Derrota normal do Guarani; Novorizontino é mais bem arrumado

É preciso reconhecer que o treinador Eduardo Baptista, do Novorizontino, amadureceu bastante. E montou muito bem o Tigre contra o Guarani.

Há derrotas que o torcedor bugrino precisa obrigatoriamente encarar com naturalidade, como esta para por 1 a 0 para o Novorizontino

Série B - Jorge Ismael de Biasi
Aylon marcou após vacilo de Alan Santos. Foto: NOV

Campinas, SP, 7 (AFI0 – Há derrotas que o torcedor bugrino precisa obrigatoriamente encarar com naturalidade, como na noite desta quarta-feira para o Novorizontino por 1 a 0, em Novo Horizonte. E não reclame de o treinador Bruno Pivetti ter adotado postura defensiva até que o time bugrino sofresse o gol aos 50 segundos do segundo tempo, quando, na sequência, logicamente teria que atacar e se expor.

Pivetti conhece as características do Novorizontino, com jogadores de velocidade para definição de jogadas ofensivas, e prudentemente teria que valorizar a marcação até então. Tivesse dado espaço para o Novorizontino antes do intervalo, poderia ter colocado o seu time em enroscada.

Prova está que com aquela postura, apesar do maior volume de jogo do mandante, riscos de sofrer gols só ocorreram no voleio do atacante Aylon, que o goleiro Pegorari, bem colocado, defendeu; assim como esteve atento em cobrança de falta do lateral Raul Prata.

Problema é que o Guarani não conseguiu organizar a saída de bola de sua defesa, devido à marcação alta imposta pelo adversário. Provavelmente tenha sido o jogo que provocou maior incidência de erros de passes, o que foge à normalidade.

ALAN SANTOS

Um jogo difícil e que, em projeção lógica, no máximo o Guarani arrancaria empate de Novo Horizonte, precisava o zagueiro Alan Santos, com bola dominada, enfeitar a jogada buscando passe de calcanhar para um parceiro de equipe?

Foi quando errou a jogada e presenteou o atacante Aylon, que estava nas imediações, com menos de um minuto do segundo tempo, e reflexo disso foi o chute forte e indefensável no canto esquerdo do goleiro Pegorari.

Registro para o início da jogada através da arrancada do lateral-esquerdo Reverson, sem que fosse contido com falta, até que se aproximasse da área bugrina.

SAIU DA TOCA

Se durante todo primeiro tempo o Guarani viveu ofensivamente apenas de um chute torto, de pé direito, do meia-atacante Régis, ao sofrer o gol as suas linhas foram adiantadas, e reflexo disso duas oportunidades criadas nos primeiros sete minutos.

Primeiro quando Régis tentou a finalização, embora sem ângulo, e o goleiro Jordi colocou a bola para escanteio. Depois, quando Bruno José, na meia-direita, chutou cruzado, rasteiro, e obrigou Jordi a praticar defesa difícil.

EDUARDO BAPTISTA

É preciso reconhecer que o treinador Eduardo Baptista, do Novorizontino, amadureceu bastante. Além da disciplina tática de compactação de sua equipe, com distribuição ordeira de três zagueiros e liberação dos laterais para atacar.

O seu time tem organização ofensiva de infiltração pelo lado direito do ataque, através de combinações feitas pelo atacante Douglas Baggio e lateral Raul Prata, ocasião em que Aylon deriva da esquerda por dentro, para se juntar ao centroavante Ronaldo, com objetivo de complemento da jogada. E com o meia Marlon acompanhando o desdobramento.

Quem tem leitura de jogo pela metade e cita que Eduardo Baptista procedeu o recuo de seu time para sustentar a vantagem, faltou a interpretação que Raul Prata, Baggio e Ronaldo, visivelmente cansados, já não mostravam a mesma dinâmica.

Aí, conforme o recomendável, foram substituídos, embora a única peça que ajudou o Novorizontino ao reequilíbrio da partida foi Léo Tocantins.

EXPULSÃO JUSTA

A rigor, foi através de arrancada dele, lançado em condições de ampliar a vantagem de seu time aos 33 minutos, que o zagueiro Alan Santos não teve outra alternativa senão cometer a falta, quase na risca da grande área, em lance que originou chamada do VAR para verificação, culminando com a justa expulsão do jogador bugrino.

BRUNO JOSÉ

Enquanto do lado do Novorizontino vê-se um profissional que pensa o jogo, como Eduardo Baptista, do lado bugrino o treinador Bruno Pivetti, até então levando a partida dentro da lógica, errou barbaramente na recomposição defensiva.

Se o deslocamento de Ivan Alvariño da lateral à zaga teve princípio lógico, qual a explicação pode ser dada para o recuo de Bruno José à lateral-direita? Ora, a partir dos 36 minutos, quando atacante se transformou em lateral, o Guarani perdeu a única referência possível de preocupar a defensiva do Novorizontino e ainda chegar ao empate.

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