Fábio Sanches entrega o 'ouro' e Ponte deixa escapar vitória no dérbi
Nos acréscimos, quando se presumia que a Ponte Preta fosse sustentar a vantagem, mais uma vez falhou barbaramente Fábio Sanches, ao não interceptar bola plenamente possível
Tecnicamente, o time pontepretano é inferior ao rival, mas um de seus raros trunfos foi colocado à prova, na bola aérea ofensiva. Jeh marcou.
Campinas, SP, 21 (AFI) – Por culpa exclusiva do quarto-zagueiro Fábio Sanches, a Ponte Preta deixou escapar a possibilidade de vencer o Guarani na noite deste domingo no Estádio Moisés Lucarelli, em jogo válido pela sétima rodada da Série B do Campeonato Brasileiro, que terminou empatado por 1 a 1.
Tecnicamente, o time pontepretano é inferior ao rival, mas um de seus raros trunfos foi colocado à prova, na bola aérea ofensiva, ocasião em que o centroavante Jeh, aos 44 minutos do segundo tempo, ganhou a disputa pelo alto, após cobrança de escanteio, e a testada na bola teve como endereço o canto baixo direito do goleiro bugrino Tony.
Nos acréscimos, quando se presumia que a Ponte Preta fosse sustentar a vantagem, mais uma vez falhou barbaramente Fábio Sanches, ao não interceptar bola plenamente possível, a exemplo do que ocorreu no terceiro gol do Londrina, na rodada passada. Aí, Isaque, do Guarani, ganhou a jogada, cruzou rasteiro e encontrou o centroavante Bruno Mendes livre, no segundo pau, para empurrar a bola às redes, aos 50 minutos: 1 a 1.
CAÍQUE FRANÇA
Ao longo da partida, o Guarani só não definiu a vantagem porque o goleiro pontepretano Caíque França praticou três defesas ainda no primeiro tempo. Em duas ocasiões, através de chutes cruzados e rasteiros de Bruno José e Diogo Mateus, e depois na cabeçada do atacante Bruninho.
Foi o período em que ofensivamente o time pontepretano só dependeu de lampejos do centroavante Jeh. Primeiro quando sofreu pênalti cometido pelo goleiro Tony, aos 37 minutos, mas no desdobramento do lance a arbitragem interpretou que Pablo Dyego, que participou do lance, estava impedido. Assim, a decisão foi corrigida por interferência do VAR. Depois, quase no final da fase, lançado por Élvis, o chute de Jeh foi torto.
ESTILOS DISTINTOS
Até o intervalo, o Guarani colocou em prática o seu habitual estilo de toque de bola, com o lado direito de seu ataque mais acionado, para explorar as deficiências de marcação do lateral-esquerdo Artur. Sem um padrão tático definido, ora a Ponte Preta alongava a bola, ora mostrava extrema lentidão na saída da defesa, o que facilitava o trabalho de recomposição do time bugrino.
RECUO INDEVIDO
Provavelmente por orientação de seu treinador Bruno Pivetti, o Guarani optou por baixar um pouco as linhas, talvez projetando que a Ponte Preta fosse buscar mais o ataque e, com isso, deixar buracos na sua defensiva a serem explorados, em jogadas de velocidade.
Por orientação ou instinto natural dos jogadores bugrinos, na prática aquele comportamento possibilitou mais liberdade à Ponte Preta para trabalhar a bola, e assim se aproximar da área bugrina, embora sem contundência.
MATHEUS JESUS
Com atuação bem abaixo do esperado, esperava-se que o treinador interino da Ponte Preta, Felipe Moreira, fosse sacar o meia Matheus Jesus no transcorrer do segundo tempo, mas optou por mantê-lo mais recuado, e com isso o substituído foi o volante Amaral, para entrada do atacante Dudu, que mais uma vez nada acrescentou à equipe.
Se o meia Élvis mostrava claros sinais de desgaste físico, pelo menos foi partícipe de dois lances agudos que determinaram o gol pontepretano. Primeiro quando chutou a bola sem a devida força, propiciando que o goleiro Tony espalmasse. Todavia, como homem das bolas paradas de sua equipe, cobrou o escanteio para a cabeçada e gol de Jeh.
FORA DO G4
Se com o empate o Guarani voltou a ultrapassar o Mirassol na classificação, continua em quinto lugar, suplantado pelo Vila Nova que aplicou goleada por 3 a 0 no CRB, mesmo atuando em Maceió (AL), também na noite deste domingo.
Tivesse conquistado vitória, o Guarani seria privilegiado na rodada, pois diretos concorrentes, no pelotão de cima da classificação, tropeçaram. O Vitória perdeu em Mirassol por 2 a 0, ocorreu a derrapada do Criciúma em seus domínios diante do Ceará por 2 a 1, e o Atlético Goianiense não saiu de empate sem gols, em seus domínios, no sábado.
PONTE NO Z4
O empate em nada refresca à Ponte Preta, pois permanece no bloco de baixo da classificação, com seis pontos, superada pelo Juventude que se iguala na pontuação, mas se prevalece com duas vitórias.
A rodada se desenhava até favorável à Ponte Preta caso não fosse surpreendida quase no final.
Se vencesse e chegasse a oito pontos, ocuparia a 14ª colocação, e suplantaria Ituano, Avaí, Juventude, Tombense e ABC.