex-técnico Rubens Minelli. Comandante do inesquecível time Bicampeão Brasileiro (1975 – 1976), Minelli será sempre exaltado com carinho por todos os colorados. Nossos pensamentos estão com a família, amigos e todos os fãs neste momento difícil. Descanse em paz, Rubens Minelli”, postou o Internacional em suas redes sociais.

QUEM FOI RUBENS MINELLI

Paulistano nascido em 19 de dezembro de 1928, Rubens Minelli foi um dos maiores técnicos de todos os tempos, tendo vencido o Campeonato Brasileiro quatro vezes, sendo três seguidos.

O primeiro foi com o Palmeiras, em 1969, quando a competição se chamava Torneio Roberto Gomes Pedrosa. Depois, foi campeão com o Internacional, em 1975 e 1976, e com o São Paulo, em 1977.

Como treinador, além dos quatro títulos nacionais, venceu o Paulista da Primeira Divisão, atual Paulista A2, de 1963, com o América; o Gaúcho de 1985 pelo Grêmio e o Paranaense de 1994 e 1997 pelo Paraná. Aliás, Minelli foi o primeiro técnico da história do Tricolor da Vila. O ex-comandante ainda teve um tricampeonato estadual pelo Internacional, entre 1974 e 1976.

Nos anos 1970, Rubens Minelli somente não assumiu a Seleção Brasileira pois tinha um grande defeito à época: nasceu no Estado de São Paulo. Ele era o mais cotado e mais experimentado para a Copa de 1978, disputado na Argentina, onde a seleção canarinho foi dirigida pelo novato ‘capitão’ Claudio Coutinho.

Ao longo da carreira, ainda dirigiu, entre outros, Rio Preto, Atlético-MG, Grêmio, Santos, Coritiba e Ponte Preta. Foi um dos primeiros a trabalhar no mundo árabe. Antes de se aposentar, foi dirigente, passando por Avaí, Athletico-PR e outros.

Já como jogador, a carreira foi menos vitoriosa, mas não passou sem conquistas. Em 1954, venceu o Campeonato Paulista da Segunda Divisão, atual Paulista A2, com o Taubaté. Consequentemente, ajudou a colocar o Burro da Central na elite do Estadual.

BIOGRAFIA DE RUBENS MINELLI

Lendário técnico, Rubens Minelli teve a biografia escrita pelo neto, Bruno Minelli, que preparava o lançamento do livro “Professor Rubens Minelli – A saga do técnico tetracampeão brasileiro” para o começo deste mês. Porém, o evento não aconteceu e foi adiado.

Em entrevista exclusiva para o Portal Futebol Interior antes da morte de Rubens, Bruno Minelli comentou sobre a produção da biografia. Segundo o neto, a vontade de homenagear o avô surgiu de um sonho do próprio ex-técnico.

“Sempre foi um sonho antigo do meu avô. A medida que fui crescendo e me situando do nome que ele tinha no futebol brasileiro, vi que muitos ex-atletas e ex-treinadores já tinham sua história contada em um livro e ele ainda não”, disse o neto.

Ainda de acordo com Bruno Minelli, o mais surpreendente foi saber o quanto o avô foi querido pelas pessoas.

“Acredito que foi a maneira e o carinho que todos demonstraram por ele. Sabia que ele tinha uma boa relação com a grande maioria dos profissionais que ele trabalhou, mas não dessa forma”, afirmou Bruno. “Fiz mais de 90 entrevistas e o jeito que as pessoas falam sobre ele e são gratas por tudo que ele fez por elas ao longo de suas carreiras é emocionante.”

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