Pelé também, um dia, foi reserva na Seleção Brasileira

Zagallo teve a coragem de deixá-lo na reserva em 26 de abril de 1970, num amistoso contra a Bulgária. E lhe deu a camisa 13, número que usava como jogador.

A explicação de Zagallo para aquela decisão foi que precisava observar como se comportaria Tostão, o então reserva da posição

Seleção Brasileira com Pelé
Pelé na reserva e com a camisa 13. Foto: Reprodução CBF

Campinas, SP, 31 (AFI) – Natural que a morte do ‘Rei’ Pelé, maior jogador na história do planeta de todos os tempos, teria repercussão até onde o futebol não é o esporte preferido. Por isso, os feitos memoráveis da carreira dele no Santos e Seleção Brasileira – nas décadas de 50 a 70 – foram dissertados longamente por aí.

São incontáveis os fatos relacionados à vida dele. De certo, a maioria deve ter esquecido o dia em que o treinador Zagallo teve a coragem de deixá-lo na reserva da Seleção Brasileira, em 26 de abril de 1970, por ocasião de um jogo amistoso contra a Bulgária, com empate sem gols, preparatório à Copa do Mundo do México, no Estádio Morumbi.

OBSERVAR TOSTÃO

A explicação de Zagallo para aquela tomada de decisão foi que precisava observar como se comportaria Tostão, o então reserva da posição, que vinha de recuperação de um uma cirurgia no olho. Todavia, aquela justificativa não foi convincente, apesar do argumento da necessidade de preparar um substituto para o ‘rei’ em qualquer eventualidade.

Quem viveu aquela época sabe perfeitamente que Pelé atravessava a pior fase da carreira, e setores da mídia até desafiaram o comandante sobre a coragem para ‘sacá-lo’ do time, considerando-se o rendimento bem abaixo de suas possibilidades, sem que isso representasse negativa sobre o talento dele.

CAMISA 13

Na ocasião, Pelé usou a camisa 13 e entrou quase no final do segundo tempo, em partida que a torcida vaiou os jogadores. A escalação da equipe brasileira foi essa: Ado, Carlos Alberto Torres, Brito, Joel Camargo e Marco Antônio; Clodoaldo (Rivelino) e Gérson; Jairzinho, Dario, Tostão (|Pelé) e Paulo César Lima.

No jogo amistoso subsequente da Seleção Brasileira, contra a Áustria, o último no País antes do embarque ao México, Zagallo recuou da postura inicial e devolveu a camisa dez para Pelé. Foi na vitória do Brasil por 1 a 0, no Estádio do Maracanã, gol do meia Rivelino. Ali, definitivamente, Tostão foi fixado como centroavante, sem obrigatoriedade de guardar posição. Assim, os dois convocados para o setor – Roberto Miranda e Dario – ficaram como opções na reserva.

Coincidência ou não, Pelé também estava com a camisa 13 quando atuou pela primeira vez no selecionado, no dia sete de julho de 1957, no Estádio do Maracanã. No segundo tempo do jogo contra a Argentina, ele substituiu Del Vecchio e marcou o gol do Brasil na derrota para a Argentina por 2 a 1. 

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