Goleiros têm implementado novas técnicas nos treinamentos

Jogadas com os pés, cabeceios e menos pontes: os treinos dos goleiros estão muito diferentes do que eram

Jogadas com os pés, cabeceios e menos pontes: os treinos dos goleiros estão muito diferentes do que eram

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Campinas, SP, 27 (AFI) – Viralizou na internet gravação que mostra como eram as ‘peladas’ da molecadinha há cinco ou seis décadas, quando os melhores de cada time tiravam o par ou impar para escolha de cada time.

Geralmente os dois piores ficavam para o final na relação, e acabam intimados à função de goleiros, que no linguajar da turminha era ‘jogar no gol’.

Com treininhos em ruas asfálticas ou em campinhos sem que a meninada se desfizesse de pedregulhos nas áreas imaginárias, aquele que por imposição ficava como goleiro evitava saltos, para não se machucar. Assim, a bola acabava interceptada com os pés, quando possível.

Goleiro Alisson, da seleção brasileira
Goleiro Alisson, da seleção brasileira

PROFISSIONAIS

Já aqueles vocacionados para goleiros, que faziam carreira em equipes profissionais, pautavam por comportamento distinto.

Convencionava-se dizer que até meados da década de 70 goleiro brasileiro não sabia sair da meta.

Foi a época em que admitia-se goleiro baixo e de média estatura, o que contrastava com os elogiados argentinos, tanto que o Santos foi buscar o grandalhão Cejas.

Aquele bom exemplo não serviu de espelho para outros clubes, tanto que o Corinthians, já em 1981, contratou o alagoano goleiro César, de 1,75m de altura.

PONTES

Até aquela época prevalecia o perfil de goleiro saltador, que fazia as chamadas ‘pontes’ e arrancava elogios.

Todavia, com a disseminação do preparador de goleiros nos clubes, houve preocupação para que o atleta tivesse condicionamento físico apurado, para ganhar explosão na corrida em chegada na bola.

Reflexo disso foi mudança de postura. Saltos desnecessários passaram a ser evitados.

Outra sábia providência foi exclusão de goleiros baixos, em época que se apregoava àqueles altos demora pra chegar nas bolas rasteiras.

PÉS

E o processo contínuo de evolução nas atribuições do goleiro, exigiu que aprendesse minimamente a jogar com os pés.

Assim, acrescentaram-lhe a função de líbero, com recomendação que possa valorizá-la, em vez de chutá-la para o lado em que o nariz esteja virado.

Isso encorajou goleiros brasileiros ao arrojo para cobranças de faltas, tanto que o ex-são-paulino Rogério Ceni marcou mais de uma centena de gols, computando-se também aqueles assinalados através de pênaltis.

CABEÇA

Cabe a goleiros altos e de invejável impulsão incrementarem cabeceios durante treinamentos.

Percebe-se que em desvantagem no placar, o goleiro arrisca-se à área adversária, na tentativa de cabeceio em lances de bola parada.

De que adianta se o aproveitamento beira o percentual de zero?

E mesmo quando bem-sucedido, atribui-se à façanha ao acaso, pois desconhece-se o goleiro que realize esse tipo de treinamento.