Alô Seleção Brasileira: 'perdeu Mané' ou perdeu para Mané?

Nada de 'malhar' a boleirada e o treinador interino Ramon Menezes. Sejamos sinceros: é o que temos para o momento.

Exceto Vini, quem teria condições de se infiltrar com naturalidade diante de um bem montado esquema de marcação do adversário?

Brasil sucumbe em amistoso contra Senegal
Brasil sucumbe em amistoso contra Senegal (Foto: Joilson Marconne - CBF)

Campinas, SP, 21 (AFI) – Acidentalmente fiquei de ‘boa’ na tarde desta terça-feira, e por que não ver a cara desta Seleção Brasileira no amistoso contra os africanos de Senegal?

Qual a constatação nesta derrota por 4 a 2?

Nada de ‘malhar’ a boleirada e o treinador interino Ramon Menezes.

Sejamos sinceros: é o que temos para o momento.

Ainda sem Neymar, o ponto de desequilíbrio ofensivo se resume no driblador e lúcido Vini Júnior.

Exceto ele, quem teria condições de se infiltrar com naturalidade diante de um bem montado esquema de marcação do adversário?

VINI JÚNIOR

A rigor, nos primeiros 20 minutos, o treinador de Senegal, Aliou Cissé, imaginou que bastaria o lateral Sabaly se encarregar da marcação sobre Vini, mas, quando o caldo começou a engrossar, tratou de duplicar e até triplicar a vigilância.

Pronto. Teve sabedoria que, ao deixar espaços para outros jogadores brasileiros se projetarem rumo à sua área, a situação poderia ser contornada.

Assim, enquanto pôde desfilar o seu talento, Vini Júnior criou a jogada para que a bola chegasse na cabeça do meia Lucas Paquetá, em lance de hesitação do goleiro Diaw, que ficou parado e assistiu a cabeçada do brasileiro para o gol: 1 a 0.

FLUIR O JOGO

Se inicialmente Senegal imaginou se fechar na expectativa de bombardeio do Brasil, na sequência teve a nítida percepção que poderia colocar em prática o seu fluente toque de bola, com transições rápidas ao ataque, principalmente pelo lado direito.

Assim, ainda no primeiro tempo, empatou a partida e, após o intervalo, virou o placar para 3 a 1.

A inesperada desvantagem mexeu com a boleirada brasileira que, de forma atabalhoada, procurou descontar a diferença, só que incorrendo no característico vício do futebol doméstico de alçar bola à área adversária.

Assim, a diminuição da vantagem africana para 3 a 2, em nada indicava que pudesse empatar.

PÊNALTI

E no desespero a procura do terceiro gol, deixou a sua defensiva desguarnecida, ocasião que os africanos souberam explorar um contra-ataque que resultou em pênalti, cometido pelo goleiro brasileiro Ederson. Portanto, o atacante Mané, de Senegal, que havia marcado o terceiro gol, converteu o quarto.

Caso conhecesse nossos hábitos, ele provavelmente faria um trocadilho do uso do bordão frequentemente usado por aqui: ‘perdeu para Mané’. Ou seria apenas um ‘perdeu Mané’, direcionado à Seleção Brasileira. 

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