Globo vê aumento do interesse no futebol feminino e fará maior cobertura da história na Copa
O interesse da emissora na Copa é o auge de um processo que se iniciou nos últimos anos com as transmissões de competições femininas nacionais, como Brasileirão e Supercopa
Detentor dos direitos de transmissão, o Grupo Globo irá transmitir sete partidas do Mundial em canal aberto - o que inclui todos os jogos do Brasil na primeira fase - e 34 em canal fechado
Campinas, SP, 11 – Por muito tempo relegada a transmissões ou reportagens protocolares na TV aberta, a Copa do Mundo Feminina terá a partir deste ano uma visibilidade nunca antes vista no País. Detentor dos direitos de transmissão, o Grupo Globo irá transmitir sete partidas do Mundial em canal aberto – o que inclui todos os jogos do Brasil na primeira fase – e 34 em canal fechado. O interesse da emissora na Copa é o auge de um processo que se iniciou nos últimos anos com as transmissões de competições femininas nacionais, como Brasileirão e Supercopa.
O aumento da cobertura do futebol feminino vem de um entendimento com mão dupla. Se por um lado há um desejo maior do público em assistir aos jogos – e maior interesse representa maiores receitas -, por outro as transmissões em canal aberto ajudam a tornar a modalidade mais popular.
“O futebol feminino pra gente é um negócio, claro, mas é muito mais do que um negócio: é um posicionamento. Quando a Globo abraça o futebol feminino, é lógico que a gente está querendo comunicar alguma coisa para a sociedade brasileira, algo relevante”, afirmou Renato Ribeiro, diretor de Produção e Conteúdo de Esporte da Globo.
Ele lembrou os números registrados há quatro anos, no Mundial da França. Na ocasião, mesmo a seleção brasileira chegando à Copa com uma campanha que registrava nove derrotas seguidas, o bom desempenho na primeira fase – aliado à eliminação apenas na prorrogação das oitavas de final, diante das donas da casa – fez o torcedor olhar o futebol feminino com mais interesse.
“A Copa do Mundo de 2019 foi um divisor de águas aqui no Brasil, em termos de engajamento e de audiência. Cito como exemplo a final da Copa, entre Estados Unidos e Holanda; aqui no Brasil, quase 20 milhões de pessoas acompanharam. A Fifa apontou essa nossa audiência, somando Globo e SporTV, como a maior em um único país daquela decisão”, ressaltou Ribeiro.
“Este público (que acompanha o futebol feminino) não é ainda consolidado, tem campo para crescer. E nós sabemos o papel que a gente tem nesse crescimento. Em 2019 a gente subiu o sarrafo, e agora em 2023 temos um papel que acaba mexendo com o mercado brasileiro e jogando os holofotes sobre o futebol feminino. Tem, sim, campo para crescer, tanto na audiência, quanto comercialmente.”
Esse crescimento passa por um maior número de partidas exibidas e equipes de transmissão mais plurais. Em TV aberta, a Globo irá transmitir sete partidas. No SporTV, ao todo serão 34 jogos, números que representam quase o dobro do visto em 2019.
O aumento também será visto no total de mulheres nas transmissões. “Em 2019 nós tínhamos os nossos rapazes e a Ana Thaís (Matos)”, lembrou Joana Thimoteo, diretora de Eventos do Esporte da Globo. “Mas a gente entendeu, desde 2018, que precisávamos trazer mulheres para falar de futebol.”
No Mundial Feminino, o número de mulheres participando das transmissões será bem maior. “A gente aumentou em 61% o nosso cast com esse olhar de diversidade, e especificamente para esta Copa do Mundo, a gente montou equipes mistas, como a gente fez na masculina (no Catar)”, explicou Joana.
“Desde o início a gente pensava em futebol de todos para todos. A gente acredita que o futebol pode ser consumido por mulheres e homens, feminino e masculino. A gente não precisa fazer uma diferença sobre isso”, afirmou a diretora de Eventos do Esporte da emissora. “Investimos em posições estratégicas: a gente trouxe uma narradora, e hoje temos três junto com os narradores. E não é que uma entrou e outro saiu; a gente quer um ambiente em que tenhamos representantes de todos.”
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