Fazer contas é aquilo que o Guarani menos cogitava agora
Sair contra a Inter, em Limeira, e recepcionar o Palmeiras é o que restou. Então é preciso torcer contra os outros times ameaçados
As contas passaram a ser inevitáveis após a derrota por 1 a 0 para a Ferroviária, no apagar das luzes da partida deste sábado, em Araraquara.
Campinas, SP, 18 (AFI) – Ficar rascunhando aquilo que deve ocorrer com um clube aqui e outro acolá, para escapar do rebaixamento neste Paulistão, era assunto jamais cogitado pelo torcedor bugrino, que sonhava, sim, com classificação às quartas-de-final, e assim objetivar vaga à Copa do Brasil de 2024.
Deu tudo errado. As contas passaram a ser inevitáveis após a derrota por 1 a 0 para a Ferroviária, no apagar das luzes da partida da tarde deste sábado, em Araraquara.
Na incerteza que preciosos pontos virão nos confrontos diante da Inter, em Limeira, e ao recepcionar o Palmeiras na rodada complementar da fase, restou ao bugrino também ‘secar’ concorrentes diretos, na zona da degola.
TORCENDO CONTRA
Se o Ituano tropeçar diante do Santo André, na noite deste domingo, na condição de mandante, ajuda.
Como a tendência é de que o Santos – com dez pontos – escape de qualquer risco, evidente que beneficiaria o Guarani na hipótese de vencer a Portuguesa na tarde deste domingo, pois assim a deixaria com seis pontos e cogitadíssima ao rebaixamento nas duas rodadas subsequentes.
Na terça-feira, outra missão do bugrino será ‘secar’ o São Bento – com nove pontos -, que vai jogar em Sorocaba contra o São Paulo.
Essa ‘rabisqueira’ seria evitada se o Guarani cumprisse o seu dever de ganhar da apenas voluntariosa Ferroviária, mesmo em Araraquara.
CHANCES OCASIONAIS
Como o Guarani desejaria vencer a Ferroviária se as suas chances de gols foram ocasionais, e não trabalhadas?
No primeiro tempo nada.
Após o intervalo, um chute de longa distância de Richard Rios foi bem defendido pelo goleiro Saulo.
Depois, bola chutada sem ângulo pelo atacante Bruno José, igualmente também defendida.
Aí, aos 48 minutos daquele período, acidentalmente o improvisado lateral-direito Alvariño, como se fosse centroavante, teve o chute travado pelo goleiro Saulo.
Que mais de efetiva produtividade ofensiva do Guarani?
PRECAUÇÃO
Com desfalques em seu sistema defensivo, na prática a proposta inicial do Guarani era se resguardar e esperar buracos na marcação adversária, que supostamente seriam explorados em contra-ataques.
Todavia, raramente eram desenvolvidas jogadas de velocidade, para se colocar em xeque os defensores da Ferroviária, que atuavam em linha bem adiantada.
A saída de bola da defesa bugrina foi extremamente prejudicada sem os laterais de origem, com as improvisações de Iván Alvariño e Tití.
MELHORES FICAM DEVENDO
Logo, haveria necessidade de compensação em campo de jogadores que teriam mais a contribuir, como o volante Richard Rios, meia Giovanni Augusto e meia-atacante Isaque, este bem abaixo de performances anteriores, sendo, portanto, plenamente justificável a substituição dele no intervalo.
Embora esses citados estivessem bem abaixo daquilo que na prática poderiam render, é preciso compreender quais as circunstâncias determinaram a substituição de Giovanni Augusto.
Se cansado ou lesionado, não há o que questionar. Do contrário, trocá-lo por Bruninho, aos 25 minutos do segundo tempo, não seria projeção de ganho efetivo.
BRUNO JOSÉ
Naquele pacote de substituições, na segunda metade do segundo tempo, foi embutido, também, Bruno José, um caso que merece explicação, até porque era o único jogador bugrino que trazia algum tipo de preocupação à defensiva da Ferroviária.
Teria ele pedido substituição? Ora, minutos antes de sair ainda estava dando piques.
Mesmo com dificuldade de infiltração na retaguarda do time araraquarense, o Guarani chegou a ter mais posse de bola antes de o treinador Mozart Santos trocar três jogadores na segunda metade do segundo tempo.
Se as mexidas influenciaram ou não, o certo é que a Ferroviária voltou a adiantar a marcação e a rondar com mais frequência a área do Guarani, até que aos 46 minutos, em jogada pessoal, Tony Anderson colocou o centroavante João Veras na cara do gol, e a finalização rasteira, no canto esquerdo, foi indefensável.