Brasileirão atinge marca histórica de profissionais estrangeiros e bate novo recorde

No total, os 20 times da elite do futebol nacional apresentam 669 atletas

Entre os treinadores a porcentagem é ainda maior, com 65% dos comandantes advindos do exterior.

Abel Ferreira técnicos estrangeiros
Abel Ferreira vem fazendo sucesso no Brasil. (Foto: Cesar Greco/Palmeiras)

São Paulo, SP, 23 – Atualmente, o Brasileirão conta com 130 estrangeiros. Este é o maior número já registrado na história do torneio. No total, os 20 times da elite do futebol nacional apresentam 669 atletas, com 117 nascidos em outras nações, o que representa 17,48%. Entre os treinadores a porcentagem é ainda maior, com 65% dos comandantes advindos do exterior.

Com 41 profissionais atuando no Brasileirão, entre técnicos e jogadores, a Argentina é o país que mais cede talentos para o principal torneio nacional. Além dos “hermanos”, outros 15 países possuem representantes no campeonato organizado pela CBF: Uruguai, Portugal, Colômbia, Paraguai, Chile, Equador, Itália, Venezuela, Espanha, Bolívia, Bulgária, Argélia, França, Estados Unidos e Nicarágua.

Um dos times com mais estrangeiros no elenco, o Internacional faz jus ao nome e conta com nove atletas nascidos fora do Brasil em seu plantel. “Historicamente, o nosso clube sempre foi muito receptivo com jogadores internacionais. É algo que entendo não ser somente por questões financeiras, mas também como parte de nosso DNA”, afirma Alessandro Barcellos, presidente do clube de Porto Alegre.

Após o sucesso de treinadores estrangeiros, como Abel Ferreira, no Palmeiras, Jorge Jesus, no Flamengo, e Juan Pablo Vojvoda, no Fortaleza, diversas equipes brasileiras decidiram apostar em comandantes internacionais. Nesta temporada, 13 dos 20 técnicos do Brasileirão nasceram no exterior, número nunca antes visto na história do campeonato. A condição também fez amadurecer a decisão de ter um treinador estrangeiro no comando da seleção. Carlo Ancelotti é o escolhido. Ele viria em junho do ano que vem.

No caso do Fortaleza, o argentino Vojvoda está há dois anos no comando e já é o segundo treinador com mais jogos pelo time tricolor. “Desde que ele começou a trabalhar no Fortaleza, já percebemos que havia algo de diferente nele. Com grande intensidade das atividades e atletas confortáveis com a metodologia seguida, estabelecemos um estilo de jogo que nos proporcionou resultados históricos”, destaca o presidente Marcelo Paz.

Júnior Chávare, executivo de futebol da Ferroviária, que atuou em várias equipes do Brasil e trabalhou ao lado de técnicos estrangeiros, como Jorge Sampaoli no Atlético-MG, avalia também o suporte necessário para esses treinadores. “O tempo para a adaptação é essencial e, por isso, é fundamental que a comissão estrangeira que venha a trabalhar no Brasil receba respaldo para que possa se desenvolver e ter sucesso”, pontua.

TÉCNICOS ESTRANGEIROS TÊM COMANDADO TRABALHOS MAIS LONGEVOS NO BRASIL

Palmeiras (Abel Ferreira), Botafogo (Bruno Lage), Cruzeiro (Pepa), Bahia (Renato Paiva), Red Bull Bragantino (Pedro Caixinha), Cuiabá (António Oliveira), Goiás (Armando Evangelista), Fortaleza (Juan Pablo Vojvoda), Flamengo (Jorge Sampaoli), Vasco (Ramón Díaz), América-MG (Fabián Bustos), Internacional (Eduardo Coudet) e Santos (Diego Aguirre) contam com técnicos estrangeiros.

No caso do Cuiabá, o vice-presidente Cristiano Dresch avalia as valências do atual comandante do conjunto mato-grossense, o português António Oliveira. “Ele e a sua comissão técnica trabalham de uma maneira muito intensa, e isso casa muito bem com aquilo que o clube deseja. O futebol nacional demonstrou uma evolução tática muito grande, e por isso, também fomos atrás de um comandante com essa capacidade. Entendemos que estamos disputando uma competição difícil e nivelada, mas acreditamos muito em seu trabalho”, afirma.

Já o presidente do Goiás, Paulo Rogério Pinheiro, relembra os motivos que levaram o clube a acertar com o português Armando Evangelista, que conseguiu a inesperada 5ª colocação na última edição do Campeonato Português com o “modesto” Arouca. “O Armando vinha realizando um ótimo trabalho e já estávamos monitorando sua situação há algum tempo. Sua vontade de buscar um novo desafio e seu entendimento de futebol nos deu a certeza de que ele seria o comandante ideal para nós”, conta.

Entre os grandes nomes estrangeiros do futebol brasileiro, destaca-se Luis Suárez, atacante uruguaio de 36 anos. O ex-jogador do Liverpool e do Barcelona tem sido o destaque da equipe gaúcha na temporada, com 23 participações diretas em gols. Marcas buscam se associar a grandes estrelas do futebol para se promover junto ao apoio dado aos clubes. No Grêmio, o Esportes da Sorte é patrocinador máster do clube e contribuiu para a manutenção do astro.

“Para nós, é um grande orgulho contribuir com o crescimento do futebol brasileiro. Temos a intenção tanto de incentivar o desenvolvimentos de nossas equipes parceiras, quanto de participar desse processo. No caso de atletas internacionais, como o Luis Suárez, eles causam grande diferença dentro e fora das quatro linhas, e por isso entendemos que era de grande relevância ajudar o clube nesta aquisição”, avalia Darwin Filho, CEO do Esportes da Sorte.

Nesse cenário, Alexandre Vasconcellos, head de clubes da End to End, empresa que realiza ativações com torcedores, entende que a presença dos estrangeiros nos elencos é importante para a internacionalização do futebol brasileiro.

“Nosso mercado nacional tem o interesse em consolidar-se como provedor de conteúdo para audiências do exterior, e por isso é importante a presença desses estrangeiros na liga de nosso país. Hoje, já há um movimento em que o futebol brasileiro vende direitos para emissoras de outros países, em que os atletas de renome internacional despertam grande prestígio”, diz Alexandre.

VEJA A LISTA COMPLETA DOS PROFISSIONAIS ESTRANGEIROS NA SÉRIE A:

América-MG (7) + Técnico

Emmanuel Martínez (Argentina)

Martín Benítez (Argentina)

Mastriani (Uruguai)

Aloísio (Naturalizado – China)

Esteban Burgos (Argentina)

Javier Méndez (Uruguai)

Juan Cazares (Equador)

técnico: Fabián Bustos (Argentina)

Athletico-PR (6)

Cuello (Argentina)

Canobbio (Uruguai)

Luciano Arriagada (Chile)

Lucas Esquivel (Argentina)

Arturo Vidal (Chile)

Bruno Zapelli (Itália)

Atlético-MG (7)

Saravia (Argentina)

Zaracho (Argentina)

Battaglia (Argentina)

Pavón (Argentina)

Maurício Lemos (Uruguai)

Eduardo Vargas (Chile)

Alan Franco (Equador)

Bahia (4 + técnico)

Camilo Cándido (Uruguai)

Lucas Mugni (Argentina)

Nicolás Acevedo (Uruguai)

Cicinho (Bulgária – naturalizado)

Técnico: Renato Paiva (Portugal)

Botafogo (9 + técnico)

Leonel Di Plácido (Argentina)

Víctor Cuesta (Argentina)

Matías Segovia (Paraguai)

Valentín Adamo (Uruguai)

Gatito (Paraguai)

Mateo Ponte (Uruguai)

Jacob Montes (Nicarágua)

Diego Hernández (Uruguai)

Diego Costa (Espanha)

Técnico: Bruno Lage (Portugal)

Red Bull Bragantino (5 + técnico)

Laquintana (Uruguai)

Thiago Borbas (Uruguai)

Mosquera (Colômbia)

Hurtado (Equador)

Realpe (Equador)

Técnico: Pedro Caixinha (Portugal)

Corinthians (6)

Fausto Vera (Argentina)

Bruno Méndez (Uruguai)

Cantillo (Colômbia)

Matías Rojas (Paraguai)

Romero (Paraguai)

Rafael Ramos (Portugal)

Coritiba (4)

Marcelino Moreno (Argentina)

Islam Slimani (Argélia)

Kuscevic (Chile)

Sebastián Gómez (Colômbia)

Cruzeiro 1 + Técnico

Palacios (Colômbia)

Técnico: Pepa (Portugal)

Cuiabá (3 + técnico)

Nicólas Quagliata (Uruguai)

Pablo Ceppelini (Uruguai)

Isidro Pitta (Paraguai)

Técnico: António Oliveira (Portugal)

Flamengo (4 + técnico)

Augustín Rossi (Argentina)

Varela (Uruguai)

Arrascaeta (Uruguai)

Pulgar (Chile)

Técnico: Jorge Sampaoli (Argentina)

Fluminense (4)

Cano (Argentina)

Jhon Arias (Colômbia)

Leonardo Fernández (Uruguai)

Yony González (Colômbia)

Goiás (1 + técnico)

Raphael Guzzo (Portugal)

Técnico: Armando Evangelista (Portugal)

Grêmio (8)

Kannemann (Argentina)

Mathías Villasanti (Paraguai)

Felipe Carballo (Uruguai)

Franco Cristaldo (Argentina)

Lucas Besozzi (Argentina)

Juan Iturbe (Paraguai)

João Pedro (Naturalizado – Itália)

Luis Suárez (Uruguai)

Fortaleza (7 + técnico)

Tobias Figueiredo (Portugal)

Gonzalo Escobar (Argentina)

Emanuel Brítez (Argentina)

Tomás Pochettino (Argentina)

Imanol Machuca (Argentina)

Juan Martín Lucero (Argentina)

Silvio Romero (Argentina)

Técnico: Vojvoda (Argentina)

Inter (9 + Técnico)

Sergio Rochet (Uruguai)

Nicolás Hernández (Colômbia)

Bustos (Argentina)

Mercado (Argentina)

Hugo Mallo (Espanha)

Johnny (Estados Unidos)

De Pena (Uruguai)

Aránguiz (Chile)

Enner Valencia (Equador)

Técnico: Eduardo Coudet (Argentina)

Palmeiras (5 + técnico)

Flaco López (Argentina)

Piquerez (Uruguai)

Richard Rios (Colômbia)

Eduard Atuesta (Colômbia)

Gustavo Gómez (Paraguai)

Técnico: Abel Ferreira (Portugal)

Santos (6 + Técnico)

Rodrigo Fernández (Uruguai)

Tomás Rincón (Venezuela)

Julio Furch (Argentina)

Stiven Mendoza (Colômbia)

Soteldo (Venezuela)

Miguelito (Bolívia)

Técnico: Diego Aguirre (Uruguai)

São Paulo (11)

Alan Franco (Argentina)

Galoppo (Argentina)

Calleri (Argentina)

Michel Araújo (Uruguai)

Gabriel Neves (Uruguai)

Arboleda (Equador)

Jhegson Méndez (Equador)

Nahuel Ferraresi (Venezuela)

Marcos Paulo (naturalizado – Portugal)

João Moreira (naturalizado – Portugal)

James Rodríguez (Colômbia)

Vasco 10 + Técnico

Manuel Capasso (Argentina)

Orellano (Argentina)

Pumita (Uruguai)

Galarza (Paraguai)

Lucas Piton (Naturalizado – Itália)

Carabajal (Argentina)

Payet (França)

Sebastián Ferreira (Paraguai)

Vegetti (Argentina)

Medel (Chile)

Técnico: Ramón Díaz (Argentina)

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